Amamentar adequadamente exige dedicação materna, estimulação do recém-nascido, orientação e acompanhamento adequados, apoio familiar, além de competência e conhecimento dos profissionais de saúde. Por meio das políticas públicas e das necessidades em torno do período gestacional, ressalta-se a necessidade de escuta e de acompanhamento durante a gestação, que podem ser realizados através de grupos de gestantes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A vivência da amamentação em bebês prematuros é uma experiência única, especial entre mãe e filho. A amamentação propicia um vínculo entre mãe e filho envolvendo toda a família.
Assim, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aleitamento materno é o processo pelo qual o lactente recebe leite materno independentemente de consumir outros alimentos, sendo a amamentação reconhecida por seu benefício nutricional, imunológico, cognitivo, econômico e social. O Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos reforça o conceito de Rede de Apoio, como sendo formada por pessoas e instituições presentes na vida da nutriz, dividindo tarefas e participando de certa forma da amamentação. O envolvimento da família e amigos no exercício de serviços domésticos, antes exercidas pela mulher, favorece que ela possa se dedicar mais aos cuidados com o bebê. A rede de indivíduos que apoiam a mulher que amamenta pode ser composta por membros da família, comunidade ou profissionais de saúde que prestam atendimento à nutriz, no entanto, esses profissionais são mencionados com menor frequência.
A amamentação realiza a promoção da saúde da criança e reduz, de maneira significativa, a sua morbimortalidade, uma vez que proporciona nutrição e proteção contra infecções. Dentro destes benefícios, destacam-se as contribuições desta prática de extrema importância das vivências das mães e da equipe multiprofissional, fortalecendo o vínculo e aumentando a confiança da mãe para cuidar do seu bebê. A fonoaudiologia acompanha as mães durante o aleitamento materno, devido a atividade muscular, proporcionando o adequado desenvolvimento das estruturas e funções compõem o sistema estomatognático (respiração, mastigação, fala, sucção e deglutição). Ao mamar no seio da mãe, o bebê desenvolve uma boa mobilidade, postura e força da musculatura orofacial, colabora para a organização da respiração nasal, além de inibir hábitos orais deletérios.
A amamentação logo após o nascimento traz muitos benefícios imediatos e de longo prazo para o bebê. O contato pele a pele após o parto, ajuda o bebê a se sentir seguro e confortável, facilitando a adaptação à vida extrauterina. Além disso, a sucção durante a amamentação libera ocitocina, conhecida como o hormônio do amor, fortalecendo os laços afetivos entre eles. Um dos principais benefícios da amamentação precoce é o colostro, o primeiro leite produzido pela mãe. Que é rico em substâncias que fortalecem o sistema imunológico do bebê, protegendo contra doenças e infecções. Esse tipo de proteção é importante nos primeiros dias de vida, quando o sistema imunológico do bebê ainda está em formação e conforme o bebê cresce, o leite materno continua a fornecer os nutrientes e as proteções de que ele precisa para se manter saudável.
A influência das crenças de cada pessoa relacionadas à produção do leite ou a questões estéticas, dentre outras, torna-se um desafio no aleitamento materno, podendo causar ansiedade, frustração, sentimento de culpa e insegurança. Diante disso, a falta de informação sobre os reais obstáculos enfrentados pela mãe dificulta a construção de um olhar mais acolhedor e melhor direcionado. A intervenção do fonoaudiólogo é primordial na maternidade, e compete a esse profissional acolher, orientar e auxiliar as mães com informações relacionadas tanto ao aleitamento como para as eventuais intercorrências no desenvolvimento das estruturas orais.