De acordo com a psicóloga Josiane Cândido Porto de Melo, conforme as crianças tomam conhecimento da homossexualidade, elas ficam curiosas e se interessam em saber mais sobre o assunto. “A partir do momento que a criança ouve um adulto falar sobre a homossexualidade ou presencia a cena de um casal do mesmo sexo se beijando, começam a surgir perguntas e muitas vezes os pais não estão preparados para responder”, explica.
O ideal é que os pais não fujam do assunto ou tentem enrolar a criança para não responder, pois as dúvidas sobre sexualidade fazem parte do processo do desenvolvimento infantil. “Alguns pais podem se sentir constrangidos com a pergunta da criança e não saber como responder. Nesse caso, se o pai sentir dificuldade sobre a homossexualidade ou outras questões, aconselho a buscar a orientação de um profissional”, diz a psicóloga.
Os pais devem conversar com a criança sobre o assunto sem tabus e sem segredos. Caso o preconceito exista, os pais podem acabar ensinando o filho a não lidar bem com o diferente e incentivar a criança a ser preconceituosa. “Antes de explicar sobre a homossexualidade ao filho, os pais devem refletir sobre o assunto para não deixar a criança mais confusa”, alerta Josiane.
Existe uma idade ou o momento certo?
A idade certa é quando a criança começa a questionar demais e nesses casos as perguntas que ela fizer aos pais podem ser respondidas. Não precisa entrar em detalhe na conversa, responda somente o que ela perguntar. “Caso a criança questione sobre a homossexualidade, os pais devem responder com calma e naturalmente. Devem dizer, por exemplo, que a maioria das pessoas quando estão juntas são de sexo diferente, mas que existem algumas pessoas que são do mesmo sexo, que se gostam e por isso estão juntas”, sugere a psicóloga.
Filhos de pais homossexuais
É importante o casal homossexual que está disposto adotar uma criança explicar a questão de uma forma natural. “Os pais não passam aos filhos aquilo que não sentem, portanto o casal deve estar seguro e bem com sua escolha de adoção e união. Responda pontualmente o que a criança pergunta e utilize vocabulário apropriado para a idade dela. Uma boa alternativa é exemplificar com situações que a criança tenha contato. Explicar sobre a adoção através de um livro infantil pode ser uma boa opção, por exemplo. Dizer que hoje em dia não há só um tipo de família e que ela deve ter alguma coleguinha que tem pais separados ou é criada pela avó. Os pais podem explicar em linhas gerais sobre a sua opção sexual e esclarecer as possíveis dúvidas da criança”, recomenda Josiane Porto de Melo.
Segundo a psicóloga, independente da criança ser criada por dois pais, duas mães ou pelo pai e mãe o que possibilitará que ela cresça feliz e saudável é o bom vínculo afetivo. “O que realmente importa é que a criança cresça num ambiente familiar harmonioso e que ela receba amor, respeito, atenção, carinho, apoio e educação”, ressalta Josiane.
Fonte- Psicóloga Josiane Porto de Melo
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