De repente, seu filho aparece com um “caroço” no pescoço e você não sabe o que fazer. As adenomegalias são queixas frequentes na faixa etária pediátrica, gerando grande ansiedade nos pais e familiares. O pediatra, supervisor da Infectologia Pediátrica do Hospital da Criança de Brasília, Dr. Jefferson Pinheiro, explica que se trata de gânglios ou linfonodos (estruturas do sistema imunológico), que se encontram aumentados, devido, principalmente, a processos inflamatórios que podem ser ou não decorrentes de infecção.
“Os linfonodos participam da defesa imunológica do nosso organismo e, por isso, encontram-se distribuídos em várias regiões, como pescoço, axilas e virilhas. Consideram-se aumentados quando, em geral, estão acima de um centímetro de diâmetro”, orienta. Normalmente, até 30% das crianças podem apresentar linfonodos visíveis ou palpáveis, uma vez que elas estão em desenvolvimento imunológico.
O contato com vírus e bactérias é diário, o que estimula o sistema imunológico para a defesa do organismo. O Dr. Jefferson afirma que a grande maioria dos casos de aumento dos gânglios é decorrente de processos inflamatórios comuns. “Mas os linfonodos podem crescer em decorrência de outras doenças menos comuns, como tuberculose, infecções localizadas, doenças autoimunes, leucemias e linfomas”, acrescenta.
Mas não se assuste, na maioria das vezes isso não está relacionado à leucemia. “O mecanismo principal é a reação a algum processo inflamatório benigno, sendo que o aumento em decorrência de processos neoplásicos é raro na faixa etária pediátrica”, assegura o pediatra.
Quando perceber o aparecimento desses “caroços” no seu filho, procure seu médico. Ele vai avaliar a necessidade de realização de exames para investigação das causas e o tratamento necessário. “Na maioria das vezes, não são necessários exames laboratoriais ou radiológicos, mas isso vai depender da forma como o linfonodo se apresenta e da quantidade de regiões acometidas. É melhor que a criança passe por uma avaliação médica.”
O tratamento, por sua vez, irá depender da causa, mas, em grande parte dos casos, como o aumento dos gânglios foi em decorrência de um processo inflamatório, e por se tratar de um evento benigno, não será necessário tratamento específico. “Mas é preciso acompanhamento até a resolução do quadro”, alerta.
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