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Dois lados da moeda opinião de mãe e professora

Tempo de Leitura: 8 minutos
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Pais e mestres da escola pública não podem esperar o poder público conscientizar que a educação é prioridade!!!

A qualidade da escola pública brasileira deixa, ainda, muito a desejar; os índices de avaliação de desempenho têm nos mostrado, através de pesquisas; entretanto, muitas iniciativas já foram feitas e refeitas. Dentre tantas reformas e mudanças, há teorias e projetos brilhantes, atrativos e eficazes, tanto para quem ensina quanto para quem aprende; que ficam, muitas vezes, apenas, nas rodas de conversas calorosas, em reuniões de professores e “no papel”.

Na prática, muito pouco, a escola consegue fazer. Esbarra, quase sempre, nas reivindicações feitas pelos professores que todos nós estamos cansados de saber, de suma importância como: professor mais valorizado, formação continuada do professor, salas informatizadas e mais investimento. Além de currículo extenso, salas superlotadas, problemas de indisciplina, violência, alunos e professores desmotivados, salas muito heterogêneas e ausência da maioria das famílias do contexto escolar.

 Dentre essas questões, a Escola pode aproximar mais os pais do contexto escolar; entretanto, a meu ver, embora seja essa participação prioritária, o Poder Público e até a própria Escola não contam muito, porque reconhecem que muitas das famílias trabalham o dia todo, e voltam, só depois das 18h ou mais. Não podem acompanhar os filhos, na escola. O trabalho para elas é prioritário. Os empregadores, ainda, não são muito sensíveis a essa causa. Muitas famílias sofrem também com problemas de transporte (quem mora nas grandes cidades ou na zona rural), cultural (muitas não são alfabetizadas ou não têm uma boa formação para ajudar os filhos) e outros problemas que afligem muitas famílias brasileiras.  

Contudo, seria fundamental que as famílias fizessem o máximo de esforço para ajudar a escola do seu filho a conduzir esse período escolar. Felizmente, são poucos, mas existem alguns pais (mais mães) que trabalham o dia todo, mas, sempre, arrumam um tempinho, pedindo para sair mais cedo ou chegar mais tarde ao trabalho, justificando o motivo (os empregadores deveriam ser sensíveis a essa questão); ou vão à escola em outro dia e hora que puderem. Mas vão. Acompanham os filhos, depois que chegam do trabalho. Para estes/estas “o estudo é o maior bem que lhes podem deixar”. Todos poderiam conscientizar dessa responsabilidade.

 Não se pode esperar mais pelo poder público, e a escola sozinha não conseguirá sair desse quadro, que todo mundo conhece. Acredito que só através de um trabalho social, não financeiro, persistente, parceiro e investigativo, em equipe, formada pelos usuários ou representantes e Secretarias da Educação dos estados e dos municípios, com psicopedagogos e um assistente social, que atraísse/mobilizasse os pais com o objetivo de aproximá-los mais do contexto escolar, através de ações concretas, mostrando a importância da relação escola-aluno-família, seria capaz de apontar problemas e dar sugestões para solução dos mesmos. Diagnosticando os fatores sociais, culturais e econômicos que determinam a problemática social no campo educacional e, consequentemente, trabalhando com um método preventivo destes, no intuito de evitar que o ciclo se repita.  

A escola pública, há muitos anos, está órfã, pela ausência dos pais. Apenas 13% das famílias participam das reuniões. Quase sempre os mesmos. E, sempre, os pais dos filhos que são considerados bons alunos. Não se sabe o porquê – se as reuniões não são atrativas e nem significativas ou se falta um plano de marketing pessoal e de relacionamento tanto para mobilizar as famílias para o evento, quanto para conseguir conscientizá-las da importância do tema.  

Acredito que se a escola tivesse um plano de marketing pessoal e de relacionamento teria mais sucesso nesse percurso, porque desenvolveria as competências, tanto pessoal quanto profissional dos seus profissionais – professores, coordenadores e diretores; melhorando, desse modo, suas ações, causando um impacto positivo na sua atuação profissional. Qualidades como motivação, liderança, criatividade, bom humor, boa oratória, capacidade de produzir conhecimentos, relacionamento interpessoal, capacidade de visão futura, autoconfiança são atributos que favorecem o aspecto de uma boa representação profissional. Mas será que a categoria desestimulada, desvalorizada como se encontra conseguiria reverter essa imagem?


Tenho observado isso, por muitos anos de trabalho, que é preciso investir muito na formação continuada do professor; talvez, mais nesses aspectos/atributos que disse, anteriormente, se é que seja possível. Mas a mobilização das famílias deveria ser uma ação prioritária. Acredito que com a participação delas muitos problemas seriam amenizados. Não basta investir em salário/escola, renda disso e daquilo, e no professor, se não existe participação dos pais, na escola. A maioria, 87%, dos pais não participa de reuniões para esclarecer dúvidas sobre os filhos ou para reivindicar nada. Creio que, por mais difícil e cansativo que seja o dia a dia dos pais; eles não poderiam ficar omissos; um ou outro – pai ou a mãe deveria dedicar mais a essa obrigação, que todos terão a ganhar. Os pais não sabem a força que eles têm, se fossem mais presentes.  

