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Como promover a autonomia em crianças?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Child chooses clothes in store

A palavra autonomia tem origem grega, autos, que significa “o mesmo”, “ele mesmo”, “por si mesmo”, e nomos, que significa “lei”. Dessa forma, ter autonomia é ser capaz de fazer suas próprias escolhas, é governar a si mesmo. De que forma bebês e crianças podem fazer as próprias escolhas? Partindo da visão que os bebês, mesmo não falando, são sujeitos que possuem vontades, preferências; da mesma forma que a criança. Isso é completamente normal, precisamos incentivar esse olhar de sujeito para com bebês e crianças. Entretanto, aos pais e adultos cuidadores, é preciso ter clareza que mesmo bebês e crianças pequenas tenham escolhas e preferências, nem sempre essas escolhas poderão ser tomadas porque os pequenos não possuem maturidade suficiente. Nesse ponto, entra a decisão final dos pais e dos cuidadores.

Diversos autores abordam sobre o impacto positivo que o incentivo e treino da autonomia pode gerar na vida adulta, especialmente em termos emocionais, comportamentais, e resolução de problemas. Algumas das principais sugestões o incentivo da autonomia em crianças pela visão de especialistas em educação, comportamento e saúde, são: a primeira, estimular tomadas de decisões da rotina, como a escolha de brinquedos, roupas, meias, e assim por diante. Se a criança ainda não possui idade para escolher um brinquedo, você pode por exemplo pedir que ela te auxilie enquanto você faz a troca de fraldas, veste as roupas, calça as meias; isso pode ser pedido mesmo que ela não verbalize. Compartilhar responsabilidades e escolhas é essencial.

Como segunda sugestão, ajudar com a autorregulação emocional. Considerando que os pais são o suporte emocional da criança, eles precisam oferecer colo, carinho e palavras de encorajamento e afeto, como cultivo diário da autoestima e da confiança. Além dos pais, os adultos cuidadores também possuem essa responsabilidade, sejam avós ou babás. Essa habilidade ajudará a criança a se sentir amada, apoiada e lidar com as adversidades e as frustrações em diversos ambientes. A terceira sugestão é favorecer a socialização e independência. Os pais e cuidadores também possuem esse papel considerado social. Seja em parques, piscinas, praias, igrejas; as famílias possuem esse poder de incentivar, ser exemplo, e auxiliar os pequenos a se engajarem no convívio social.

A quarta sugestão é criar um ambiente seguro para exploração. Explorar faz parte da infância, assim como mexer, desmontar, quebrar, brincar na areia, e descobrir o que acontece quando se faz algo. A criança que não se sente capaz, não se sente livre para explorar, essa criança não terá iniciativa. E o motivo não é aquela frase que às vezes ouvimos: “ela é boazinha”. O motivo geralmente vem por inibição/impedimento do explorar pelo adulto cuidador ou o motivo é por inabilidade do corpo, por ela não se sentir capaz de realizar essa brincadeira, atividade ou esporte.

A quinta sugestão é o incentivo ao movimento, através da atividade física e do esporte. Todas as crianças precisam realizar alguma atividade física para que cresçam de forma saudável para que se tornem adultos com longevidade associada à qualidade de vida. A atividade física na infância é uma das principais recomendações de órgãos internacionais que visam o combate à obesidade, ao sedentarismo, e demais condições de risco à saúde. E nesse contexto, como a autonomia se relaciona diretamente ao movimento quando a criança descobre ser possível fazer, associando as suas próprias escolhas; movimento e escolhas andam juntos. O movimento promove a autonomia, e parte boa é que o incentivo da autonomia pode ser feito desde bebê.

Destaco que a liberdade para o movimento em si é parte integrante da construção da autonomia e identidade da criança, pois ela está entrelaçada com as habilidades motoras. E aqui, refiro-me à coordenação motora grossa, que são os movimentos amplos; e à coordenação motora fina, que são movimentos que exigem habilidades manuais sofisticadas e possibilitam ações como: pintar, escrever, amarrar cadarços, abotoar botões, usar colheres, abrir e fechar potes, e outras mais.

A sexta e última sugestão é pedir auxílio com as tarefas domésticas. Existem artigos internacionais sérios que divulgam a melhora de habilidades motoras, cognitivas e até comportamentais em crianças, resultando em maior autonomia quando elas participam de atividades domésticas na infância e na adolescência. Pais e cuidadores, peçam ajuda para arrumar os brinquedos, arrumar a casa, enxugar a louça e até lavá-la, dependendo da idade.

Dra. Taciane Melo
Fisioterapeuta neuropediátrica, especializada em desenvolvimento de bebês,
Instrutora de Shantala,
Mestre em Saúde Pública pela Fiocruz, Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (ABRAFIN), Membro da La cause Des Bébés, associação francesa transdisciplinar de estudos e pesquisas sobre bebês, unidade Brasil.
Mentora de desenvolvimento infantil, atendimentos
online e presencial.
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