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Mães que movem montanhas: o poder do vínculo na aprendizagem e no desenvolvimento Infantil

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Ser mãe é carregar nos braços não apenas um filho, mas um universo inteiro de emoções, sonhos e responsabilidades. A maternidade é muito mais do que amor e cuidado; é a base sobre a qual uma criança constrói sua identidade, sua forma de se relacionar e até sua capacidade de aprender.

O Dia das Mães é uma data especial, pois ser mãe vai além da presença física — é reconhecer a influência profunda da maternidade na formação emocional e social dos filhos. Mães que movem montanhas fazem isso todos os dias, equilibrando trabalho, fraldas, lições de casa, cuidados com a família e noites mal dormidas. Mas qual é o verdadeiro impacto dessa dedicação na vida dos pequenos?

Segundo o psicanalista Donald Winnicott (1987), em seus estudos sobre o vínculo materno, cunhou o conceito de mãe suficientemente boa. Ele nos ensina que a perfeição não é necessária, mas a disponibilidade emocional, sim. É no colo da mãe – físico e afetivo – que a criança constrói sua segurança interna e aprende a confiar no mundo. Quando uma mãe responde ao choro de seu bebê, brinca, conversa e estabelece limites com amor, ela está ensinando muito mais do que palavras podem dizer: ela está moldando a capacidade do filho de se relacionar consigo mesmo e com os outros.

Outro grande estudioso do vínculo, John Bowlby (1969), fala da teoria do apego. Segundo ele, a forma como a criança experimenta o cuidado nos primeiros anos de vida influencia diretamente sua autoestima e seus relacionamentos futuros. Filhos de mães que oferecem acolhimento e previsibilidade crescem mais confiantes e preparados para enfrentar desafios. Em contrapartida, quando há uma desconexão emocional – muitas vezes causada pelo excesso de telas, rotina exaustiva ou pela culpa materna que impede um vínculo autêntico –, a criança pode desenvolver inseguranças e dificuldades na socialização.

Já a psicóloga e pesquisadora Mary Ainsworth (1978) expandiu os estudos de Bowlby e identificou diferentes padrões de apego. O apego seguro surge quando a criança sente que sua mãe está presente, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Esse tipo de vínculo fortalece a inteligência emocional, ajudando a criança a regular suas emoções, desenvolver empatia e até a se sair melhor na escola.

O vínculo materno tem um impacto direto na aprendizagem. Quando uma mãe incentiva a curiosidade, estabelece uma rotina equilibrada e oferece um ambiente seguro, a criança desenvolve mais interesse pelo aprendizado e confiança em suas habilidades. Pequenos gestos, como ler juntos antes de dormir, demonstrar entusiasmo pelo que a criança aprende e valorizar seu esforço, fazem toda a diferença.

Por outro lado, quando a relação materna é marcada por estresse constante, falta de vínculo ou excesso de permissividade, a aprendizagem pode ser prejudicada. A criança pode apresentar dificuldades de atenção, insegurança e até resistência ao aprender. Isso acontece porque a base emocional está diretamente ligada à construção do conhecimento.

No mundo acelerado em que vivemos, muitas mães carregam a angústia de não conseguirem estar sempre presentes. Mas estar presente não significa tempo sem qualidade. Uma mãe que se sente culpada pode se perder na ideia de compensar sua ausência com presentes ou permissividade. Mas, no fundo, o que os filhos mais desejam não são bens materiais, e sim conexão genuína. Cinco minutos de escuta verdadeira podem ser mais transformadores do que um dia inteiro ao lado do filho sem envolvimento real.

Neste Dia das Mães, mais do que celebrar, é um momento de reflexão. O que realmente importa para o seu filho? Como você pode fortalecer os laços que constroem sua segurança emocional e potencializar a sua capacidade de aprender? Uma mãe move montanhas todos os dias por seus filhos, mas será que está movendo na direção certa? E você, onde está entre trabalho, filhos, autocuidado e relacionamento com seu parceiro?

A maternidade não precisa ser um fardo solitário. Apoio, informação e autocuidado são tão importantes quanto o amor que é oferecido a um filho. Ser mãe é ensinar, mas também aprender a desconstruir paradigmas constantemente. É ser forte, mas também entender quando deve pedir ajuda. E, acima de tudo, é saber que, mesmo sendo imperfeita, você é exatamente aquilo que seu filho precisa: uma base firme, um porto seguro e um amor que o ensina a viver e a crescer.

Feliz Dia das Mães!


Evelyn de Paula Pereira

Estudiosa sobre assuntos diversos que compõem o desenvolvimento psicomotor infantil, comportamento e parentalidade. Formada em Educação física. Especialização em Psicomotricidade Clínica/ Educacional. Coautora do livro “Psicomotricidade: da gestação à melhor idade”. Fazendo curso de formação em neurociência do desenvolvimento infantil.
@evelyn.corpoematividade

evelyn.corpoematividade@gmail.com.br
Blog: www.corpoematividade.com.br
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