A escolha da babá para uma família precisa obedecer alguns cuidados básicos: em primeiro lugar, a entrevista pessoal com a candidata é fundamental, para que se possa observar o asseio corporal, a expressão facial e a maneira de falar, além de indagar sobre a escolaridade e as saídas dos outros empregos (que geralmente reflete a conduta moral da pessoa, se segue preceitos éticos ou não). Outras observações devem ser feitas, como a sua organização familiar e, principalmente, perceber e sentir se acontece a famosa empatia, tão necessária entre pessoas que venham a conviver diariamente.
Caso a entrevista tenha sido favorável, segue-se a etapa das referências de trabalhos anteriores, que devem ser fidedignas. Para se atestar isso, os pais devem verificar pessoalmente a existência do endereço como sendo real. Se a candidata for inexperiente, será preciso buscar referências pessoais, com muito cuidado. Muitas vezes, a busca de antecedentes criminais pode não ajudar muito, pois infelizmente existem vários casos de denúncias de maus-tratos que não chegam a constar na polícia.
Depois de terminada essa etapa, a mãe deve então chamar a candidata para uma nova entrevista, na qual poderá observar outros itens que tenham sido deixados para trás, citando alguns pontos importantes acerca do trabalho doméstico e as necessidades de sua família. Antes dessa etapa, será preciso evitar que a babá tenha contato com a criança, para que a mesma não seja exposta ao trânsito de candidatas.
Cada família tem sua forma de organização própria, mas de um modo geral existem algumas características que não devem faltar a uma boa babá: ser afetiva, sincera, responsável, higiênica, ter disposição física e emocional para brincar, vontade de aprender coisas novas, capacidade de adaptação e de comunicação, iniciativa, alguma capacidade de organização e fundamentalmente, ser bem-humorada.
Caso a nova babá demonstre flexibilidade, adaptando-se sem dificuldade a situações novas, o que também precisa acontecer com a família, o primeiro passo já terá sido dado. A seguir, muito importante será a comunicação entre ambos: a babá precisa ficar a par do que a família espera de seu trabalho (bem como dos limites de sua atuação) e a família precisa saber o que ela espera em troca. Geralmente, uma profissional que é bem tratada vai retornar em empenho e dedicação em sua função.
Aos poucos, e com alguma paciência, os costumes da família vão sendo mostrados e percebidos. Até mesmo as crianças, quando têm afinidade com a nova babá, costumam facilitar a sua adaptação.
Antes da experiência diária propriamente dita, que faz com que nos certifiquemos da escolha feita, o mais importante, antes de tudo, é a demonstração da vontade de aprender e de acertar nos procedimentos por parte da profissional.
Os certificados de conclusão de cursos na área entram como demonstração de um empenho profissional, embora seja necessário que se verifique a validade dessa certificação, a abrangência e qualidade do conteúdo dos cursos feitos e até mesmo o material didático, se houver. É preciso notar, ainda, que as candidatas que não possuem alguma certificação podem não ter tido essa oportunidade por diversos motivos.
A experiência, por si só, pode não significar tanto se a candidata demonstrar rigidez em seu comportamento, apego a crendices, inadaptabilidade ou desinteresse. Algumas vezes, treinar babás inexperientes pode ser mais eficaz, desde que observadas a responsabilidade e iniciativa necessárias.
Outro ponto que deve ser considerado é a capacidade de organização e profissionalismo de uma candidata que se apresente com um currículo, que pode ser simples e direto, mas que, trazendo informações organizadas e referências atualizadas, facilitam aos pais da criança ao momento da contratação. Isso ainda é uma novidade, e a grande maioria das babás sequer sabem que é preciso muito pouco para se organizar dessa forma.
ONDE PROCURAR?
As vias mais comuns vão desde anunciar em jornais, pedir ao porteiro, até empresas de colocação de pessoal.
Empresas de colocação: se você está buscando segurança fique com essa opção, porém, verifique se é uma empresa idônea, há quanto tempo está no mercado, se possui rigoroso teste de seleção e quais benefícios ela oferece.
Empregada que vira babá
Entre a babá e a empregada, não há padrão para escolha e o que influencia, principalmente, é se a pessoa tem perfil para o cargo. É uma alternativa que passa muito mais por uma questão salarial e de organização familiar: o bebê é sozinho ou há outra criança? A intenção é ter uma pessoa exclusivamente para olhar seu filho ou há necessidade de cumprir outras funções durante o dia? Algum adulto poderá ficar parte do dia com o bebê, liberando a funcionária para outros serviços na casa? Levar em conta todos esses detalhes antes de se decidir é fundamental para depois não se arrepender do tipo de profissional contratada, gerando um transtorno de ordem econômica (demissão, encargos) e emocional, já que a babá terá estabelecido certos vínculos com a família.
Você aumentará as chances de acertar quanto mais as suas exigências em relação à babá corresponderem às suas necessidades. Ou seja, não é porque a vizinha acertou com a empregada dela que isso será garantia de sucesso para você também. Uma mãe que trabalha fora o dia todo, por exemplo, precisa de alguém competente não apenas para vigiar o filho e trocar fraldas, mas também com formação e experiência para brincar, fazer passeios, contar histórias – e talvez uma empregada não tenha habilidade para isso. Outra coisa é se a mãe pode passar parte do tempo em casa para organizar a rotina doméstica e estar disponível ao filho, deixando que a empregada fique com o bebê apenas em situações mais simples.
A babá, quando bem preparada e devidamente orientada, é quem vai ajudá-la a dar conta dos cuidados sem fim que uma criança demanda, oferecendo também carinho, atenção e segurança a seus filhos. De sobra, ainda dará suporte nas horas em que você não puder estar ao lado dos pequenos.
