A entrada dos pequenos para a creche normalmente é cercada de insegurança e preocupação dos pais com a separação iminente de seus filhos. Também não é pra menos! Nesta fase a rotina das crianças muda e novas pessoas são introduzidas em sua vida, o que altera sua percepção em relação ao mundo ao seu redor.
Quando a rotina de uma criança é alterada, ela tende a se sentir insegura, tornando este momento ainda mais doloroso para todos. Para tentar amenizar os efeitos de todas essas mudanças, muitas creches adotam a prática da adaptação, que nada mais é que ambientar a criança a uma nova rotina com a participação dos pais, para que elas se sintam mais confortáveis e seguras em um novo ambiente.
De maneira geral, as creches costumam realizar a adaptação no período de uma a duas semanas, mas tudo depende da criança e família envolvida. Preparação e parceria entre creche e família é fundamental para que este momento seja mais tranquilo.
Principais fases e dicas para o momento de adaptação
A seguir apresentamos cada fase da adaptação e algumas dicas de como fazer pais e filhos se adaptarem as mudanças (fonte: Nova Escola):
Planejamento: A creche e família devem planejar juntos como a adaptação deve acontecer. Cabe a instituição levantar questões como: as atividades realizadas pelos pequenos, os horários das refeições, quanto tempo passam com os pais, quais brincadeiras preferidas e seus medos. Esse entendimento é essencial para planejar novas atividades e manter a criança confortável em seu novo ambiente.
Preparação: para crianças menores de 2 anos, a rotina deve ser mantida ao máximo, de forma a minimizar sua insegurança. Toda alteração nos hábitos deve ser realizada aos poucos e com o acompanhamento da família para que possa ser reproduzida, se possível, em casa.
Já com os mais crescidinhos, é possível conversar e explicar esta nova fase. A criança deve se sentir participante nos preparativos para ir à escola e todas as dúvidas em relação ao novo ambiente devem ser respondidas para que se sintam mais confiantes.
Recepção: nas primeiras semanas, a principal missão dos educadores é estabelecer um vínculo com a criança, através da aproximação. Mesmo que a criança esteja retraída, no colo de um dos familiares por exemplo, é importante construir uma relação através de brincadeiras e conversas, para que futuramente não haja um estranhamento. Recomenda-se que as crianças sejam recebidas na creche pela mesma pessoa nas semanas iniciais. Com o tempo, é importante que outras pessoas da instituição recebam a criança para que ela entenda que a creche é um espaço coletivo e para se familiarizar com a equipe, como um todo.
Adaptação: a presença física dos pais é essencial para os pequenos neste momento. Para os bebês, o aspecto sensorial pode ser decisivo em sua adaptação pois eles sentem diferença no modo como as fraldas são trocadas, como o banho é dado e como são colocados para dormir, por exemplo. Sendo assim, a presença dos pais é indispensável nas primeiras semanas pois os educadores e auxiliares precisam entender e tentar reproduzir a rotina do bebê. Aos poucos ele vai criando sua ambientação e os objetos de apego podem auxiliar e conformá-los por remeterem ao ambiente familiar.
Como as crianças maiores já entendem o que sentem, se expressam e possuem maior autonomia, essa fase tende a ser bem mais tranquila. Normalmente, a adaptação ocorre em grupos de duas ou três crianças, o que facilita sua integração. De qualquer forma, a presença dos pais deve ser mantida até que os pequenos ambientem e se acostumem com as novas atividades, com os professores e colegas de turma. Atividades como roda de histórias, pintura, transformações, brincadeiras ao ar livre com areia, terra ou barro são atraentes e podem auxiliar nesse período. É importante ressaltar que as atividades desempenhadas nesse período não sejam muito diferentes das que serão realizadas ao longo do ano, para evitar expectativas frustradas.
Despedida: este momento, sem dúvida, é um dos mais difíceis para todos. Muitos pais aproveitam a distração dos filhos para saírem sem serem notados, porém, acaba sendo mais traumático para a criança perceber que foi deixada “sozinha”. É necessário que se construa uma relação de honestidade e confiança desde o início da adaptação e a despedida faz parte do processo, devendo ser realizada com clareza.
A família deve encarar a entrada da criança na creche como uma fase de evolução, onde elas vão adquirir mais autonomia, vão aprender a compartilhar, obedecer regras e conviver com diferenças. Se os pais assumem que a creche é na realidade uma parceira na educação de seus filhos, a adaptação tende a ser muito mais tranquila e confortável para todos.
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