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Intolerância à lactose e alergia à proteína ao leite de vaca

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Seu bebê tem apresentado algum mal-estar depois de mamar? Isso pode ser um sinal de que ele tenha alergia à proteína do leite de vaca (APLV) ou intolerância à lactose. A princípio elas podem ser difíceis de diferenciar entre outras doenças. Além disso, elas apresentam alguns sintomas semelhantes, apesar de serem condições distintas, variando inclusive a gravidade das reações.

A alergia ao leite de vaca é muito mais comum em crianças – especialmente em bebês. Adultos raramente têm APLV. A intolerância à lactose pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais recorrente em adultos e idosos. Também pode surgir como consequência, às vezes temporária, em casos de diarreia prolongada ou doenças inflamatórias intestinais.

A APLV pode trazer consequências mais graves do que a intolerância à lactose. Sabendo que ela é mais recorrente na infância, é mais alta a chance de um bebê apresentar APLV do que intolerância à lactose.

Mas quais as diferenças?

A alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite de vaca, presentes no alimento e em seus derivados, como manteiga, queijo, requeijão e iogurte.

Para entendermos o motivo deste quadro alérgico, vamos imaginar a proteína como uma grande molécula formada por pequenas porções, chamadas aminoácidos, que estão ligados entre si.

Nesta doença, essas ligações de aminoácidos são reconhecidas pelo sistema imunológico como “inimigos”. Assim, quando a criança alérgica ingere o leite de vaca, o seu sistema de defesa irá reconhecer as proteínas como prejudiciais e produzirá anticorpos e/ou células inflamatórias que acarretarão reações alérgicas, a fim de combater o que o organismo julga ser “ruim”.

Já a intolerância à lactose é a dificuldade ou impossibilidade do organismo em digerir o açúcar do leite (lactose). Ela ocorre em pessoas que não produzem a enzima lactase, ou não a produzem em quantidade suficiente para digerir a lactose.

A lactose também é uma molécula grande, que não consegue ser absorvida no nosso intestino. Para isso, a enzima lactase quebra a lactose em porções menores, possibilitando a absorção dos açúcares de menor tamanho.

A intolerância à lactose, portanto, envolve o sistema digestivo, e não o sistema imune. Está relacionada ao carboidrato, enquanto a APLV está relacionada à proteína do leite.

Ao invés de digerir normalmente a lactose no estômago e intestino delgado, a substância se move para o cólon, onde é decomposta por bactérias, causando inchaço e gases.

Quais os sintomas?

Os sintomas são os principais indicadores, fundamentais para o diagnóstico. A APLV pode causar diversas reações, que podem ocorrer imediatamente após a ingestão do leite de vaca ou até semanas após o consumo. Veja as mais recorrentes:

Vômitos

Cólicas

Diarreia

Dor abdominal

Prisão de ventre

Sangue nas fezes

Refluxo

Urticária

Dermatite atópica

Asma

Chiado no peito

Rinite

Reação anafilática

Baixo ganho de peso e crescimento

A intolerância à lactose, por outro lado, causa principalmente sintomas intestinais. Eles podem ocorrer em minutos ou horas após a ingestão de leite de vaca, não havendo sintomas tardios. As principais reações são:

Diarreia

Cólica

Gases

Distensão abdominal

   (barriga estufada)

Enquanto na APLV a manifestação não depende da dose, na Intolerância à Lactose, é a quantidade de lactose consumida que determina o aparecimento e a intensidade dos sintomas, sendo assim, seu tratamento é sempre individualizado, devendo-se ajustar a oferta à tolerância de cada paciente.

Diagnóstico e tratamento

Para diagnosticar ambas as condições, é preciso consultar um médico que irá traçar o histórico clínico e registrar os principais sintomas. No caso da APLV, testes específicos relacionados a anticorpos podem ser realizados. Mas o diagnóstico final é confirmado apenas quando as reações regridem durante a dieta de exclusão e o Teste de Provocação Oral. Ele consiste em reintroduzir o leite em pequenas e progressivas doses para entender se o leite é realmente a causa dos sintomas. Importante destacar que essa etapa deve ser sempre realizada na presença do médico, caso a criança apresente alguma reação alérgica mais grave.

A intolerância à lactose é diagnosticada pela observação dos sintomas associados à ingestão de alimentos com lactose. Existem exames laboratoriais que podem auxiliar no diagnóstico também.

Os tratamentos são de cunho nutricional. Para a APLV, é preciso retirar da dieta tudo o que contenha leite de vaca da criança e da mãe, caso esteja amamentando. O nutricionista e o médico podem auxiliar com trocas saudáveis e que não irão interferir no desenvolvimento da criança. Portanto, não se preocupe em relação ao crescimento e desenvolvimento do seu filho! Já no caso da intolerância à lactose, o consumo de leite e seus derivados será reduzido, mas a quantidade depende de cada caso.

É importante lembrar que nem a APLV nem a intolerância à lactose significam o fim da amamentação. O leite materno deve ser sempre o principal alimento oferecido ao bebê e o médico fará a orientação da dieta materna para que a amamentação não seja interrompida.

Dr. André Veinert
Formado em pela Faculdade de Medicina da UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto. Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN (RQE 69663) e Área de Atuação em Nutrição Parenteral e Enteral pela BRASPEN. Preceptor da Residência de Nutrologia do Hospital IGESP – São Paulo. Capacitação em obesidade e Lifestyle medicine pela Havard Medical School.
 
andre.veinert@healthme.com.br
@andrenutrologo
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