A gravidez é um motivo de alegria, mas também pode ser uma preocupação quando a mulher é alérgica. Mas, a alergia não impede uma gestação saudável e nem o tratamento. Por isso é necessário entender a doença alérgica e sua relação com a gestação.
ALERGIAS RESPIRATÓRIAS NA GESTANTE
Rinite alérgica
A rinite alérgica é uma doença comum na mulher jovem e por isso é bastante vista em gestantes. Os sintomas principais são: espirros repetidos, coriza líquida, coceira em narinas, olhos, ouvidos, céu da boca, ouvidos, congestão e obstrução nasal. Pode ocorrer também gotejamento de secreção na parte posterior do nariz, provocando pigarro ou tosse. Em alguns casos, podem surgir também olhos avermelhados, irritados, lacrimejando e coçando. Uma mulher pode ter rinite e piorar na gravidez. Mas, existem casos (mais raros) onde a rinite resulta da gestação e desaparece após o parto. A maior queixa da gestante é a obstrução nasal e por consequência, a respiração bucal. Ou seja, em função das narinas constantemente obstruídas, a gestante passa a respirar com a boca aberta (ou semiaberta), o que termina por provocar pigarro, ressecamento, infecções de amígdalas ou da faringe, além de prejudicar o sono, impedindo um repouso adequado e prejudicando suas atividades em casa e no trabalho. A rinite também pode provocar crises de a asma, pois as vias respiratórias são unidas: do nariz até os pulmões! Não adianta tratar só a asma sem tratar a rinite e vice versa. Os remédios de maneira geral podem ser usados com segurança, desde que prescritos pelo médico. O uso de “gotas nasais” deve ser evitado, pois estes remédios não resolvem o problema e, pelo contrário, pioram o entupimento nasal, podendo levar a vício. Além disso, prejudicam o olfato e podem provocar aumento da pressão arterial. Hoje existem sprays nasais que controlam os sintomas da rinite de forma segura tanto para a mãe como para o feto.
Sinusite
A sinusite é a complicação mais comum da rinite alérgica e consiste na inflamação dos seios da face. Como a gestante não pode fazer exames de raios X, a doença é reconhecida pelo surgimento dos sintomas: dor de cabeça, obstrução nasal persistente, secreção catarral do nariz, febre ou mal estar. Em muitos casos o único sintoma da sinusite é uma tosse insistente com piora noturna. O tratamento é feito com antibióticos orientados pelo médico, de acordo com cada caso.
Asma (ou bronquite alérgica ou bronquite asmática)
A mulher portadora de asma pode melhorar ou piorar durante a gravidez. Não há como prever quem será “beneficiada” ou “prejudicada”, pois uma mesma mulher pode melhorar numa gravidez, piorar em outra e vice-versa. Existem ainda os casos onde a primeira crise de asma surge durante a gestação. É importante lembrar que as alterações hormonais da gravidez podem provocar sensação de falta de ar em qualquer gestante e isso não significa que seja asma. A própria gestação e o aumento da barriga levam a uma diminuição da capacidade de expansão dos pulmões e podem prejudicar a respiração, contribuindo para que a grávida sinta falta de ar. Por isso, é muito importante que o diagnóstico de asma seja feito pelo médico e não baseado em suposições. O tratamento da asma é sempre recomendado, pois se a mulher não respira suficientemente, o bebê vai receber menos oxigênio. Manter a doença sem controle na gravidez aumenta o risco de internações e as complicações tanto para a mãe como para o feto. Algumas gestantes necessitam usar remédios diariamente durante toda a gravidez, mesmo fora de crise, para controlar a asma e prevenir seu agravamento. Os medicamentos indicados para tratar asma podem ser mantidos na gravidez, sem danos para o feto, mas nunca devem ser usados sem orientação médica. O tratamento da gestante deve ser feito, sempre que possível, com medicamentos inalados, chamados popularmente de “bombinhas”, pois atuam diretamente nos brônquios e têm menos efeitos colaterais do que comprimidos e xaropes. Mas, tratar asma não se resume apenas aos remédios: é preciso procurar as causas e agravantes da doença e, se possível, afastá-los.
ALERGIAS DA PELE NA GESTANTE
A pele se modifica na gravidez em resposta às alterações hormonais: fica mais ressecada, com aumento da transpiração, maior propensão a estrias e manchas, podendo surgir coceiras e outras alterações cutâneas. As doenças alérgicas cutâneas mais comuns na gestação são:
Dermatite atópica: É uma condição genética que pode piorar na gestação. Manifesta-se por lesões ressecadas, de aspecto eczematizado, em geral localizadas em dobras de braços, pescoço e pernas. A pele do corpo fica ressecada e irritada. O tratamento inclui antialérgicos e cremes próprios para melhorar os sintomas cutâneos.
Dermatite de contato: pode ocorrer na gravidez e se relaciona ao contato com determinadas substâncias, como por exemplo o níquel contido em bijuterias, causando eczema e coceira no local do uso. Nem sempre é fácil identificar o produto causador da lesão, podendo ser necessário a avaliação de um especialista e a realização de testes cutâneos. O tratamento inclui cremes especiais, mas também o afastamento do fator que está causando a lesão.
Urticária: surgem placas avermelhadas acompanhadas de coceira em locais variados do corpo, em geral com duração fugaz. Pode ou não estar relacionada com a gravidez. A causa mais comum é o uso de medicamentos ou de certos alimentos. É importante esclarecer a causa para que se possa ter sucesso no tratamento.
Dicas para a gestante alérgica
• Se você tem asma, não pare o tratamento ao saber da gravidez. Marque uma consulta com o seu alergista. Asma bem controlada não ameaça a gravidez: crises repetidas podem causar dano ao bebê.
• Lave as narinas diariamente com soro fisiológico.
• A pele fica ressecada na gravidez. Por isso, banhos não devem ser demorados e nem quentes. Não use buchas ou esponjas. Utilize sabonete para pele seca e aplique hidratante logo após o banho, com a pele ainda umedecida.
• Alimente-se bem, incluindo verduras, legumes e ingestão de líquidos: sucos naturais ou água.
• Amamente seu bebê: os remédios para alergia não impedem a amamentação.
O leite materno é uma grande arma de defesa para o bebê, em especial nos primeiros meses de vida, quando a produção de anticorpos pelo organismo infantil ainda não começou.
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