A síndrome dos ovários policísticos ocorre em mulheres na faixa etária de 30 a 40 anos, sendo que de 20% a 30% das mulheres podem desenvolver cisto nos ovários. O cisto no caso, é uma pequena bolsa de 5-6mm que contém um material líquido.
“Os cistos surgem com o desequilíbrio hormonal que acontece no corpo da mulher a partir da puberdade até a menopausa. Esse desequilíbrio faz com que o organismo produza mais andrógenos (hormônios masculinos) que interferem diretamente no processo de ovulação e aparecimento dos sintomas citados”, explica o ginecologista Joji Ueno, doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP e Diretor da Clínica Gera.
A diferença do cisto para os ovários policísticos está ligada ao tamanho e número de cisto. Normalmente, na síndrome dos ovários policísticos são pequenos cistos, porém, em grande quantidade. Já os cistos de ovário são únicos e maiores. Um exemplo, o ovário tem, em média, 9 cm³ e o ovário policístico chega a ter 20 cm³.
As mulheres que sofrem desse sintoma enfrentam problemas sérios e que podem até afetar a saúde. Ciclos menstruais irregulares, menstruação com pausas de dois a três meses, hirsutismo, no caso, aumento dos pêlos no rosto, seios e abdômen, excesso de acne ou até mesmo a infertilidade.
A infertilidade acontece devido às mudanças provocadas no corpo da mulher pela síndrome dos ovários policísticos, sendo responsável por cerca de 30% de infertilidade. Ela ocorre porque a mulher passa a produzir mais hormônios masculinos aumentando as chances de ter um ciclo não ovulatório.
A mulher deve estar atenta a todos esses sintomas, pois quando mais cedo ela realizar um diagnóstico para verificar a existência da síndrome as chances de ocorrer uma infertilidade são menores. Além disso, ovário policístico é considerado no histórico clínico uma doença crônica e por isso, é comum a mulher com ovário policístico consultar um especialista, em busca de tratamento em todas as etapas da sua vida.
Tratamento
A descoberta da doença ocorre por meio de diagnósticos e o tratamento é sintomático. Os exames podem ser feitos pelo ultrassom, em seguida exames de dosagem hormonal ou ainda por meio do exame de toque, feito em visitas de rotina ao ginecologista.
O tratamento ideal varia de mulher para mulher, alguns fatores como: a idade e avaliação dos sintomas influenciam no tratamento. O mais importante dentro do tratamento é o médico descobrir qual é o sintoma e o que mais incomoda, a resposta dessas simples perguntas podem garantir um tratamento eficaz.
“Como se trata de uma doença crônica, não há cura da síndrome e, sim, tratamento dos sintomas”, afirma o ginecologista.
A pílula anticoncepcional pode ser uma alternativa para as jovens, além de regularizar os ciclos menstruais a pílula ajuda a amenizar as dores.
Já as mulheres que possui a doença e deseja engravidar, o tratamento mais indicado é estimular a ovulação. A maioria das mulheres responde bem ao tratamento e conseguem engravidar.
De olho na balança
A obesidade pode ser um dos principais fatores que levam o surgimento do ovário policístico. Estar acima do peso inibe a ação da insulina na célula aumentando o nível de glicose no sangue, exigindo que o pâncreas produza mais insulina.
A estimativa dos médicos é que entre 40 a 50% das mulheres com (SOP) são obesas, além disso, a obesidade pode desencadear outros riscos a saúde como diabetes e doenças cardiovasculares. Nestes casos, as mulheres obesas com a síndrome tem uma dificuldade maior em emagrecer devido às falhas na lipólise dos adipócitos secundários e também porque á presença de resistência á insulina.
Recomendações
Infelizmente ainda não há cura para a (SOP), mas o tratamento ainda é a melhor indicação para esses casos.
Consulte regularmente o seu ginecologista, não deixe de fazer exames preventivos. Não se descuide e esteja sempre atenta a qualquer sintoma. Controle o seu peso. A obesidade pode prejudicar no tratamento. Mulheres com ovário policístico correm risco de problemas cardiovasculares na menopausa.
E lembre-se, fazer exercícios físicos e alimentar-se saudavelmente podem ajudar no tratamento.
Fonte- Ginecologista Joji Ueno, doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP e Diretor da Clínica Gera.