Clique e acesse a edição digital

Será que vocês, pais, têm estimulado a autonomia e independência dos seus filhos?

Tempo de Leitura: 4 minutos
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Adorable blonde girl preschool student smiling confident opening backpack at kindergarten

É necessário compreender os conceitos de autonomia e independência, para identificar se vocês pais têm estimulado no cotidiano do seu filho ambas as valências ou somente a independência, o que é muito comum no cotidiano das famílias.

A independência refere-se à habilidade da pessoa em desempenhar uma tarefa sem receber nenhuma assistência, como vestir-se, usar o vaso sanitário, organizar a mochila da escola, tomar banho, preparar uma refeição, se locomover na comunidade, entre outras.

Já a autonomia se refere à capacidade de uma pessoa tomar suas próprias decisões e agir de acordo com suas próprias vontades, necessidades, valores e interesses, exemplo: escolher o que quer almoçar, guardar os brinquedos, gerenciar seu tempo, qual roupa gostaria de usar e ajudar a limpar o quarto.

Uma pessoa pode ter autonomia e não ter independência, como é o caso de pessoas com uma deficiência ou limitação motora, que necessita de ajuda para vestir-se, mas conforme suas habilidades cognitivas, ela pode ter a autonomia de escolher qual roupa gostaria de usar ou o que gostaria de comer.

O cenário mais comum entre as famílias, que nós terapeutas encontramos na prática clínica é o paciente que desenvolve habilidades para ter independência, mas não tem autonomia, ou seja, possui habilidades necessárias para desempenhar uma tarefa, mas devido a rotina corrida, falta de informação, experiência dos pais ou de tempo, os cuidadores acabam executando a tarefa por ser mais rápido.

Precisamos então encontrar um equilíbrio na rotina corrida, entre fazer tudo pelas crianças e deixá-las fazer todas as tarefas sozinha, é válido ressaltar que as crianças vão precisar de um nível de assistência, conforme forem adquirindo habilidades: cognitivas, motoras, sensoriais, sociais e de comunicação, o adulto reduz esse nível de assistência.

Mas para adquirir as habilidades necessárias, por exemplo para vestir-se, a criança precisa experienciar, criar hipóteses de em qual buraco da blusa ela precisa pôr a cabeça, em quais precisam colocar os braços, qual peça de roupa ela coloca nos membros superiores e quais nos inferiores.

Minha orientação é que cada família selecione momentos da rotina para estimular a criança, por exemplo se durante a manhã é corrido para ensinar a escovar os dentes sozinho, escolha dar menos assistência na escovação noturna. Assim, também pode ser feito com as demais tarefas da rotina, o importante é sempre que possível deixar a criança tentar fazer.

Vocês pais podem graduar o nível de assistência dada nas tarefas, começar observado como a criança desempenha, façam perguntas a ela, ao invés de dar a resposta, exemplo: você já conseguiu escovar os dentes, o que mais falta fazer: as respostas esperadas seriam “escovar a língua” ou “enxaguar a boca”, assim você auxilia a criança a ir criando hipóteses do que ela precisa fazer.

Se ela ainda necessitar de ajuda, faça em você mesmo para que ele imite, caso a criança ainda não consiga, coloque a sua mão sobre a dela e realize junto, ensinando-a por exemplo um movimento que precisa ser executado, com a escova de dentes.

Ao conceder autonomia aos filhos, vocês permitem que eles desenvolvam habilidades essenciais para a vida cotidiana. Ao encorajá-los a tomar decisões por si mesmos, como administrar o tempo, lidar com o dinheiro, guardar os brinquedos, conseguir ir ao mercado e fazer uma compra, resolver problemas, os pais capacitam seus filhos a se tornarem mais independentes e preparados para enfrentar situações futuras que inevitavelmente surgirão em suas vidas.

Além disso, ao promover a autonomia, os pais estão incentivando o desenvolvimento da autoconfiança e da autoestima em seus filhos. Quando as crianças percebem que são capazes de tomar decisões e lidar com as consequências, elas se sentem mais seguras e confiantes em suas próprias habilidades. Essa confiança é fundamental para que eles se tornem adultos resilientes, capazes de enfrentar desafios da vida diária.

Dra. Amanda Silverio Parro
Terapeuta Ocupacional, formada pela Universidade Federal do Paraná. Pós-graduanda em desenvolvimento Infantil e Intervenção precoce: modelo centrado na família.
Atua com abordagem de Integração Sensorial de Ayres ®, contribuindo para que crianças e adolescentes desempenhem suas ocupações, com autonomia e independência. 
@to.neuropediatria
Share on facebook
Facebook
Share on whatsapp
WhatsApp
Share on linkedin
LinkedIn
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email

Subscribe To Our Newsletter

Subscribe to our email newsletter today to receive updates on the latest news, tutorials and special offers!