Brasil possui 340 mil nascimentos prematuros por ano, de acordo com Ministério da Saúde
Novembro chegou e é hora de falarmos sobre um assunto extremamente importante: a prematuridade. O Brasil ocupa a 10ª posição entre os países com mais nascimentos prematuros, o que é preocupante. Hoje, vamos entender quais os fatores de risco que levam a esse quadro, a importância do pré-natal na prevenção e as possíveis sequelas da prematuridade, além dos cuidados que as famílias devem ter com esses bebês.
Em primeiro lugar, é necessário entender que é prematuro o bebê que nasce antes de completar 37 semanas de gestação, o que traz uma série de desafios para o recém-nascido, que ainda não está plenamente desenvolvido para enfrentar o ambiente extrauterino.
Entre os fatores de risco que levam à prematuridade estão: gestação múltipla, histórico de parto prematuro, infecções, idade materna e até mesmo as condições socioeconômicas e de saúde da mãe.
A gravidez de gêmeos ou mais bebês aumenta o risco de parto antecipado devido à maior sobrecarga no útero, que precisa se expandir mais rapidamente e além de sua capacidade normal, o que pode causar dilatação precoce e ruptura das membranas. Há menos espaço para o crescimento adequado de cada bebê, aumentando a pressão interna. Gravidezes múltiplas também estão associadas a complicações, como hipertensão, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional, que podem antecipar o parto. Além disso, a divisão de nutrientes entre os fetos pode levar a restrições de crescimento, exigindo a antecipação do nascimento.
É importante ressaltar que as condições de idade e socioeconômicas da mulher podem aumentar o risco de parto prematuro. Gestantes muito jovens, menores de 17 anos, e acima de 35 anos, podem apresentar maior risco de complicações gestacionais, como hipertensão, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, que contribuem para o parto antecipado. Mulheres em condições socioeconômicas desfavoráveis tendem a ter menor acesso aos cuidados de saúde de qualidade, incluindo um pré-natal adequado, alimentação balanceada e acompanhamento médico contínuo. A falta de informação durante a gravidez, somada ao estresse causado por fatores econômicos e sociais, também pode agravar o risco de complicações que levam ao nascimento prematuro.
A Importância do Pré-Natal na prevenção
O acompanhamento pré-natal adequado é fundamental para a prevenção do parto prematuro. Durante o pré-natal, é possível identificar e controlar fatores de risco, tratar infecções precocemente, monitorar condições como hipertensão e diabetes gestacional, além de orientar a gestante sobre hábitos saudáveis. Medidas preventivas, como o uso de progesterona em gestações de alto risco ou o cerclagem (quando necessário), podem ser recomendadas para reduzir a chance de um parto prematuro. Além disso, o pré-natal adequado permite identificar sinais de trabalho de parto prematuro e agir com rapidez para tentar prolongar a gestação, minimizando os riscos para o bebê.
Sequelas da prematuridade
A prematuridade pode deixar diversas sequelas, principalmente em bebês que nascem antes das 32 semanas. Dificuldades respiratórias são comuns devido à imaturidade pulmonar, podendo evoluir para doenças crônicas, como a displasia broncopulmonar. Complicações neurológicas, como hemorragias intracranianas, podem resultar em paralisia cerebral ou atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo. A retinopatia da prematuridade pode afetar a visão, podendo levar à cegueira se não tratada. Além disso, os prematuros estão mais suscetíveis a atrasos no desenvolvimento, dificuldades de aprendizado e problemas comportamentais, além de maior risco de complicações gastrointestinais, como a enterocolite necrosante.
Cuidados com o bebê prematuro
Os cuidados com o bebê prematuro envolvem atenção especializada, tanto em ambiente hospitalar quanto domiciliar. Inicialmente, muitos bebês necessitam de suporte em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde são monitorados e recebem auxílio para respirar, manter a temperatura corporal e se alimentar. Após a alta, é essencial garantir um ambiente calmo e livre de infecções, já que eles são mais suscetíveis. O aleitamento materno é fundamental, pois o leite oferece nutrientes e proteção imunológica. O acompanhamento médico regular é crucial, com consultas frequentes para monitorar o desenvolvimento, além de programas de estimulação precoce para ajudar no progresso motor e cognitivo. A vacinação deve ser ajustada e o cuidado rigoroso com a higiene deve ser mantido para evitar infecções.
A prematuridade representa um grande desafio para os bebês e suas famílias, mas com acompanhamento adequado, tanto durante a gestação quanto após o nascimento, muitas complicações podem ser prevenidas ou minimizadas. O apoio emocional e a dedicação dos pais são fatores chave para o sucesso no cuidado e desenvolvimento dos prematuros.