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APLV, você já ouviu falar?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Antes de discorrer sobre APLV, primeiro preciso explicar para você o que é a “alergia alimentar (AA)”. O conceito de AA é definido como uma reação adversa a um determinado alimento. A AA é considerada uma condição clínica crescente e por isso precisa ser estudada e muito bem tratada. Os sinais e sintomas são variáveis e podem se dividir em quatro grandes grupos: sintomas gastrointestinal, respiratórios, pele e comportamentais. O diagnóstico normalmente é realizado pelo gastropediatra ou alergista a partir da identificação dos sinais, sintomas, exames laboratoriais ou teste provocação oral.

Muitas pessoas confundem a AA com intolerância alimentar. Isso é comum pois em muitos locais ambas são citadas/escritas como semelhantes. Porém, existe diferença entre elas. Para esclarecer para você, escrevo abaixo o conceito de cada uma:

A hipersensibilidade é descrita por sintomas ou sinais que podem vir a se repetir e são provocados por um determinado alimento, que seria tolerado por pessoas não sensíveis.

A intolerância refere-se a uma resposta fisiológica anormal a determinado alimento. Essa resposta não está relacionada ao sistema imunológico do indivíduo. Normalmente, a criança, não consegue realizar a digestão de um componente do alimento.

A atopia é uma característica que torna um indivíduo suscetível ao desenvolvimento de várias alergias.

A alergia refere-se a uma resposta imunológica anormal a determinado componente alimentar.

A famosa APLV – Alergia a Proteína do Leite de Vaca é muito comum entre bebês até 2 anos de idade. No leite de vaca, existe diversas proteínas. Mas as proteínas mais comuns que podem provocar reações são: caseína, alfa-lactoalbumina, beta-lactoglobulina ou o soro do leite.

O tratamento da APLV é essencialmente nutricional. Portanto, o nutricionista é responsável por guiar a família na exclusão do leite de vaca e os seus derivados e na adequação da dieta do bebê. Ah! Em caso de aleitamento materno, deve-se estender as orientações para a mãe do bebê.

Nessa primeira fase do tratamento é necessária uma orientação completa aos pais e cuidadores de como substituir o alimento e o cuidado que se deve ter na aquisição de produtos industrializados. Assim, é muito importante ensinar sobre rotulagem e informação nutricional, dicas de fornecedores e lojas para realizar compra de alimentos com isenção de leite de vaca. É necessário ter cautela para NÃO transformar a alimentação da criança rica em alimentos industrializados.

A cozinha e a criatividade são aliadas na hora de organizar as refeições do bebê ou criança com APLV. Pesando em contribuir com você leitor, eu separei algumas dicas para que você possa substituir o leite de vaca na cozinha! Vamos conferir?!

• O leite pode ser substituído por bebidas vegetais, água, chá, água de coco, água saborizada e suco natural de fruta;

• O iogurte você encontra a base de soja, aveia ou castanhas;

• A manteiga você pode trocar por azeite de oliva, óleo de coco sem sabor ou cheiro ou óleo de girassol – quando for receitas salgadas ou doces;

• O leite condensado, você encontra a versão de coco, arroz e soja;

• O creme de leite, você encontra a base soja, aveia e amêndoas;

• O requeijão, você encontra a base de aveia, soja e castanha;

• Para rechear o pão, biscoito, torrada ou tapioca, você pode usar pasta de amendoim, pasta de castanhas, guacamole ou geleia de frutas;

• O chocolate ao leite você pode usar alfarroba ou cacau em pó.

É possível manter uma alimentação nutricionalmente completa e saborosa para crianças com APLV. Você só precisa da orientação correta.


Nutricionista
Débora Christina
Nutricionista Infantil e Escolar. Especialista em Nutrição Clínica Pediátrica; Nutrição Clínica e Terapia Nutricional; Alimentos, Nutrição e Saúde no Espaço Escolar e Mestre em Saúde Pública. Atendimento clínico para bebês a partir do 6° mês até crianças com 12 anos.

@nutrideborachristina
(45) 99904-1285
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