Recentemente surgiram na mídia algumas matérias sugerindo uma relação entre mamografia e aumento da incidência de câncer de tireoide. Essas reportagens têm gerado dúvidas quanto à necessidade do uso de protetor de tireoide durante a realização da mamografia. Por isso, sobre esse assunto, a FEBRASGO em conjunto com a CBR e a SBM reafirma que:
1) Não existem dados consistentes que demonstrem que uma mulher submetida a mamografia tenha aumento do risco de câncer de tireoide.
2) A dose de radiação para a tireoide durante uma mamografia é extremamente baixa (menor que 1% da dose recebida pela mama). Isto é equivalente a 30 minutos de exposição à radiação recebida a partir de fontes naturais.
3) Com base nesses dados, o risco de indução de câncer de tireoide após uma mamografia é insignificante (menos de 1 caso a cada 17 milhões de mulheres que realizarem mamografia anual entre 40 e 80 anos);
4) Além disso, o protetor de tireoide pode interferir no posicionamento da mama e gerar sobreposição – fatores que podem reduzir a qualidade da imagem, interferir com o diagnóstico e levar à necessidade de repetições de exames.
5) Em nota, a Agência Internacional de Energia Atômica destaca: “Na mamografia moderna, há uma exposição insignificante para outros locais que não seja a mama. O principal valor da utilização dos protetores de radiações é psicológico. Se tais protetores forem fornecidos, somente a pedido da paciente. O protetor não deve ser mantido em exposição na sala de exame. A presença dos aventais e colares na sala de mamografia pode sugerir que seu uso é uma prática aceitável, o que não é o caso.”
Portanto, o Colégio Brasileiro de Radiologia, a Sociedade Brasileira de Mastologia e a FEBRASGO reiteram a posição de não recomendar o uso do protetor de tireoide em exames de mamografia. Essa posição está de acordo com o posicionamento de outras entidades internacionais: American College of Radiology, American Society for Breast Disease, American Thyroid Association e International Atomic Energy Agency.
Fonte: Febrasgo