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Como posso ajudar meus filhos a serem mais determinados? Eis a questão!

Tempo de Leitura: 9 minutos
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Portrait of cute lad sleeping with his head on copybooks in classroom

A questão da “determinação”, dentre tantas características psicológicas, vem causando preocupação para muitas mães; uma vez que, a cada dia, segundo elas, “o que tenho visto hoje são crianças e jovens pouco determinados, incluindo o meu filho e por isso comecei a me indagar… como eu posso ajudá-lo?” “O que reina por aqui é a preguiça”, “mesmo sendo muito inteligente ele não é muito proativo”, “quando joga se perde logo vem o choro”, “somente é determinado com coisas de seu interesse, um assunto do qual queira dominar, ler etc.” “Ainda bem que não estou sozinha, achei que estava vendo pelo em ovos, parece que vai, mas não vai…tenho receio de como isso vai ficar na adolescência…, mas sei também que muitas coisas vêm com a maturidade. O difícil disso é esperar por mudanças… porque plantar tenho certeza que eu e você plantamos”.

Durante as leituras que fiz no blog “Mãe de Moleque”, pude fazer uma retrospectiva, lembrando também dos meus filhos, quando eram crianças. Embora, sejam de outra geração, apresentavam características próprias de crianças e não eram tão diferentes dos filhos de vocês. Hoje, são adultos responsáveis e bem determinados. Quando eram crianças tinham bom comportamento e muita dedicação aos estudos. Sempre, os orientávamos e estimulávamos a se empenharem e manterem uma atitude mais positiva e assertiva, possível, tanto no lar quanto na escola, através do zelo pela rotina diária, como: boa disciplina, boa educação com as pessoas, assiduidade e pontualidade, boa participação nas aulas e no desenvolvimento das tarefas e estudos em casa, boas notas, etc. Eles tinham uma rotina a cumprir, diariamente, em prol do que queriam conquistar. Se fossem boas notas, estudavam. Se fosse um concurso, preparação. Se fosse um futebol, treino. Assim, como os de vocês fazem, eu tenho certeza.

É importante que os pais tenham essa atenção e dedicação para com os filhotes para que eles sejam estimulados a segui-los com determinação. Com a entrada e permanência deles, na instituição escolar, mais ainda. Porque é na escola que eles começarão a ter suas primeiras e maiores responsabilidades com eles próprios e com as outras pessoas. É nesta fase que começarão a cumprir horários, a terem uma obrigação todos os dias: ir à escola/fazer tarefas/estudar/pesquisar, etc. Tudo isso por um objetivo a ser conquistado. É nesta fase que darão início as primeiras interações com as pessoas que talvez vocês não conheçam; de culturas e hábitos diferentes. Onde eles conhecerão outros valores que serão confrontados com os seus, como: outra religião, outro estilo de vida, etc.; uma vez que, todo ser humano, sempre, está à procura de novidades, à procura da sua identidade e de pontos de referência que mais se identifiquem com ele mesmo. É como disse o Sr. Valdir Bundchen, pai de Gisele Bundchen, em uma entrevista – “Quando você tem um filho pequeno, até os sete anos, você tem que colocar o casaco nele. Dos 7 aos 14, você amarra o casaco na cintura e diz: ‘Se esfriar, você usa’. Depois dos 14, você diz: ‘Olha como está o tempo e vê o que você precisa levar”. Ou talvez nem estejamos perto para orientá-lo. “A vida é assim, é com a construção dos valores da criança desde cedo, pelo que ela vê, sente e vivencia que seguirá dali em diante, todas as experiências futuras terão como referência a educação recebida”. Por isso esta frase é tão citada – ”Educação vem de berço”.

E, segundo Lizia Nagell, coordenadora pedagógica de uma instituição de ensino, um dos grandes problemas dessa geração “é a falta de compromisso, ou seja, “o descompromisso para com o outro”. “O outro não é visto com respeito e consideração. Pode até ser tolerado, mas não respeitado. O ‘outro’ podem ser os pais que fazem um enorme sacrifício, por exemplo, pagar o colégio ou comprar-lhes um objeto do desejo dos filhos.  O ‘outro’ pode ser a professora que cada vez mais é ignorada e desrespeitada na sua função em sala de aula. A professora perdeu a autoridade e a escola perdeu a aura de instituição sagrada. “Além da indiferença de muitos alunos para com a própria escola, falta-lhes interesse para ler e estudar os assuntos programados, muitas vezes ministrados pela professora sem a devida conexão com os acontecimentos do mundo real.” Exemplos não faltam. Conheço bem do que ela está falando. Trabalhei quase 30 anos, e ocupei cargos de diretora, coordenadora e professora escolar. Quando trabalhava ficava horrorizada e indignada com a atitude de alguns alunos e também de professores, perante as outras pessoas. Muitos alunos, que ficavam responsáveis para fazer algo em uma atividade, começavam, de repente, desistiam sem ao menos avisar para o professor ou coordenador.  Não davam a mínima importância, não tinham a menor responsabilidade; às vezes, na hora de começar um evento, eles desistiam. Às vezes, era numa peça de teatro ou em um desfile, que não tinha como outro substituí-lo, naquele momento, de última hora. Havia também professores do mesmo jeito, que afirmavam que iam nos ajudar em algum projeto, que já havíamos anunciado aos pais e alunos em reunião; no outro dia, um ou mais faltavam, queriam desistir do projeto. “Falavam uma coisa hoje, amanhã falavam outra”.

