Entenda como a inclusão social contribui para o desenvolvimento de crianças especiais e o papel da escola neste processo.
Há muito se fala da inclusão de crianças especiais na sociedade, principalmente na educação infantil através de escolas regulares. Pesquisando sobre o assunto, nos deparamos com uma série de blogs de mães e educadoras que mostram como é manter crianças com deficiências intelectuais em escolas regulares e casos em que a escolha de uma escola especializada aumentou a autonomia e melhorou o desenvolvimento de crianças com deficiência intelectual.
A escolha entre escolas regulares e especializadas
A escolha entre uma escola regular ou uma escola especial é uma decisão particular e depende do grau de deficiência apresentado pela criança, cada caso é um caso! Em algumas situações, a inclusão melhora o relacionamento interpessoal e o aprendizado e em outros, a inserção em uma escola regular pode não ser tão proveitosa quanto se espera. Toda e qualquer escolha deve ser acompanhada de um profissional especializado além do próprio sentimento da família em relação ao desenvolvimento de seu pequeno. Vale ressaltar que escolher uma escola especializada não significa isolar seu filho da sociedade: existem diversas formas de incluí-lo socialmente sem que necessariamente ele esteja estudando em uma escola regular.
Um dos relatos que encontramos em nossas pesquisas é feito por uma mãe que manteve seu filho em uma pré-escola regular, mas que chegado o período de alfabetização, achou necessário enviá-lo a uma escola especializada devido a dificuldade de aprendizado. Ela conta que, apesar das atividades e provas desenvolvidas especialmente para seu filho, notava que ele ainda despendia tempo em aulas que não conseguia acompanhar e que este mesmo tempo poderia ser utilizado para o aprendizado de outras tarefas mais simples, dentro de sua capacidade de aprendizado (fonte: Nosso Príncipe Felipe). Em outros relatos a inclusão em escolas regulares melhorou significativamente o aprendizado, o desenvolvimento e o relacionamento com outros alunos (Parlamidia).
Independente da escolha da família, a atual Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 ressalta que os sistemas educacionais devem possibilitar o acesso de alunos deficientes às classes regulares, oferecendo suporte teórico e prático que favorecem a inclusão escolar. Ou seja, as escolas devem estar preparadas para receber o aluno especial. Este mesmo documento diz que o serviço especializado para o atendimento às características especiais dos educandos deve ser instaurado em caso de necessidade.
Dados estatísticos da educação inclusiva no Brasil
Visando aumentar a participação de crianças especiais em classes regulares, o governo brasileiro realiza frequentemente campanhas instrutivas e treinamentos. O resultado dessas campanhas pode ser traduzido em números: o censo 2016 aponta que 57,8% das escolas brasileiras têm alunos com algum tipo de deficiência incluídos em classes comuns. Em 2008, esse percentual era de apenas 31%.
Esta mesma pesquisa mostra que o número de matrículas de alunos especiais em escolas exclusivas é de 174.886, enquanto o número de matrículas de alunos especiais em escolas regulares é de 796.486. Isso quer dizer que as famílias estão optando, cada vez mais, por manter seus filhos em escolas regulares.
Atualmente, 79,2% dos alunos com algum tipo de deficiência intelectual estão incluídos em classes comuns nos anos iniciais. Em 1998 este número era muito mais baixo: cerca de 200 mil crianças estavam matriculadas na educação básica, sendo apenas 13% em classes regulares.
Os números reafirmam a importância da inclusão social. Considerar as características de cada criança garantindo seu convívio em sociedade é essencial para seu desenvolvimento e autonomia, além disso, a própria sociedade aprende a respeitar as diferenças. Apesar de amplamente divulgada, a inclusão ainda é um desafio na sociedade atual, seja ela na escola ou fora dela. Conviver em sociedade faz com que crianças especiais aprendam a lidar com a diversidade e se preparem melhor para uma vida adulta e autônoma. Já as crianças não deficientes desenvolvem a cooperação, a tolerância e têm acesso a uma visão bem mais ampla dos papéis sociais.
A inclusão social é possível e necessária, seja ela na escola ou fora dela.
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