Tosse, espirros, congestão nasal. O bebê pegou um resfriado e os sintomas estão demorando a passar? Atenção, a causa pode ser outra: alergia. Trata-se de uma reação imunológica exagerada do organismo ao entrar em contato com determinadas substâncias (alérgenos), em geral, inofensivas para a maioria das pessoas. Como os sinais são parecidos com os de outras doenças, às vezes, pode haver confusão no diagnóstico. Nos primeiros anos de vida, as mais comuns são as respiratórias (asma e rinite) e as alimentares.
Asma e rinite alérgica
A asma é uma inflamação das vias aéreas (dutos por onde passa o ar), o que faz com que fiquem mais estreitas e, por consequência, causa dificuldade para respirar. Nos asmáticos, a mucosa que reveste as vias aéreas reage mal, digamos assim, à poeira, pelos de animais, alterações climáticas, fumaça e fungos (mofo e bolor), entre outras coisas. Ao ser exposto a essas substâncias, o bebê pode apresentar falta de ar, tosse, dor e chiado no peito. Mas vale lembrar que o último sintoma é relativamente comum em bebês durante gripes ou resfriados – e desaparece com o tempo.
Já a rinite alérgica se caracteriza por uma inflamação da mucosa nasal ao entrar em contato com alérgenos como o pólen, fungos (mofo e bolor) e ácaros presentes em pelos de animais e na poeira doméstica. Os sintomas mais comuns são espirros, coriza, coceira e congestão nasal.
Alergia alimentar
Como o sistema imunológico dos pequenos ainda é imaturo, certos alimentos como ovo, trigo, leite, soja, frutos do mar, castanhas e até mesmo frutas cítricas e vermelhas podem causar alergia. Os sinais – urticária, cólicas, diarreia, inchaço nos lábios e na língua e também dificuldade para respirar – aparecem logo depois que a criança comer alguns desses itens. Ou, ainda, se a mãe ingerir algum dos alimentos que provoquem alergia na criança, no caso dos bebês que mamam no peito. A perda de sangue nas fezes é um sinal importante desse tipo de alergia: se notar algo suspeito ao trocar as fraldas do bebê, avise o pediatra.
Diagnóstico e tratamento
A melhor maneira de detectar a alergia é por meio de uma avaliação cuidadosa do pediatra, que vai fazer um exame clínico do bebê e checar o histórico da família, já que a doença tem um fator genético importante. Se achar necessário, o médico também pode solicitar alguns exames de sangue (como o Rast) e testes alérgicos de laboratório para complementar e indicar um especialista em alergias.
O tratamento varia conforme o tipo da doença. No caso da asma, existem medicamentos chamados de resgate, para amenizar os sintomas rapidamente durante as crises, e os de controle (usados por um período maior como forma de prevenção). Já a rinite também pode ser aliviada com medicação, mas assim como no tratamento da asma, é fundamental evitar o contato com a substância desencadeadora dos sintomas.
O problema é que, mesmo mantendo a casa bem limpinha, é praticamente impossível eliminar o ácaro 100% dos ambientes. Ainda assim, a casa, principalmente no quarto do bebê, deve ser bem arejada e sem cortinas, bichos de pelúcia, tapetes e outros acessórios que acumulam poeira.
Contra as alergias alimentares vale a mesma recomendação: remédios para tratar os sintomas, quando necessários, e afastamento dos alimentos que provocam reações. Em algumas situações, basta substituir o leite por alguma fórmula antialérgica. E quando o bebê mama no peito, a mãe fica proibida de comer o que estiver causando alergia na criança.
O bebê vai ser alérgico para sempre?
De maneira geral, as alergias alimentares provocadas por leite, ovos, trigo e soja que aparecem ainda na infância tendem a desaparecer entre os 3 e 5 anos de idade. Já as causadas por amendoim, nozes e frutos do mar podem durar a vida inteira.
As respiratórias, infelizmente, são crônicas, ou seja, não têm cura.
Mas com o tratamento adequado, a criança pode viver sem crises e se desenvolver normalmente.
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