Crianças se expõem ao Sol 3 vezes mais que adultos
No calor intenso do verão, as crianças estão mais propensas aos perigos causados pela exposição prolongada ao Sol e a desenvolver alergias cutâneas. De acordo com dados do Departamento de Dermatologia da Sociedade Pediátrica de São Paulo, em condições normais, durante a vida de um indivíduo, a maior vulnerabilidade ao Sol ocorre na infância e na adolescência. Desta forma, é fundamental que a fotoproteção seja iniciada desde os primeiros anos de vida. Você sabia que as crianças se expõem anualmente ao Sol 3 vezes mais que os adultos? Isso ocorre devido as múltiplas atividades ao ar livre em que os pequenos costumam praticar. O mesmo pode ser afirmado para os adolescentes.
Pesquisas apontam que a exposição cumulativa e excessiva durante os primeiros 10 a 20 anos de vida aumenta em larga escala o risco de câncer de pele, tanto o carcinoma basocelular como o espinocelular. Segundo dados da GRAAC, o câncer de pele lidera o ranking de incidência na fase adulta e corresponde a 33%, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Os números estimam 185 mil novos casos anualmente, sendo 8 mil do tipo mais agressivo: o melanoma.
De acordo com estudos científicos, a exposição aos raios ultravioleta pode ainda desencadear reações alérgicas em crianças com predisposição genética. Além disso, é importante ressaltar que a pele infantil, por ser mais sensível, está suscetível a irritações causadas pelo suor em combinação com substâncias presentes em protetores solares e produtos para a pele. Esses agentes podem desencadear reações alérgicas cutâneas, como eczema e urticária. Mas os protetores solares são indispensáveis para a proteção da pele infantil, principalmente os 50+ e o mercado possui produtos específicos infantis e que não provocam reações alérgicas.
É crucial destacar que a escolha de roupas adequadas desempenha um papel importante na prevenção da pele. Tecidos leves e respiráveis ajudam a reduzir a incidência dos raios solares sobre a pele e também amenizam quadros de irritação cutânea, proporcionando conforto durante os meses mais quentes. Mas os pais precisam ficar alertas aos horários mais adequados para a exposição infantil: de manhã, sempre até às 9h e no fim da tarde, após às 17h.
Outro ponto importante para o verão é a alimentação, principalmente quando falamos de temperaturas elevadíssimas. Em dias quentíssimos, não são recomendados pratos gordurosos e sim mais leves possíveis, ricos em saladas, legumes e proteínas. A hidratação também deve estar em dia. Os pais devem estar cientes de que certos alimentos podem agravar alergias de pele em crianças durante o verão. Alimentos ricos em histamina, como morangos e frutos do mar, podem desencadear ou intensificar reações alérgicas cutâneas.
Portanto, é fundamental optar pela prevenção, por meio do uso adequado de protetores solares e roupas apropriadas, respeitando os horários adequados e realizando uma alimentação equilibrada e leve, principalmente durante os dias mais quentes.
Dra. Danielle Negri
Médica pediatra e neonatologista, com mais de 17 anos de experiência. É CEO de um complexo pediátrico no Leblon. Formada pela UFF, possui mestrado pelo conceituado Instituto Fernandes Figueira. Responsável pela UTI neonatal da Perinatal. Anualmente, viaja para os EUA para apresentar suas pesquisas e se atualizar nos congressos mais importantes da área pela Academia Americana de Pediatria e pela Sociedade de Neonatologia.
@dradaniellenegri