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Papo sério: precisamos falar sobre andadores!

Tempo de Leitura: 4 minutos
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cute little baby learning to walk in walker at home

Assunto sensível, porém necessário! E eu espero que até o final desta coluna tenha te convencido a me ajudar nesta batalha contra este dispositivo!

Todas nós já ouvimos ao menos uma vez: “Compra um andador para este bebê que ele anda rapidinho!”, certo? Pois hoje eu venho aqui te dizer que não é bem assim que funciona!

Não existe nenhuma comprovação científica que embase a informação de que bebês que usam andadores andam mais rápido, na verdade a indústria se alimenta da ansiedade materna por ver o bebê andando e vende este “golpe de marketing”, mas você mamãe moderna leitora da Materlife não cairá nessa!

Na verdade, vim te contar que a ciência mostra bem o contrário, tem artigos que mostram que os andadores podem causar atraso da marcha e existe uma explicação neurológica para isso, vem comigo! Quando os bebês são colocados nos andadores eles tendem a bater os pés no chão e “andar” fazendo com que o cérebro absorva exatamente essa informação, então quando colocado no chão o bebê não levanta os pés e dá passos, o que atrasa a aquisição da marcha, pois ele precisa aprender a andar da forma correta. Seguindo este mesmo raciocínio alguns bebês aprendem a andar na ponta dos pés, já que arrastam a ponta dos pés no chão e ele anda, o que futuramente pode causar encurtamento de tendões e músculos da perna.

Além do argumento utilizado de andar mais rápido, muitos dizem que os andadores são mais seguros, pois dão estabilidade aos bebês na marcha. E essa com certeza é a maior mentira vendida pelos andadores, de seguro eles não têm nada. Existem muitos artigos científicos evidenciando a relação entre andadores e acidentes domésticos, dados indicam cerca de 10 mil internações por ano os relacionando, sendo 40% destes traumas cranianos devido a quedas e os outros acidentes englobam em sua maior parte queimaduras, intoxicações e afogamentos. Dados de uma pesquisa americana registrou 34 mortes em 25 anos de pesquisas, sendo o uso do andador citado como causa direta. São diversos estudos que trazem números alarmantes quanto a acidentes, internações e até mesmo óbitos envolvendo o tal item.

Usualmente as crianças são colocadas nos andadores logo após obterem o controle de tronco, o famoso sentar, por volta dos 7/8 meses, muitos destes bebês não estão prontos para ser colocados em pé nesta idade, o que acaba por causar uma sobrecarga nos tornozelos, joelhos e quadris dos pequenos. Além disso não há maturidade da musculatura ao redor da coluna para que o bebê seja colocado de pé neste momento, o que no futuro trará algum prejuízo postural à criança.

Eu sei que na sua cabeça neste momento pode estar passando, mas diante de tudo isso por que a venda ainda é permitida, não é mesmo? O Canadá é o único país que tem a venda de andadores proibida, países da Europa e EUA ainda tentam proibir o uso. Em nosso país a Sociedade Brasileira de Pediatria conseguiu em 2013 proibir a venda, mas infelizmente a indústria dos brinquedos recorreu da decisão e de acordo com os fabricantes seu uso é de responsabilidade dos pais. Em março de 2023 a Sociedade de Pediatria de São Paulo entrou com novo pedido junto as autoridades, que está ainda em tramitação.

Mas então qual seria a opção para incentivarmos o andar dos pequenos? Os empurradores são uma opção mais segura, mas entendam que ainda sim podem causar acidentes, sendo assim, devem ser utilizados sob constante supervisão de seus responsáveis. Mas se vocês pensarem bem o bebê não precisa de muito, ofereça a ele uma cadeira ou pufe que ele irá empurrar e servirá tanto quanto!

Existem outras diversas formas que você pode incentivar seu pequeno a andar, corre lá no meu Instagram que tenho várias dicas! Acredito que a informação salva e espero que com esta coluna eu tenha feito algumas pessoas entenderem o quão perigoso um andador pode ser e tenha salvado o desenvolvimento de alguns bebês por aí! Até o próximo mês!

Dra. Patrícia Lattaro
Fisioterapeuta, mãe do Gabriel, apaixonada por bebês e seu desenvolvimento, pós-graduada em Reabilitação Neurofuncional pela Universidade Federal de São Paulo. Há 15 anos uso meu conhecimento para auxiliar famílias a entender o desenvolvimento de seus bebês de forma descomplicada.

patilattaro@gmail.com
@patricialattaro.fisio
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