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Truques para engravidar: será que eles funcionam?

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Comer seis cenouras por dia, rezar 16 missas para avós e bisavós, acender uma vela branca dedicada a São Cosme e Damião, pendurar sapatinhos de lã para bebês em uma árvore, fazer uma oração para engravidar com recebimento do milagre já no dia seguinte… Mesmo em meio a tantos avanços científicos, as crenças populares ainda são muito fortes no Brasil. Quando o assunto é engravidar, não é diferente. Não faltam simpatias, truques e milagres para realizar o sonho de ser mãe.

Para 8% a 15% dos casais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), realmente não têm sido tão fácil engravidar. Só no Brasil, estima-se que mais de 278 mil casais tenham dificuldade para gerar um filho em algum momento de sua idade fértil. Mas os motivos vão bem além da falta de fé ou de um empurrãozinho divino. Diabetes, hipertensão, endometriose, varicocele… São vários os problemas que podem surgir com a idade e atrapalhar a fertilidade.

“O imaginário popular criou, ao longo dos tempos, uma série de ideias que foram se cristalizando como verdades absolutas, dando origem aos famosos ‘mitos’ ou ‘preconceitos’. O corpo feminino e a fertilidade da mulher têm sido fontes de inúmeras fantasias que, ao invés de ajudar as mulheres, só criam obstáculos”, diz o ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP, responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica Gera.

À espera de um milagre

Transar dia sim, dia não ou todos os dias e com hora marcada são uns dos maiores mitos sobre a gravidez. Segundo Ueno, uma informação que não só não é verdadeira como ainda pode influenciar negativamente. Isso porque é fundamental a mulher relaxar na hora do sexo, visto que a ansiedade é um dos grandes inimigos da fertilidade. “Além de que pesquisas comprovam que quando o casal tem relações sexuais todos os dias, diminui a qualidade de volume do esperma, dificultando a possibilidade de uma gravidez”, alerta o médico.

Mas e relações sexuais nos dias da ovulação resultam sempre em gestação?

Outro mito. Mesmo se o casal tiver relações sexuais todos os dias, durante um mês, incluindo o período fértil, apenas 20% das mulheres irão engravidar. Por outro lado, muitas vezes, uma única relação, no mês, pode resultar em gravidez, principalmente no caso das mulheres mais jovens. “Em um ciclo normal de 26 a 32 dias, a mulher normalmente ovula entre o 11° e 15° dia, mas como isso não é uma regra, fica difícil ter uma data exata. Além disso, outros fatores podem afetar a ovulação. Mas, é claro que transar no dia fértil aumenta a probabilidade de gravidez”, diz o ginecologista.

Algumas mulheres também acreditam que posições, como erguer as pernas após a relação ou colocar um travesseiro sob o bumbum durante o sexo podem aumentar a velocidade do espermatozoide e dar aquela ajuda no encontro tão esperado com o seu óvulo. Mais um mito e dos que causam polêmica por ter um fundo de verdade. Pesquisas mostram que existe, sim, uma posição que ajuda a engravidar, mas não é preciso uma grande ginástica para isso. “Alguns especialistas acreditam que os espermatozoides podem alcançar o óvulo mais rápido se a mulher permanecer deitada após o sexo. Se ela ficar de pé logo após a relação, há o risco de o esperma escorrer pelas pernas”, diz Joji.

Outra crença popular que, com um pouco de informação, logo cai por terra é a de que introduzir o absorvente interno após a relação impediria o espermatozoides de fugir. Por ser muito rápido, corre a 40 km/h, o espermatozoide já chega ao útero logo após a ejaculação – ou seja, essa afirmação não tem fundamentação alguma. “Alguns ainda dizem que não pode tirar o plástico envolto a ele, senão vai absorver todo o sêmen. É um absurdo porque ainda pode causar sérios problemas na região e afastar ainda mais o sonho de ter um filho”, adverte o especialista.

Sem truques, nem simpatias

Uma das coisas que mais ajudam a engravidar é informação. Isso mesmo. Saber como e o que fazer para ajudar a engravidar é fundamental para que o casal não caia em crenças que podem só dificultar a concepção. Para isso, o primeiro passo é tanto o homem quanto a mulher consultarem um especialista. Durante a consulta, o médico irá avaliar os antecedentes clínicos do casal, em relação a doenças, intervenções cirúrgicas, característica do ciclo menstrual da mulher, dificuldades sexuais e o estilo de vida do casal.

“Após o levantamento dessas informações clínicas, o casal será submetido a realizar diversos exames complementares, como, por exemplo, o controle do equilíbrio hormonal, análise do esperma do homem, raios-X, para examinar os órgãos reprodutivos”, explica Ueno.

Dependendo do resultado dos exames, o médico poderá indicar uma inseminação intrauterina, momento mais propício para ter relações sexuais ou a fertilização in vitro. “Muitas vezes, a gravidez é obtida com condutas simples e nem precisam da reprodução assistida. Entretanto, algumas vezes nenhum problema específico é identificado e a infertilidade é inexplicada. Nesses casos ou quando os tratamentos convencionais fracassam, tratamentos avançados de infertilidade, como inseminação intrauterina programada ou a fertilização in vitro, podem ser sugeridos. O mais útil sempre, em vez de pedir conselho ao amigo ou vizinho, é ir ao médico”, orienta.

DESTAQUE: Para 8% a 15% dos casais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), realmente não têm sido tão fácil engravidar.

Fonte: Ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade de Medicina da USP

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