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Novembro roxo: vamos falar sobre prematuridade? 

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Closeup of a newborn's feet resting in an incubator.

Brasil possui 340 mil nascimentos prematuros por ano, de acordo com Ministério da Saúde

Novembro chegou e é hora de falarmos sobre um assunto extremamente importante: a prematuridade.  O Brasil ocupa a 10ª posição entre os países com mais nascimentos prematuros, o que é preocupante. Hoje, vamos entender quais os fatores de risco que levam a esse quadro, a importância do pré-natal na prevenção e as possíveis sequelas da prematuridade, além dos cuidados que as famílias devem ter com esses bebês.

Em primeiro lugar, é necessário entender que é prematuro o bebê que nasce antes de completar 37 semanas de gestação, o que traz uma série de desafios para o recém-nascido, que ainda não está plenamente desenvolvido para enfrentar o ambiente extrauterino. 

Entre os fatores de risco que levam à prematuridade estão: gestação múltipla, histórico de parto prematuro, infecções, idade materna e até mesmo as condições socioeconômicas e de saúde da mãe. 

A gravidez de gêmeos ou mais bebês aumenta o risco de parto antecipado devido à maior sobrecarga no útero, que precisa se expandir mais rapidamente e além de sua capacidade normal, o que pode causar dilatação precoce e ruptura das membranas. Há menos espaço para o crescimento adequado de cada bebê, aumentando a pressão interna. Gravidezes múltiplas também estão associadas a complicações, como hipertensão, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, que podem antecipar o parto. Além disso, a divisão de nutrientes entre os fetos pode levar a restrições de crescimento, exigindo a antecipação do nascimento.

É importante ressaltar que as condições de idade e socioeconômicas da mulher podem aumentar o risco de parto prematuro. Gestantes muito jovens, menores de 17 anos, e acima de 35 anos, podem apresentar maior risco de complicações gestacionais, como hipertensão, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, que contribuem para o parto antecipado. Mulheres em condições socioeconômicas desfavoráveis tendem a ter menor acesso aos cuidados de saúde de qualidade, incluindo um pré-natal adequado, alimentação balanceada e acompanhamento médico contínuo. A falta de informação durante a gravidez, somada ao estresse causado por fatores econômicos e sociais, também pode agravar o risco de complicações que levam ao nascimento prematuro.

A Importância do Pré-Natal na prevenção
O acompanhamento pré-natal adequado é fundamental para a prevenção do parto prematuro. Durante o pré-natal, é possível identificar e controlar fatores de risco, tratar infecções precocemente, monitorar condições como hipertensão e diabetes gestacional, além de orientar a gestante sobre hábitos saudáveis. Medidas preventivas, como o uso de progesterona em gestações de alto risco ou o cerclagem (quando necessário), podem ser recomendadas para reduzir a chance de um parto prematuro. Além disso, o pré-natal adequado permite identificar sinais de trabalho de parto prematuro e agir com rapidez para tentar prolongar a gestação, minimizando os riscos para o bebê.

Sequelas da prematuridade
A prematuridade pode deixar diversas sequelas, principalmente em bebês que nascem antes das 32 semanas. Dificuldades respiratórias são comuns devido à imaturidade pulmonar, podendo evoluir para doenças crônicas, como a displasia broncopulmonar. Complicações neurológicas, como hemorragias intracranianas, podem resultar em paralisia cerebral ou atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo. A retinopatia da prematuridade pode afetar a visão, podendo levar à cegueira se não tratada. Além disso, os prematuros estão mais suscetíveis a atrasos no desenvolvimento, dificuldades de aprendizado e problemas comportamentais, além de maior risco de complicações gastrointestinais, como a enterocolite necrosante.

Cuidados com o bebê prematuro
Os cuidados com o bebê prematuro envolvem atenção especializada, tanto em ambiente hospitalar quanto domiciliar. Inicialmente, muitos bebês necessitam de suporte em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde são monitorados e recebem auxílio para respirar, manter a temperatura corporal e se alimentar. Após a alta, é essencial garantir um ambiente calmo e livre de infecções, já que eles são mais suscetíveis. O aleitamento materno é fundamental, pois o leite oferece nutrientes e proteção imunológica. O acompanhamento médico regular é crucial, com consultas frequentes para monitorar o desenvolvimento, além de programas de estimulação precoce para ajudar no progresso motor e cognitivo. A vacinação deve ser ajustada e o cuidado rigoroso com a higiene deve ser mantido para evitar infecções.

A prematuridade representa um grande desafio para os bebês e suas famílias, mas com acompanhamento adequado, tanto durante a gestação quanto após o nascimento, muitas complicações podem ser prevenidas ou minimizadas. O apoio emocional e a dedicação dos pais são fatores chave para o sucesso no cuidado e desenvolvimento dos prematuros.

Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade de Neonatologia. 
@dradaniellenegri
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