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Dor de cabeça na infância

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Young girl, stomach ache or allergies on couch in home for health problem or digestion recovery on weekend. Child, pain or food poisoning in living room with cramps for belly discomfort and suffering.

A dor de cabeça em crianças é um problema significativo na área de saúde pediátrica. Cerca de 40% das crianças aos 6 anos de idade relataram já terem tido dor de cabeça. Com o aumento da idade esse índice pode chegar entre 70 e 90% de acometimento em adolescentes, segundo estudos epidemiológicos. As dores de cabeça envolvem fatores complexos e interconectados que vão desde aspectos psicológicos e de qualidade de vida até questões neurológicas.

Estudos apontam que as dores de cabeça primárias, são as mais comuns e destacamos as enxaquecas e cefaleias tensionais, que podem variar de moderada à grave na infância.

A enxaqueca é uma crise recorrente de dor de cabeça caracterizada por dor pulsante, localizada na frente e dos dois lados da cabeça da criança (no adulto pode ser de um lado só), e acompanhada de sintomas como náuseas, vômitos, fonofobia, fotofobia, distorções visuais (aura), e que piora quando a criança faz qualquer atividade física simples como caminhar. Um dos sinais que chamam a atenção é quando a criança evita claridade ou tapa os ouvidos numa inconsciente ação contra o desconforto. Outros sintomas também correlacionados são dores abdominais.

A cefaleia tensional é o tipo mais comum de dor de cabeça primária em todas as faixas de idade. Marcada por uma pressão mais leve, não apresenta sintomas como vômitos, e não impede a criança de fazer atividades como a enxaqueca. Ela costuma ser mais periódica, quase diária, e tem fatores psicológicos associados com mais frequência.

Já as cefaleias secundárias são causadas a nível de SNC, em áreas próximas ou relacionadas a doenças sistêmicas. Nestes casos mais graves podem ter relação com tumores, infecções (como meningite, sinusites e traumas) ou hemorragias.

A relação entre dores de cabeça e comorbidades, como distúrbios de ansiedade, depressão e problemas de sono, também é evidente. Crianças que sofrem de enxaquecas, por exemplo, têm uma probabilidade significativamente maior de apresentar transtornos de ansiedade, sugerindo uma necessidade de abordagens que combinem suporte médico e psicológico. Além disso, problemas de sono são comuns em crianças com dores de cabeça crônicas, com dificuldades como insônia, distúrbios do ritmo circadiano e até parasomnias, como sonambulismo e terrores noturnos. Essa inter-relação sugere que a regulação do sono pode ser um componente crítico no tratamento e controle das dores de cabeça infantis.

Apesar dos avanços nas pesquisas, a falta de uniformidade nos métodos de diagnóstico e nos critérios de avaliação dificulta comparações precisas entre estudos. Muitos estudos dependem de questionários preenchidos pelos pais, o que pode introduzir vieses na avaliação. A International Classification of Headache Disorders (ICHD) é uma ferramenta de diagnóstico amplamente utilizada, mas sua aplicação em estudos pediátricos ainda enfrenta desafios devido à dificuldade de adaptação aos sintomas específicos de crianças. Sabemos que o importante é que seja feita uma anamnese detalhada incluindo a quanto tempo a criança vem tendo dor de cabeça, se é de forma aguda ou crônica, qual a duração, quais horários e dias mais frequentes, se fatores como barulho, estresse, sono., fome, excesso de luz entre outros são sinais de piora. O que parece melhorar como comer, se deitar, ficar no escuro… Importante ressaltar que problemas de visão e infecções respiratórias como sinusites não são relacionadas a dores de cabeça crônicas. Exames de imagem como tomografia de crânio podem ser solicitados por pediatras e neuropediatras especialmente quando se desconfia de cefaleias secundárias.

O tratamento das dores de cabeça primárias deve se basear inicialmente em técnicas de relaxamento, higiene do sono, orientação psicológica para a criança e família. Também sugerimos atenção a uma rotina com horários e atividades organizadas. Garantir que as refeições sejam bem-feitas, com intervalos adequados para evitar picos de hipoglicemia. Evitar alimentos como embutidos e alimentos ricos em gordura. Reduzir o uso de telas. Promover atividades físicas que ajudem na regulação de estresse. Em casos em que se diagnostica que a dor de cabeça é tensional, um odontopediatra experiente ou um especialista em dor orofacial/distúrbio de articulação temporomandibular, podem indicar o uso de placa miorrelaxante, principalmente para adolescentes. As placas ou aparelhos quando confeccionadas de material rígido como o acrílico tem se mostrado bastante eficientes no controle da dor de cabeça tensional.

O impacto na qualidade de vida das crianças e adolescentes que sofrem com cefaleias e enxaqueca é considerável, afetando seu desempenho escolar, vida social e bem-estar psicológico e deve ser investigado por uma equipe transdisciplinar a fim de diagnosticar as causas e encontrar o melhor tipo de tratamento.

Dra. Gisele Costa Pinto
É dentista Ortodontista e Odontopediatra com foco no acompanhamento do desenvolvimento Craniofacial desde a Gestação
dragiselecp@gmail.com
@giselecostapinto
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