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Fimose na infância

Tempo de Leitura: 2 minutos
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Dra. Angelina M. F. Gonçalves

“Doutora, meu filho tem fimose?”

Esta é uma pergunta frequente em um consultório de pediatria que preocupa muitas mães. Mas afinal de contas, o que é fimose?

Pode ser definida como uma dificuldade de exposição da glande, que é a “cabeça” do pênis, uma vez que o prepúcio ou a pele que o reveste apresenta um anel estreito ou se encontra aderido a ela.  Cerca de 90% dos meninos nascem com fimose.  Aos 6 meses somente 20% conseguem expor a glande  e  aos 3 anos, 90%. Trata-se de um evento congênito ou fisiológico na grande maioria dos casos.

A fimose patológica (cerca de 0,4/1000 meninos/ano), que se caracteriza por prepúcio não retrátil  pode estar associada a processos inflamatórios (postites) que geram cicatrizes e pioram o estreitamento. Microtraumatismos decorrentes do uso frequente e inadequado de “massagens”, na tentativa forçada de descolar a pele, são ainda uma causa importante.

A presença da fimose impede uma boa higiene peniana, fazendo com que a criança tenha maior predisposição a infecções do trato urinário e futuramente maior incidência de doenças sexualmente transmissíveis, câncer de pênis e câncer de colo de útero em suas parceiras.

Com relação à terapêutica, a tendência é evitar qualquer tratamento abaixo de 1 ano de idade. Crianças menores de 5 anos que apresentem fimose patológica, devem ser tratadas clinicamente por meio de  uso de corticóides tópicos na forma de cremes. Cirurgia só é reservada para casos graves ou refratários.

A associação de terapêutica tópica a manobras de estiramento prepucial não traumático durante 4 a 6  semanas mostra uma eficácia de aproximadamente 95%. Se necessário, em casos de recidiva um novo ciclo pode ser realizado. Existem várias apresentações disponíveis no mercado, algumas compostas só por corticóides, outras em que há associação com enzimas. De maneira geral o efeito é similar e decorrente da ação anti-inflamatória. A posologia depende da composição. Não há relatos de efeitos colaterais sistêmicos.

Portanto, se seu filho tem fimose, não se preocupe.  Caso não haja a remissão fisiológica, provavelmente o tratamento tópico será suficiente, caso não terá a necessidade de um procedimento cirúrgico.

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