Finalmente, é preciso destacar que nenhuma destas credenciais vale muito se não estiverem associadas a uma boa impressão e a outras características fundamentais.
Uma relação de confiança
Mas, para que essa relação realmente funcione, é fundamental escolher muito bem a profissional. A confiança, nesse caso, é à base de tudo, caso contrário será impossível sair para trabalhar e deixar o bebê aos cuidados da pessoa contratada. Histórias de suspeita, que levam os pais a instalar câmeras escondidas para fiscalizar o que acontece durante sua ausência, não devem ser tomadas como exemplo.
Se, na hora de contratar alguém, surgir incerteza, não contrate. Ou então nunca terá segurança na profissional e, pior, passará esse sentimento para o bebê, que poderá responder a todo esse processo da pior forma, ou seja, adoecendo.
Por outro lado, não é recomendável simplesmente delegar todas as funções à babá e deixar que ela seja tão autônoma a ponto de tomar decisões básicas como medicar a criança por conta própria. Várias mães reclamam do fato da babá mandar mais do que ela própria. É natural que algumas mães dependam da ajudante para quase todos os cuidados com o bebê, como higiene, alimentação, estimulação sensorial. Contudo, é imprescindível aquele telefonema durante o dia para se informar. Ela pode se ausentar fisicamente, mas deve estar por dentro de tudo. Em outras palavras, é obrigação da mãe ter sintonia com o crescimento de seu filho e zelar por seu desenvolvimento sadio.
MÃE OU BABÁ: QUEM FAZ O QUÊ
Tem mãe que reclama que a babá ocupa o espaço que deveria ser dela. Se você não abrir mão do que é seu, pode ficar tranqüila que isso não acontece.
Quem dá bronca? É importante que a babá tenha autonomia suficiente até para falar mais duro, se for necessário.Agora, bater, gritar, pôr de castigo, nunca. Ela não tem competência familiar para reprimir.
Quem dita as regras? A criança quer assistir a TV e a mãe não deixa. Mas a babá sabe que se permitir o “agrado” será mais fácil lidar com o pequeno e cede. Erro total. As regras da casa são suas. Se a babá não concorda, deve expor suas razões, mas nunca se decidir por mudar o combinado sem consultá-la primeiro.
Quem cuida da alimentação? Mesmo que seja a babá quem faça todas as refeições com a criança, os hábitos alimentares são passados pela família. Se você deseja que seu filho coma direito, sem excessos, deve criar um cardápio equilibrado para ele e zelar para que a oferta de doces, balas e refrigerantes em sua casa seja moderada. E, atenção, é difícil exigir que a babá controle isso se você entope o armário com as guloseimas.
Será que a babá trata bem o meu filho?
Você nunca ficou com um pouquinho de ciúmes da babá de seu nenê, ao perceber que ele às vezes prefere o colo dela ao seu? Essa é uma questão teoricamente banal, mas que realmente acontece, podendo atrapalhar o relacionamento entre mãe/babá/bebê.
A mãe deve partir do princípio de que se o nenê sorri ou se sente bem ao lado da babá, por um lado é sinal de que ele está sendo bem tratado, fato que deve ser colocado sempre em primeiro lugar. Existem maneiras simples e eficazes de manter em harmonia a relação com a profissional contratada sem prejudicar a qualidade do convívio com o bebê.
Uma delas é dar um dia de folga para a babá, geralmente a cada dez dias, e se dedicar integralmente ao filho. A ação será bem recebida pela profissional, que ganhará um dia a mais de descanso, e principalmente pela mãe e bebê, que terão longas horas de carinho e afeto.
A atenção à criança deve ser feita de corpo e alma. As mães muitas vezes subestimam a capacidade de seus filhos. O bebê percebe quando ela está ao seu lado, porém tendo a mãe pensando em outras coisas. É necessária a dedicação exclusiva ao nenê, com muito amor pra dar.
Por ser um ser humano provido de uma pureza total, o bebê demonstra o que sente pela pessoa assim que a vê. Quando uma babá não cuida bem ou costuma maltratá-la, a criança imediatamente apresenta um quadro de irritabilidade, podendo ficar agoniada e nervosa, sinais evidentes de que a profissional não está correspondendo.
Uma babá para cada idade
0 a 1 ano – Cuidadosa
A babá precisa ser calma e estar atenta aos muitos cuidados que um bebê exige. Ter segurança para carregá-lo ou trocá-lo. Pode ser uma pessoa com mais experiência. Em alguns casos, como os de bebês prematuros, babás-enfermeiras estão mais preparadas para auxiliar os pais.
1 a 3 anos – Bem-disposta
É uma fase difícil. Além de cuidar da criança, precisará de fôlego para ajudá-la a engatinhar e andar. Tem de estimulá-la e ser quase uma sombra, afinal, o perigo está ao alcance da mão ou no próximo degrau de escada.
4 a 6 anos – Companheira
Ela pode ajudar em algumas situações do seu desenvolvimento, lendo histórias, por exemplo. Além disso, precisa estar afinada com a opinião dos pais a respeito de assuntos polêmicos, como perguntas sobre sexualidade.
Depois dos 6 – Observadora
Além de ser companheira, a babá precisa ficar atenta ao comportamento da criança, que passa por grande desenvolvimento intelectual. Ter aptidões, como saber navegar na internet, e ter noções de segurança online é interessante.
A escolha de uma babá, não é uma escolha de uma segunda mãe e sim de alguém que vá cuidar, dar carinho, proteger e respeitar seu filho, por isso tome as mais cuidadosas providencias. Afinal você vai contratar alguém para ficar na sua casa, com seu filho: patrimônios mais importantes de sua vida.