Hoje vamos falar de um assunto que está na pauta do dia a dia de muitas mulheres e parceiros também! A chamada TPM está inserida no contexto das oscilações hormonais da segunda fase do ciclo (fase lútea). Nesse momento, iniciado após a ovulação e que vai até a menstruação, há diminuição do estrogênio circulante e predomínio da progesterona. Tudo isso ocorre a fim de preparar o organismo da mulher para uma provável gestação. Não ocorrendo a fecundação, os níveis de progesterona caem e ocorre a descamação do endométrio que resulta na menstruação e no início de um novo ciclo.
A fase lútea dura 14 dias e neste período podemos ter sintomas como aumento da retenção hídrica, baixa produtividade, diminuição da vontade sexual e a labilidade emocional. A essas alterações damos o nome de TPM, Transtorno Pré Menstrual.
Algumas mulheres sofrem com a exacerbação dos sintomas que podem inclusive gerar muita dor e eventualmente algum tipo de incapacitação vinculada. Trata-se do Transtorno Disfórico Pré Menstrual (TDPM), uma doença que precisa ser tratada de forma adequada e que muitas vezes exige uma intervenção farmacológica associada, como também mudanças de estilo de vida.
E qual seria a prevalência dessa doença na população feminina?
A prevalência dos sintomas da TPM é de 75% até 80% nas mulheres em idade reprodutiva. Há muita variação sobre sintomas, duração etc.
Já a prevalência do TDPM é de 3% até 8%, e os sintomas geralmente estão relacionados à parte emocional, a exemplo déficit de funcionamento social, profissional e familiar.
E como podemos diferenciar a TPM do TDPM?
Bom, os critérios utilizados para diagnosticar o TDPM são aqueles estabelecidos pelo Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Psiquiátrica Americana (DSM IV). Devem estar presentes cinco ou mais sintomas na maioria dos ciclos menstruais durante a última semana da fase lútea, sendo que devem começar a diminuir após o início da fase folicular. Destacam-se os seguintes:
· Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos;
· Acentuada ansiedade, tensão, sentimento de estar com nervos à flor da pele;
· Instabilidade afetiva acentuada;
· Raiva ou irritabilidade persistente e acentuada ou conflitos interpessoais aumentados;
· Diminuição do interesse pelas atividades habituais;
· Sentimento subjetivo de dificuldade de concentração;
· Letargia, fadiga fácil ou acentuada, falta de energia;
· Acentuada alteração do apetite, excessos alimentares ou avidez por determinados alimentos;
· Hipersonia ou insônia;
· Sentimento subjetivo de descontrole emocional;
· Outros sintomas físicos, como sensibilidade ou inchaço das mamas, cefaleia, dor articular ou muscular, sensação de “inchaço geral” e ganho de peso.
Colocado esse quadro geral, vale dizer que outro dado muito interessante nesse contexto e que deve ser levado em consideração é que a mulher que tem TDPM, provavelmente, poderá ter chance aumentada para Depressão Pós-parto e quadros depressivos mais graves no Climatério e Menopausa.
Enfim, em resumo o que realmente importa é que TPM e TDPM são assuntos que devem ser conversados pela mulher com sua médica ginecologista, de modo a identificar precocemente qualquer indicativo de necessidade de tratamento adequado. Não postergue um tema tão importante e que pode sim ser resolvido de forma efetiva.
Cuidar da parte física e mental é fundamental para uma boa saúde geral e deve sempre ser prioridade para a mulher!
Dra. Larissa Atala
Ginecologista e Obstetra, membro da Febrasgo
Especialista em Endoscopia Ginecológica
@dralarissaatala
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