O ato de comer, nem sempre é racional – saudável. A fome ou ato de comer pode ser emocional. Determinados alimentos que comemos são para satisfazer a nossa fome emocional. Normalmente, esses alimentos têm baixo valor nutricional e alto valor calórico.
Algumas pessoas mantêm dietas restritivas e super saudáveis e nunca se dão o prazer de um alimento que alimenta o seu coração. Preciso dizer que essas pessoas estão mais próximas de desenvolver um transtorno alimentar do que aquela pessoa que se permite comer um alimento com uma memória afetiva.
Mas daí a dúvida, quando liberar os alimentos de baixo valor nutricional? Antes dos dois anos, a criança está em processo de construção do cérebro. Assim, nessa faixa etária não é adequado estimular a liberação de dopamina (neurotransmissor que estimula a busca por “recompensas alimentares”). Uma criança menor de dois anos, não está pronta para distinguir alimentos de alto valor nutricional e alimentos saudáveis. Nesse caso, oferecer açúcar, embutidos, refrigerantes, frituras, cafeína e demais guloseimas, não é uma atitude assertiva. Espero o tempo certo.
Vamos considerar que você passou dois anos ensinando o seu filho a comer cereais, frutas, verduras, legumes, carnes e laticínios. Dessa mesma forma, você terá a infância toda para ensinar ele a consumir os alimentos que alimentam o nosso emocional. Portanto, por que a pressa?
Em cada oportunidade você precisa apresentar os alimentos com baixo valor nutricional e explicar para ele, que existem alimentos que devem ser consumidos todos os dias e outros, que são consumidos em datas especiais. Por exemplo, brigadeiro. Não considero adequado ter brigadeiro de sobremesa na segunda-feira. Mas, festa de aniversário sem brigadeiro, não combina, né?!
Criar boas memórias alimentares com os seus filhos é algo fantástico e que permite a criança a realizar escolhas adequadas em todas as fases da sua vida.
Agora uma dica, quando você for oferecer um alimento de alto valor calórico para o seu filho, explique que ele precisa comer DEVAGAR. Ou seja, tocar, sentir o cheiro e mastigar devagar. Essa é a forma de saborear verdadeiramente um alimento especial.
E não esqueça, crie memórias afetivas com o seu filho. Que criança não gostar de passar tempo com os seus pais? Que tal esse tempo ser na cozinha criando boas memórias e recheadas de sabores da infância?!