Através dele é possível detectar a presença de distúrbios que agravam o estado de saúde do recém-nascido ou de enfermidades que só apareceriam posteriormente.
A triagem neonatal é coletada pelo sangue retirado de uma picada feita no calcanhar da criança. Por meio desse exame doenças crônicas como a anemia falciforme pode ser diagnosticada precocemente e tratada a ponto de não deixar sequelas.
O teste do pezinho identifica também o hipotiroidismo congênito. Esse transtorno que impossibilita o organismo de gerar o hormônio tireoidiano T4 é um mal hereditário que causa retardo mental se não for descoberto, bloqueando o desenvolvimento do cérebro e crescimento do bebê. Pelo menos quatro mil recém-nascidos têm essa alteração.
“A produção dos hormônios T3 e T4 são essenciais para o desenvolvimento de uma substância tireoidiana que ajuda a hipófise no trabalho muscular do bebê. Essa glândula pituitária tem o controle funcional de diversos órgãos do corpo humano”, alerta Dra. Carolina Mantelli Borges, endocrinologista da Clínica de Especialidades Integrada.
O exame é disponibilizado gratuitamente nos postos de saúde municipais e deve ser feito entre o terceiro e sétimo dia de nascimento da criança. Quando antes for realizado, melhor, assim o tratamento se torna mais eficaz se for constatada alguma deficiência no metabolismo.
Normalmente o teste é repetido caso sofra alterações. Se mesmo assim o exame der positivo, o recém-nascido é encaminhado para fazer o devido acompanhamento médico.
Dentro nessas análises a doença genética – fenilcetonúria – pode ser igualmente detectada. A enfermidade faz com que as crianças tenham problemas digestivos que afetam o fígado, caracterizando a ausência da enzima do aminoácido fenilalanina. Como está presente na proteína de alguns alimentos a fenilalanina acaba gerando acúmulo de substância no corpo, tornando-os tóxicos ao cérebro. A criança afetada tem vômitos frequentes e odor forte depois das refeições.
Por isso o teste do pezinho é tão importante. É rápido e de fácil recolhimento material. Aquela picadinha que parece causar muita dor, na verdade não machuca o seu bebê. Ele chora porque não está acostumado com a sensação.
Lembre-se de que através dessa pequena fissura você pode estar salvando a vida do seu filho.
Carolina Mantelli Borges, Endocrinologista da Clínica de Especialidades Integrada