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Recortes sobre o desenvolvimento infantil após a Covid-19

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Esse mês de dezembro o mundo completa quatro anos do primeiro caso oficial de coronavírus (COVID-19). Apesar do duro enfrentamento do período pandêmico, é vital compartilhar alguns resultados de estudos acerca do desenvolvimento infantil; especialmente a famílias que experenciaram esse período com bebês e crianças, e mesmo passado o período, se sentem inseguras quanto às aquisições de habilidades que compõem o desenvolvimento global saudável para determinada faixa etária.

Vamos começar fazendo menção de estudos brasileiros: esse primeiro estudo foi realizado no Rio Grande do Norte com o objetivo de investigar o risco de atraso de desenvolvimento em bebês de mães diagnosticadas com COVID-19. Ocorreu em 2021 com bebês de ambos os sexos, divididos em dois grupos (mães com COVID-19 e mães sem COVID-19), a idade dos bebês variou entre 1 e 12 meses de vida.

Os maiores riscos de atraso de desenvolvimento motor e de alterações socioemocionais foram relacionados aos bebês com mães que apresentaram COVID-19 durante a gestação. Os autores desse estudo sugerem que por conta da pandemia e do consequente isolamento social, as avaliações de desenvolvimento de bebês não se limitem aos que apresentam atraso ou risco para o desenvolvimento (Fialho Silva et al., 2023).

O segundo estudo brasileiro foi realizado no Ceará, ele apresentou dados sobre o impacto da pandemia e evidências de recomposição de aprendizagens na pré-escola. A ideia inicial do estudo era avaliar características que contribuíam para a aprendizagem da criança na educação; entretanto, ao início da pandemia passou a ser avaliar os efeitos da pandemia no desenvolvimento de crianças, incluindo o processo de aprendizagem no retorno às atividades presenciais. Desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo foram avaliados por meio de entrevistas com pais, professores e testes de habilidades.

A pesquisa durou quatro anos (2019-2022) e acompanhou 1364 crianças matriculadas na rede pública municipal de Sobral. As alterações mapeadas incluíram: padrões de sono, oportunidades de brincar ao ar livre, atividade física e exposição à tela. Os resultados mostraram uma diminuição da regularidade de atividade física (brincadeiras que envolvam movimento ou atividades orientadas) e aumento do tempo de exposição à tela (televisão, tablet, celular, computador e games). A aptidão física e as habilidades motoras das crianças foram avaliadas, um dos testes foi o de sentar e levantar do chão. Comparando o período pré pandemia com o período da pandemia, este estudo sugere que a frequência à pré-escola está associada a uma melhora na medida de aptidão física das crianças. A notícia ótima é que as crianças avaliadas em 2022 apresentaram um desenvolvimento da aptidão física mais próximo ao grupo pré pandemia, o que sugere uma recuperação (Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, 2023).

Em termos de marcos de desenvolvimento global, em 2022 foi lançado um estudo internacional sobre os “novos marcos de desenvolvimento”; um estudo fortemente orientado para a pauta da vigilância ao desenvolvimento global de crianças com idade entre 2 meses e 5 anos e que apresenta como pilares quatro domínios: a) socioeconômico, b) linguagem e comunicação, c) cognitivo e 4) motor.

Esse estudo refere que menos de um quarto de crianças que apresentam atraso de desenvolvimento ou incapacidade participam de programas de intervenção precoce antes dos 3 anos de vida. Por conta disso, destaca a identificação precoce de crianças com atraso de desenvolvimento, valorizando ações não somente de saúde e reabilitação, mas ações de aspectos relacionais entre pais e especialistas em desenvolvimento infantil (Zubler et al., 2022).

Diversas são as habilidades que bebês e crianças podem ter sofrido privação ou carência de estímulo durante o período da pandemia: habilidades motoras, de linguagem ou comunicação, sociais, afetivas e sensoriais. Com as restrições que a pandemia trouxe, esse olhar sobre o desenvolvimento infantil ganhou significância especial para crianças com a faixa etária dentro da primeira infância, de 0 – 6 anos de idade. Se você é pai ou mãe de uma criança nascida dentro do período de pandemia, recomendo uma avaliação de desenvolvimento com um fisioterapeuta pediátrico. Estou à disposição para sanar dúvidas sobre desenvolvimento infantil e oferecer sugestões que melhorem o repertório motor do seu filho.


Dra. Taciane Melo
Fisioterapeuta neuropediátrica, especializada em desenvolvimento de bebês,
Instrutora de Shantala,
Mestre em Saúde Pública pela Fiocruz, Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN), Membro da La cause Des Bébés, associação francesa transdisciplinar de estudos e pesquisas sobre bebês, unidade Brasil.
Mentora de desenvolvimento infantil, atendimentos online e presencial.
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@fisiotaciane_melo
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