A vida corrida dos dias de hoje não deixa somente os adultos estressados. Atinge também as crianças. Para que os filhos não fiquem sozinhos em casa nos períodos longe da escola, os pais colocam os pequenos em várias atividades extras escolares.
Aprendizado de idiomas, balé, futebol, natação, judô, música, teatro e reforço escolar são algumas atividades que fazem parte do currículo das crianças além do período escolar.
Além de não deixarem os filhos na ociosidade, os pais pensam na formação do filho para um futuro melhor. Quanto mais atividades, mais chances de se dar bem na vida. Será que é assim ou a criança precisa de um tempo para brincar?
O ser humano atual acumula inúmeras funções principalmente a partir dos 18 anos, isso não significa que a criança já precisa testar uma vida corrida. Ela não é uma super-máquina. Que mal tem a criança, vez ou outra, se divertir assistindo Sessão da Tarde comendo uma bolachinha em companhia do irmão ou dos avós.
A brincadeira é a maneira como a criança vivencia seu cotidiano. Os pequenos precisam desse tempo de brincadeira para aprender a enfrentar desafios lidando com as conquistas e derrotas, discutir regras e limites para uma determinada brincadeira, facilitando a socialização, os vínculos e desenvolvendo a inteligência.
As atividades extras são importantes, sem dúvida, mas não devem ser colocadas como obrigações. As crianças precisam ter afinidades e gostarem das atividades que estão fazendo. A carga horária dessas atividades pode aumentar de acordo com a idade das crianças.
Quanto mais velha maior essa carga horária poderá ser. Sem esquecer que, como os adultos, cada criança tem seu pique. Duas crianças da mesma idade podem agüentar ritmos bem diferentes de atividades.
Brincar e estudar – Crianças de até dois anos precisam brincar muito. A partir daí, algumas rotinas devem ser impostas. Mas é a partir dos seis anos que as tarefas escolares aumentam. É preciso ter hora para a lição de casa, para a atividade extra e para brincar.
O excesso de atividade pode ser observado quando a criança começa a reclamar das atividades que está executando. A agenda lotada do pequeno muitas vezes reflete atitude agressiva, irritação, desatenção, pesadelos, ansiedade, choro excessivo, impaciência e dificuldade de relacionamento interpessoal.
Problema de gente grande – Uma criança estressada pode apresentar sintomas físicos como enxaqueca, dor de barriga sem causa aparente, diarréia, náusea, enurese (faz xixi na cama à noite), ranger de dentes, falta de apetite entre outros.
Caso esses sintomas apareçam nas crianças é melhor procurar o pediatra ou até mesmo uma ajuda psicológica para que se estabeleça uma melhor forma de aproveitar o tempo dos pequenos sem que isso interfira na sua saúde.
Os pais também não devem esquecer de que muitas brincadeiras de hoje são diferentes de antigamente, entre as quais o computador e videogame, mas as crianças ainda precisam de espaço e da presença dos pais para se desenvolverem e tornarem adultos seguros e de bem com a vida.
Dicas
Preocupe-se em organizar uma rotina em que seu filho esteja preparado para enfrentar.
Passar por algum fator estressante, como mudança de escola ou nascimento do irmão, é bom e faz as crianças aprenderem a enfrentar desafios, mas como rotina pode causar muitos problemas.
Adequar atividades para a idade é importante. Algumas atividades físicas têm idade mínima para começar. Converse com um especialista.