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A experiência de ter um filho prematuro

Tempo de Leitura: 3 minutos
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Newborn baby girl inside incubator in hospital post delivery room

A vivência de se ter um bebê prematuro é difícil para a família, pois a experiência é muitas vezes prolongada, cheia de incertezas quanto aos desfechos e, dependendo do grau da imaturidade do bebê, surgem dúvidas até do que poderá haver de sequelas em função de sua condição.

Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais (UCINeo) são locais que visam salvar a vida dessas criaturinhas, com a melhor qualidade futura possível. Porém, geralmente, são ambientes nos quais os pais têm dificuldades de se sentirem como tais, pois toda a parafernália de aparelhos destinados aos cuidados a quem veio ao mundo antes da hora, as atribulações de médicos, enfermeiras e outros profissionais envolvidos nos cuidados, fazem com que se sintam muito deslocados, com a sensação até de estarem atrapalhando as atividades da equipe neonatal.

Aliado ao medo, tristeza e impotência, pode haver a sensação de culpa, afinal “há algo que nós tenhamos feito que tenha levado ao nascimento antes do termo?”, é uma dúvida que invariavelmente paira sobre as cabeças dos genitores. Embora se saiba que a falta de cuidado pré-natal (entenda-se: o não acompanhamento médico, dieta inadequada, desrespeito às limitações impostas pela gravidez no esporte, atividade laboral, uso de drogas etc.) seja um facilitador do nascimento prematuro, na maior parte das vezes fatores imprevisíveis e inesperados concorrem para a prematuridade.

Dentro deste espectro, no intuito de se minimizar todo este sofrimento imposto pelo nascimento em uma condição totalmente diferente do que se espera de uma gravidez normal, em que só alegria e realização são a tônica para pais, irmãos tios e avós, alguns conselhos para os pais são cabíveis:

  • Concentre(m)-se no bebê, e não nos aparelhos com seus ruídos e luzes, pois eles podem ser assustadores (e são!), embora necessários;
  • Tire(m) suas dúvidas sobre o que está acontecendo com seu filho, e os porquês das condutas assumidas – isso dá a sensação de algum controle sobre a situação, além de poder prever melhor o que virá nas próximas horas (sim, porque com um prematuro, poucas horas podem mudar tudo) e dias;
  • Fique(m) o maior tempo possível ao lado do recém-nascido, procurando participar dos cuidados que a equipe autorizar que sejam feitas por você(s): troca de fraldas, alimentação, cuidado canguru
  • Pai e mãe devem conversar entre si e com a equipe que está cuidando de seu bebê, dividindo as incertezas e angústias que sempre aparecem, pois isso dilui o peso que estes dias lhes impõem;
  • Tenha(m) uma certeza: na maior parte das vezes, tudo corre bem e, como já colocado acima, não se sintam culpados. Se vocês estão lendo este texto, é porque se interessam, se preocupam e querem bem ao seu bebê!

Fonte: Pediatra Orienta (blog da Sociedade de Pediatria de São Paulo)

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