A natação no verão não é apenas diversão, é um passo essencial para o desenvolvimento físico, emocional e segurança das crianças.
O verão é a estação perfeita para introduzir ou intensificar a prática da natação na rotina das crianças. Além de ser uma atividade lúdica e refrescante, a natação desempenha um papel crucial no desenvolvimento psicomotor, emocional e social dos pequenos. Para muitas mães, oferecer essa experiência aos filhos pode ser uma oportunidade única de aliar diversão, desenvolver habilidades, promover relaxamento e segurança aquática.
A natação é uma das atividades mais completas para o desenvolvimento psicomotor infantil e promove muitos benefícios, como:
- Coordenação motora, expressão corporal e equilíbrio: Por proporcionar leveza ao corpo, o ambiente aquático permite que as crianças explorem os movimentos de forma mais livre, estimulando a autoexpressão, a construção da imagem corporal, a independência e a orientação espacial. Além disso, a instabilidade natural da água desafia a criança a ajustar seu corpo para encontrar estabilidade, fortalecendo, assim, seu equilíbrio.
- Respiração e relaxamento: São os principais fundamentos para posteriormente desenvolver habilidades motoras com equilíbrio correto do corpo, através da regulação e autocontrole das emoções, ajudando a criança a reduzir quadros ansiosos e comportamentais. Ensinar a criança a perceber o seu corpo no estado de tensão e relaxamento é benéfico para crianças que se sentem sobrecarregadas em ambientes tradicionais, pois ajuda a criança a sentir segurança e aliviar tensões.
- Habilidades socioemocionais: atividades em grupo e o contato com a água favorecem o vínculo entre pais e filhos (no caso de bebês) e integra relações entre professor e o grupo. Por ser um ambiente agradável, restrito quanto a autonomia e por promover relaxamento, as crianças conseguem estabelecer maior contato visual, esperar por sua vez, senso colaborativo e enfrentar desafios que promovem maior independência. Além disso, crianças neurodivergentes têm mais chances de conseguir se expressar desde que as atividades sejam estruturadas e previsíveis.
- Melhora da atenção e concentração: Como nadar exige mais foco e atenção nos movimentos para realizar tarefas específicas, a criança permanece mais atenta e com mais autocontrole, sendo ideal para crianças com TDAH, por ser um ambiente envolvente e menos distrator.
- Estimulação sensorial: nadar é uma importante ferramenta de integração sensorial e maturação dos cinco sentidos, percepções do corpo no espaço, desenvolvimento do sistema vestibular por meio da flutuação, giros do corpo, imersões, que são responsáveis pelo equilíbrio e orientação espacial, fazendo com que a criança desenvolva estabilidade corporal e controle motor.
Segurança na piscina: o que todo pai precisa saber para proteger seus filhos
A piscina é um espaço de diversão e aprendizado, mas requer atenção redobrada para garantir a segurança, especialmente quando se trata de crianças pequenas. Conhecer e adotar medidas de segurança é essencial para garantir momentos agradáveis e sem preocupações.
Os principais cuidados com segurança são:
- Nunca deixe seu filho sozinho na piscina, mesmo que saiba nadar ou estejam com boias (recomendo coletes), e não subestime os riscos. Não recomendo uso de boias se a criança não dominar o seu corpo no meio.
- Confira se há cercas de proteção com pelo menos 1,20 metros de altura ao redor da piscina, com portões e alarmes.
- Retire brinquedos que a criança não esteja usando na água para evitar acidentes ou distrações.
- Use bons produtos para tratamento na água, ela deve estar cristalina e sem alteração na cor para não causar infecções ou processos alérgicos, oriente a criança a se afastar dos ralos.
Afogamentos podem ocorrer em menos de 30 segundos, e as crianças geralmente não fazem barulho ou gritam por ajuda. Apenas 30cm de água já pode causar acidentes em crianças entre 0 a 7 anos. Casos de afogamento podem ocorrer horas após o incidente, leve ao pronto atendimento para avaliação.
Os sinais de afogamento são: cabeça baixa ou boca na superfície, não conseguir manter flutuação, braços abertos lateralmente para manter equilíbrio e sustentação do corpo e silêncio por já não conseguir gritar por socorro.
Eduque as crianças sobre os perigos da piscina, como não correr ao redor, não empurrar amigos na água e sempre pedir permissão antes de entrar. Com medidas preventivas simples e supervisão ativa, os riscos podem ser minimizados. A segurança deve sempre ser prioridade, garantindo que as crianças aproveitem a piscina de maneira saudável e protegida.
Boas férias!
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Estudiosa sobre assuntos diversos que compõem o desenvolvimento psicomotor infantil, comportamento e parentalidade. Formada em Educação física. Especialização em Psicomotricidade Clínica/ Educacional. Coautora do livro “Psicomotricidade: da gestação à melhor idade”. Fazendo curso de formação em neurociência do desenvolvimento infantil.
@evelyn.corpoematividade
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Blog: www.corpoematividade.com.br