Em meio a tanta violência no mundo, uma das grandes preocupações paternas se dá quando a criança começa a manifestar comportamentos agressivos.
Todos nós, adultos e crianças, sentimos raiva em alguma situação, que é um sentimento honesto e normal.
Acontece que a criança muito nova, entre dois e cinco anos, ainda não sabe lidar com emoções mais fortes e significativas, está assimilando o que sejam regras sociais e limites e expressa o que a incomoda de modo nem sempre aceitável pela sociedade.
Da mesma forma que se elogia a criança no momento em que suas atitudes são positivas, é primordial que a repreenda ou mesmo castigue quando são negativas, para que possa aprender e diferenciar o comportamento positivo do negativo.
É claro que ela não aceitará a imposição dos limites sem resistência e até repetindo o comportamento não aceitável para testar a veracidade da proibição e a paciência e persistência dos adultos responsáveis.
Para isso, ela presta muita e total atenção no comportamento das pessoas que lhe são mais próximas e percebe se há consistência e coerência nos limites impostos, ou seja, se vale tanto para a mãe quanto para o pai, se é possível cumprir o determinado por eles e se é justo o que lhe pedem.
Nunca, em nenhum momento, independente da idade da criança, subestime sua capacidade de inteligência e compreensão. Ela sempre estará atenta a toda atitude e comportamento dos pais para sentir confiança e segurança em seguir seus ensinamentos.
Assim, é fundamental que os responsáveis por ela conversem entre si para que possam garantir e definir os rumos de uma educação saudável, dos limites a ensinar, para que nunca aconteça de um deles exigir e o outro abrir mão. A criança ficará confusa, desequilibrada emocionalmente, pois não saberá como agir e o que se espera dela.
O que fazer, então, quando perceber que a criança está com raiva. Em primeiro lugar, nomeie o sentimento que a incomoda para que aprenda, dizendo-lhe abertamente que sabe que está com raiva e que pode ajudá-la a se sentir melhor. Use palavras claras e de fácil entendimento, sem grande argumentação, pois depois de um tempo, a criança se entendia e desliga. Reafirme sempre o amor que sente por ela, pois seu maior medo é perder o amor dos pais e das pessoas de quem depende e ama.
Leve-a para um ambiente seguro, que não lhe ofereça perigo de forma alguma. De preferência o seu próprio quarto, se tiver. Pegue uma almofada e peça que a use da maneira que sentir vontade, esclarecendo que o objeto pode ser a pessoa ou a situação que a está incomodando. Pode, inclusive, socar a cama.
Outra forma de expressar a raiva é pegar uma latinha vazia e dizer para chutá-la até se cansar ou mesmo desenhar a raiva ou ainda escrever sobre ela numa folha de papel.
Estes exercícios de expressão emocional, faz com que a criança assimile que pode e deve colocar para fora a raiva, uma vez que não é saudável guardá-la dentro de si, mas expressá-la em situações controladas e dirigidas.
Resumindo, a agressividade na criança muito nova é uma forma de expressar que algo não está bem com ela e as pessoas ao seu redor devem ficar atentas para o que está ocorrendo de diferente e que não está sendo aceito.
Com a maturidade, estes comportamentos vão se rareando e tendem a desaparecer. Mas leva tempo, muito tempo, paciência e perseverança dos adultos responsáveis pela criança.