Clique e acesse a edição digital

Diagnóstico não é destino!

Tempo de Leitura: 4 minutos
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email
young-couple-with-baby-morning

Mais de 15 anos de profissão, me fez compreender a profundidade dessa máxima.

Ouvir um diagnóstico para um filho transforma o chão sob os pés. O que antes parecia certo e linear ganha contornos inesperados, e uma onda de emoções pode nos invadir: preocupação, medo, talvez até uma ponta de negação. É natural sentir-se assim. Afinal, estamos diante de um novo território, desconhecido e, por vezes, assustador. Mas, respire fundo. No meio dessa turbulência, há uma verdade fundamental que precisa ser abraçada com carinho: diagnóstico não é destino, mas sim um novo ponto de partida.

Tudo em nossas vidas é sobre o ponto de vista que lidamos com os fatos. Imagine que a vida da sua família até agora era como uma viagem por uma estrada familiar. Vocês conheciam cada curva, cada placa, sabiam exatamente o que esperar. O diagnóstico, então, surge como um desvio inesperado. No primeiro momento, a reação pode ser de estranhamento, até de resistência. Mas esse novo caminho, embora incerto a princípio, não precisa ser temido. Ele pode ser, na verdade, uma jornada de descobertas, de aprendizados profundos e de um amor ainda mais forte.

Encarar um diagnóstico como um recomeço significa abrir espaço para novas perspectivas. Significa permitir-se aprender sobre as necessidades específicas do seu filho, sobre as ferramentas e os apoios disponíveis. É desmistificar o rótulo e enxergar, acima de tudo, a individualidade única da sua criança, com todas as suas potencialidades e talentos. O diagnóstico existe para entender melhor o funcionamento do seu filho, suas dificuldades e suas habilidades. Com esse mapa em mãos, vocês podem começar a traçar um novo percurso, adaptado às necessidades dele, mas repleto de possibilidades.

Este novo caminho envolverá uma busca por profissionais especializados, a exploração de terapias e abordagens inovadoras, a adaptação do ambiente familiar e escolar. É desafiador, e certamente haverá momentos de cansaço e frustração. E lembrem-se que vocês não estão sozinhos. Uma rede de apoio pode ser construída, reunindo familiares, amigos, outros pais que vivenciam situações semelhantes e profissionais dedicados. Compartilhar experiências, trocar informações fortalece a jornada e nos lembra que a esperança e a resiliência são combustíveis poderosos.

É importante permitir-se sentir todas as emoções que surgirem ao longo desse processo. Não há certo ou errado em como vocês se sentem. Acolham a tristeza, a raiva, a confusão. Conversem sobre seus medos e suas expectativas. Buscar apoio emocional profissional é fundamental para lidar com as mudanças e fortalecer a união familiar, eu sempre indico às famílias que chegam até mim.

O diagnóstico não muda quem seu filho é, sua essência, seu valor. Ele apenas adiciona uma nova camada à sua individualidade, uma camada que exigirá mais compreensão, mais paciência e, talvez, novas formas de comunicação e interação.

Este recomeço não significa apagar o passado, mas sim integrá-lo à nova realidade. As expectativas para o futuro podem ser reformuladas, adaptadas, mas não abandonadas. Sonhem com o desenvolvimento do seu filho, celebrem cada pequena conquista, valorizem cada passo em direção à sua autonomia e felicidade.

O diagnóstico traz consigo a necessidade de romper com algumas idealizações, de ajustar planos e expectativas. Essa flexibilidade não é uma perda, mas sim uma oportunidade de descobrir novas formas de felicidade, de encontrar alegria em conquistas que talvez antes passassem despercebidas. Lembra o que eu disse? Tudo é ponto de vista!

A jornada pode ser longa e, por vezes, é sinuosa, mas ela também é repleta de potencial. O seu filho continua sendo uma pessoa única, com seus próprios talentos, paixões e sonhos. O diagnóstico não define seus limites, mas pode, e deve, direcionar a busca por estratégias e apoios que o ajudem a alcançar seu máximo potencial.

Portanto, abracem este novo capítulo com coragem e esperança. O diagnóstico não é uma sentença, mas um convite a um olhar mais atento, a uma escuta mais sensível e a um amor ainda mais incondicional. É um recomeço que, embora desafiador, pode trazer consigo um profundo aprendizado sobre a força da família, a resiliência do ser humano e a beleza da diversidade. Lembrem-se sempre: diagnóstico não é destino, é apenas o início de uma nova e extraordinária jornada.


Dra. Patrícia Lattaro
Fisioterapeuta, mãe do Gabriel, apaixonada por bebês e seu desenvolvimento, pós-graduada em Reabilitação Neurofuncional pela Universidade Federal de São Paulo. Há 15 anos uso meu conhecimento para auxiliar famílias a entender o desenvolvimento de seus bebês de forma descomplicada.

patilattaro@gmail.com
@patricialattaro.fisio
Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no linkedin
LinkedIn
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no email
Email

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!