Embora o desejo por comidas esquisitas durante a gravidez ainda seja um mistério, há provas de que o paladar e o olfato das gestantes sofrem alteração no primeiro trimestre de gestação. “Devido aos hormônios, algumas mulheres podem passar toda a gravidez com estes sentidos alterados. A mudança corporal e o comportamento também são fatores que podem interferir na vontade de comer certas coisas”, destaca a nutróloga.
Essa desordem alimentar que acontece no período da gestação é denominada picamalácia ou pica, sendo responsável pela vontade de ingerir alimentos com pouco ou nenhum valor nutritivo. Os desejos mais comuns são doces e derivados do leite, e essa vontade corresponde à forma que o corpo encontra para sinalizar que está com algum tipo de deficiência nutricional. “A gestante precisa ter consciência que seu corpo emite um alerta para que possa repor os nutrientes que estão faltando em sua alimentação e controlar a vontade de comer alimentos inusitados”, afirma Liliane.
As gestantes que têm desejos por substâncias não comestíveis merecem atenção especial. Ingerir tinta, terra ou algodão pode trazer complicações graves para a gestante e o bebê. “Ao ingerir tais substâncias, a gestante pode desenvolver feridas no estômago, ter um parto prematuro, contribuir para o baixo peso da criança ao nascer ou aumentar o risco de morte no caso de substâncias altamente tóxicas”, garante a nutróloga.
Como lidar com tais desejos
A gestante deve estabelecer uma alimentação saudável com mais calorias para nutrir o bebê e que esteja composta de alimentos nutritivos. Na gravidez, é importante tentar aumentar a ingestão de determinados nutrientes como ácido fólico, ferro, cálcio e proteína. “A gestante deve manter uma dieta equilibrada para suprir suas necessidades nutricionais e emocionais, evitando o desejo de comer alimentos ou substâncias que possam prejudica-la”, alerta a médica.
Procure conter estes desejos, principalmente, se existir o risco de fazer mal. Não deixe de tomar um café da manhã reforçado, exercite-se com moderação e fique perto de pessoas próximas que possam lhe dar atenção e carinho. “Estar com a família faz bem para o bem-estar físico e psíquico da gestante evitando que ela tenha que recorrer à comida para satisfazer uma carência”, finaliza a nutróloga Liliane Oppermann.
Fonte – Nutróloga Liliane Oppermann – (CRM- 123314)