No Ensino Fundamental, nas primeiras séries, na alfabetização e no 6º ano, são as séries que mais carecem de ajuda. Na primeira, é notório, que quando os pais acompanham os filhos, eles são alfabetizados com mais facilidade, e não terão dificuldade alguma no desenvolvimento escolar. “É a base”. Estudos mostram e a prática me dá sustentação acerca do assunto, de que um acesso mal feito à Educação infantil pode refletir para a vida toda. Uma criança que foi mal alfabetizada carregará essa deficiência para as futuras séries, principalmente, quanto à leitura e à escrita.  

O melhor será focar diretamente na vida escolar do filho, criando um ambiente doméstico mais alfabetizador, com mais leitura e escrita. Acompanhando o seu desenvolvimento, incentivando a ser mais assíduo, a fazer as tarefas de casa; ajudando na rotina dos trabalhos, por exemplo: a encontrar os materiais pedidos como: recortes de gravuras e outras sucatas. Desse modo, você, pai ou mãe, estará contribuindo/ajudando nesse processo.  

E, no 6ª ano – por ser uma fase nova, com mais professores, professor para cada disciplina, que exige da criança mais autonomia, e, nem sempre ela tem, e o professor poderá ajudá-la, individualmente. As salas são muito cheias. Nessa fase, consideram, os alunos, mais independentes, entretanto, ainda, são crianças, e precisam de ajuda de todos.  

Acredito que os pais podem ajudar muito. Mais do que eles pensam. Veja, a seguir, algumas dicas para todas as séries:  

1-Sendo um pai ou uma mãe mais presente e atuante. Que incentiva seu filho a ler e escrever. Só se aprende ler e escrever, através do exercício contínuo da leitura e da escrita. Oferecendo livros, pedindo para registrar diariamente o que fez na escola, e o que pretende fazer amanhã.

2-Ficando atentos a tudo. Definindo regras. Estabelecendo rotinas para estudos e tarefas, em casa, sem televisão, rádio ou outros aparelhos, por perto, que diminuam ou atrapalhem a concentração do seu filho; 

3-Não deixando seu filho faltar às aulas, a não ser por motivo de doença. Exigindo assiduidade e pontualidade. Um dia que o aluno perde de aula, além de perder a sequência do que foi ensinado, desestimula e dificulta o aprendizado;

 4-Fazendo o hábito, desde as primeiras séries, de olhar os cadernos do seu filho; um caderno mais organizado pode demonstrar o quê a escola está ensinando/propondo, sua metodologia, métodos de avaliar, e o quê seu filho está aprendendo;

5-Observando se o professor está passando tarefa p/ casa, e se seu filho está fazendo. Tarefas é um reforço das atividades feitas em sala. Incentive-o a fazer sempre; 

6-Certificando se as tarefas estão sendo corrigidas. É um direito do aluno. A correção é um momento de autoavaliação do aluno e do professor. Porque se o aluno não conseguiu fazer as atividades ou foi porque o aluno não entendeu ou foi porque o professor não conseguiu repassar bem aquele conteúdo. Caso não estejam corrigidas, você tem o direito de reclamar.

7-Perguntando ao seu filho se está tendo alguma dúvida em alguma disciplina. Caso precise de ajuda, ajude-o. Mas não faça a tarefa. Sugira rever as atividades anteriores feitas em sala, ou ler novamente o texto em questão. Caso não esteja preparado para ajudá-lo, o melhor seria falar com o professor ou com um coleguinha conhecido que talvez tenha mais facilidade. 

8-Caso seu filho não leve tarefa p/ casa, veja o que está acontecendo, fale com a coordenadora;

9-Questionando aos professores, diretor sobre o método de leitura e escrita.

Há vários métodos de leitura e escrita, mas não há outro método melhor do que o hábito de leitura (com a prática discursiva, debates, análise de textos e obras literárias em sala) e escrita, através da produção escrita de vários gêneros e tipologias textuais. Através da leitura e da escrita aprende-se também a norma culta da língua – Gramática.

10- Perguntando sobre o método de avaliação da escola ou dos professores
Há várias maneiras de avaliar. A avaliação aponta pistas de como o professor deve reformular seu trabalho (se o resultado for negativo); e continuar o seu trabalho para prosseguir (se for positivo).

11-Incentivando e ajudando seu filho a assumir suas tarefas escolares como: calendário de aulas/ avaliações (provas), dia de aula de educação física ou outro esporte, lavar o uniforme, lavar ou limpar os calçados etc.; a separar o material para as aulas e a deixar a mochila pronta com antecedência;

12- Participando das reuniões. Conversando com os professores, diretores, coordenadores. Conhecendo melhor a escola e os professores do seu filho;

13-Estando presente em festas e apresentações;

A sua ajuda é fundamental. São ações simples que serão decisivas para o bom rendimento escolar. Participando mais, estará cobrando mais da escola do seu filho, e em contrapartida, os dois, filho e escola serão ajudados. 

Conteúdo autorizado para reprodução na Revista Materlife com a fonte retida pelo publicador.

Divulgado por: Colunista Professora Nilva do blog Mãe de moleque

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