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Mel na infância: Benefícios e riscos

Tempo de Leitura: 3 minutos
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Honey with blossoms and wooden spoons on concrete table

A oferta de mel para crianças é um tema que exige atenção, especialmente na introdução alimentar. O mel é um alimento natural rico em carboidratos simples, vitaminas, minerais e compostos bioativos que oferecem benefícios à saúde. Entretanto, seu consumo em crianças, principalmente nas menores de um ano, apresenta riscos significativos devido à possibilidade de contaminação com a bactéria Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo infantil.

Perigos do mel para crianças menores de um ano

O botulismo infantil é uma doença rara, mas grave, causada pela ingestão de esporos de Clostridium botulinum, que podem estar presentes no mel. Esses esporos podem germinar no intestino imaturo de bebês menores de um ano, produzindo uma toxina perigosa que afeta o sistema nervoso, causando fraqueza muscular, paralisia e até insuficiência respiratória. Devido ao risco de botulismo, organizações de saúde como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que o mel não seja oferecido a crianças menores de um ano. Após essa idade, o risco diminui, pois o sistema digestivo está mais desenvolvido e capaz de lidar com esses esporos.

Benefícios do mel para crianças maiores

Para crianças maiores de um ano, o mel pode ser uma fonte natural de energia devido ao seu alto teor de glicose e frutose, além de fornecer pequenas quantidades de vitaminas e minerais, como vitaminas do complexo B, cálcio e potássio. Ele também possui propriedades antimicrobianas e antioxidantes, que podem auxiliar na prevenção de infecções e na proteção celular contra o estresse oxidativo. Estudos mostram que o mel pode ser eficaz no alívio da tosse em crianças, sendo uma alternativa natural a xaropes medicinais em casos de resfriados leves. Além disso, o mel contém compostos prebióticos, que ajudam a fortalecer a microbiota intestinal.

Mel na introdução alimentar e desenvolvimento infantil

A introdução alimentar é uma fase crítica para o desenvolvimento do paladar e dos hábitos alimentares. O mel, por ser naturalmente doce, pode influenciar negativamente as preferências alimentares da criança se oferecido de forma precoce ou excessiva. Especialistas sugerem que, durante a introdução alimentar, os pais priorizem alimentos in natura, como frutas e legumes, evitando açúcares adicionados. O consumo excessivo de alimentos doces, incluindo o mel, na infância pode levar a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2 e outras doenças crônicas na vida adulta. Assim, embora o mel possa ser uma opção de adoçante natural em crianças maiores de um ano, ele deve ser oferecido com moderação e parcimônia.

O mel é um alimento com benefícios e riscos. Para crianças menores de um ano, ele é absolutamente contraindicado devido ao risco de botulismo. Após essa idade, pode ser consumido, mas em quantidades controladas para evitar impactos negativos no desenvolvimento de hábitos alimentares e na saúde a longo prazo. Pais e cuidadores devem ser orientados a oferecer o mel com cautela, sempre respeitando as recomendações de idade e priorizando uma alimentação balanceada, que apoie o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança.

Dr. André Veinert
Formado pela Faculdade de Medicina da UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto. Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN (RQE 69663) e Área de Atuação em Nutrição Parenteral e Enteral pela BRASPEN. Preceptor da Residência de Nutrologia do Hospital IGESP – São Paulo. Capacitação em obesidade e Lifestyle medicine pela Havard Medical School.
andre.veinert@healthme.com.br
@andrenutrologo
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