Manter-se hidratado é muito importante em todas as fases da vida, desde bebê até a idade mais senil. A água é parte importante no funcionamento de todas as células e órgãos do nosso corpo. É através da hidratação que conseguimos manter a temperatura corpórea normal, transportar nutrientes, ter um bom funcionamento do sistema circulatório, remover resíduos do nosso organismo pelo bom funcionamento renal e do sistema gastrointestinal, entre outras inúmeras vantagens.
No verão a necessidade de hidratação é ainda maior devido as mais altas temperaturas e a maior transpiração. A melhor forma de se manter hidratado é ingerindo água, sendo ela sempre muito melhor do que sucos ou quaisquer outros líquidos.
Algumas situações mais frequentes no verão funcionam como fatores de risco para desidratação, como aumento da exposição ao sol, frequentar piscina, praia, aumento da incidência das “viroses” que desencadeiam vômitos e diarreia. Importante todos ficarmos atentos a algumas medidas de prevenção a desidratação:
• insistir no aumento do consumo de água pelas crianças, sendo essa filtrada, mineral ou fervida, ofertando em pequenas quantidades, com frequência. Deixar um copo com água sempre disponível para as crianças, estimula para que essa seja sempre consumida.
• se expor ao sol em horários adequados, ou seja, início da manhã e final da tarde.
• ficar muito atento quanto a conservação e acondicionamento dos alimentos, especialmente aqueles que necessitam de refrigeração, como iogurtes, carnes, entre outros, que podem “estragar” e serem fontes de infecções gastrointestinais.
As infecções gastrointestinais, as famosas “viroses” são uma das grandes causas de desidratação no verão, que pode ser reconhecida na criança por sintomas como boca seca, com pouca ou nenhuma saliva, olhos fundos, secos e sem lágrimas, diminuição da urina, sensação de muita sede e em graus mais acentuados, a criança pode ficar bem desanimada ou mesmo sonolenta.
Quando ocorre a desidratação a reidratação oral tem de ser iniciada imediatamente. Se a criança não estiver com vômitos, a quantidade não precisa ser muito limitada, podendo ser oferecida após cada evacuação líquida ou até de hora em hora. Habitualmente ofertamos cerca de 50 a 100ml da solução de reidratação para crianças até 1 ano, de 100 e 200ml para crianças de 1 a 10 anos e 400ml ou quanto desejar para pacientes maiores de 10 anos.
Caso a criança esteja vomitando, devemos evitar ofertar grandes volumes de líquido por administração. Nesses casos o ideal é ofertar volumes pequenos e com maior
frequência. Caso a criança recuse a reidratação ou persista vomitando, existe a indicação de busca por assistência médica para avaliação presencial. Evite automedicar seu filho. Caso seja necessário o uso de medicação, o ideal é que sempre seja orientado pelo pediatra.
Ensinar e estimular as crianças a beberem água é um excelente aprendizado e preventivo da desidratação, que com certeza irá colaborar muito para sua boa saúde durante toda sua vida.
Dra. Daniela Vinhas Bertolini
Pediatra e Infectopediatra. Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Membro do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Infectopediatra do Programa Estadual e Municipal de IST/Aids de São Paulo
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