Mas observando uma e outra pessoa, no dia a dia, podemos constatar que enquanto algumas pessoas têm uma imensa energia/boas expectativas e uma positividade que parece não acabar nunca, além do óbvio destino claro e definido do que querem nos estudos, no trabalho, nos negócios ou em qualquer outra coisa desejada; outras não têm ideias claras do que querem; não se deslumbram e não se interessam por quase nada.  Não se arriscam. Não têm prazer pelo que faz. Não são persistentes. Desistem facilmente das coisas; um pequeno obstáculo já é motivo para desistirem. Não têm compromisso consigo mesmas, e quando não têm nem com elas próprias, vão ter com as outras pessoas? Porque, primeiramente, devemos fazer o compromisso conosco mesmo. “Estou disposto (a) a lutar por tal coisa que eu desejo?”. Vou até o fim? Se fiz tal compromisso, preciso estar disposto a cumprir tais metas, para que eu possa atingir tal objetivo. É importante mostrar/inspirar isso para os filhos. E o exemplo dos pais é fundamental. Precisamos muitas vezes vigiar e policiar os nossos atos. Todos nós temos o direito de redefinir metas, para mais ou para menos, caso tenhamos dificuldades. Se por acaso, percebemos que não é bem aquilo que queríamos, podemos refazer as metas e colocar nossas aspirações, daquele momento, mas estar sempre mudando/desistindo não fica bem. 


É notório que grande parte do nosso “eu” pertença à genética de nossos pais – 50% ou mais das características de nossos filhos foram transferidas de nossas estruturas biológicas, bem antes mesmo deles nascerem; a outra parte – 50% – está sujeita ao meio ambiente – à qualidade dos estímulos e condições favoráveis ou não que apresentemos desde a primeira infância. O ambiente e a cultura em que uma criança é criada contribuem para o desenvolvimento pleno da sua personalidade e inteligência, podendo mesmo originar ou impedir a formação de determinadas características e até mesmo doenças. Essas influências – sejam dos pais e do meio – escola, religião, círculo de amigos (pares), televisão, novas mídias (internet) e evolução dos tempos ou outros agentes próximos – vão levando a criança a desenvolver sua formação e sua inteligência emocional. Isso é o óbvio. “Todo mundo sabe”. Vocês podem me dizer. No entanto, segundo Antônio Damásio, neurologista português, professor da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, grande estudioso da mente humana, embora, o meio rico em que vivemos, atualmente, leve o nosso cérebro a ter uma agilidade maior; a tecnologia permita que as pessoas tenham acesso a maior volume de informações; isso não é tudo, pois pode inibir a capacidade de decisão e de imaginação. “É preciso que aprendamos a lidar com as novidades para que elas sejam bem aproveitadas”.

Desse modo, mães, em parte, vocês podem ajudar muito seus filhos a serem mais determinados. E, ainda, podem ficar tranquilas; apesar da hereditariedade e do meio, muitas vezes, fugirem do nosso controle; podemos observar que, com o passar dos anos, é natural ocorrerem algumas mudanças de opiniões, de gostos ou de objetivos em todos nós. Normalmente, a pessoa muda a forma de pensar a cada experiência nova. Mudamos com a idade, com a própria vida, com a própria evolução das coisas, e principalmente com a prática (erros e acertos) das coisas. Os erros servem de lições. Não é à toa que o índio deixa o filho queimar o dedo para que o mesmo não o ponha mais no fogo. O crescimento é um processo de experimentação – de tentativas, de acertos e de erros. Através das nossas experiências pessoais, das nossas apreciações, das nossas iniciativas/técnicas “com” ou “sem” o resultado esperado, vamos aprendendo/ formando opiniões, tendo maiores conhecimentos do que é certo ou errado. Isso sem mesmo sermos influenciados pelos interesses do adulto e da vida do adulto. É natural, como disse Jean Jacques Rousseau, grande pensador.

Sendo assim, errando e acertando aqui e ali, vamos tendo respostas/ tirando “as provas reais” das coisas. Vamos aprendendo. Mas tudo depende de como a nossa mente absorve essas informações e estímulos. Portanto, mães, depois de tudo que já foi falado, sempre o óbvio, nada que vocês, ainda, não saibam, vai lhes uma dica bem especial. Exijam dos filhos, mas não exagerem; o perfeccionismo desmedido, as expectativas elevadas e a comparação social são contratempos que, somente, os deixarão numa situação de incapacidade, medo, mal-estar e ansiedade, segundo professor Damásio.  Ofereçam-lhes um ambiente de carinho, liberdade e de diálogo permanente. Desse jeito, vocês, os farão mais autoconfiantes, independentes, e, consequentemente, mais capazes, mais proativos e determinados. Lembrem, ainda, que o mais importante é fazê-los homens e mulheres felizes.

Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador.

Divulgado por: Colunista Professora Nilva do blog Mãe de moleque

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