A gestante que espera mais de um bebê precisa seguir à risca as recomendações do médico para preservar sua saúde e a dos bebês no decorrer da gestação. Segundo a ginecologista e obstetra Erica Mantelli (CRM 124.315), a probabilidade de ter gestação múltipla aumenta se a mulher tiver feito tratamento de fertilidade. “A gravidez múltipla pode ocorrer em 1/90 das gestações, e quem tem familiares gêmeos contam com mais chances de engravidar de gêmeos naturalmente, devido à carga genética. Quem não tem esse fator genético e deseja gestação múltipla pode recorrer ao uso de técnicas de fertilização”, explica.
A gestação gemelar é considerada de risco devido às chances de a mulher sofrer mais complicações como Diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e anemia. Para os bebês, o risco está relacionado à restrição do crescimento e ao parto prematuro. Por esses fatores, este tipo de gestação exige acompanhamento médico constante. “A principal complicação de uma gestação múltipla é a prematuridade e o baixo peso dos bebês. Caso a gestante não siga todas as recomendações do médico, pode enfrentar aumento da pressão arterial, Diabetes e depressão pós-parto”, destaca a ginecologista.
As mães, em especial, as de primeira viagem, costumam ficar receosas sobre como irá se desenvolver essa gestação, como será a transformação de seu corpo e todos os sintomas. Porém, a médica alerta que os sintomas são os mesmos de uma gestação comum, porém podem ser mais intensos devido à dosagem hormonal mais elevada. “Geralmente, os sintomas como aumento dos seios, náuseas e cansaço variam de mulher para mulher. Algumas apresentam dores mais intensas, outras nem percebem que estão grávidas de gêmeos”, revela a ginecologista.
Como saber se a gravidez é de gêmeos?
A melhor forma para descobrir se há uma gestação múltipla é por meio do ultrassom, um exame que identifica a presença do bebê no útero. “No exame corre o risco do segundo bebê não ser visto durante o período inicial da gravidez. Já é possível a visualização de gêmeos por volta de seis semanas aproximadamente”, afirma Erica Mantelli.
Na hora do parto
Se você vai ser mamãe de gêmeos comece a se preparar para o parto quando ultrapassar a 36ª semana de gestação. Nesse período, o útero fica muito distendido, estimulando as contrações. Caso elas comecem antes de completar 37ª semana, é preciso repousar para evitar que aconteça um parto prematuro e procurar seu obstetra imediatamente se sentir dor, sangramento ou perda de líquido pela vagina.
O tipo de parto vai depender da posição e do peso dos bebês, das condições de saúde materna e fetal e dos tipos de partos prévios que esta gestante já teve. “Nas gestações múltiplas o tipo mais indicado é a cesariana, mas é possível também realizar o parto normal, sendo que isso vai depender principalmente da posição que os bebês se encontram”, diz a ginecologista.
Em alguns casos, em que a opção é o parto normal, o primeiro bebê consegue nascer através do canal vaginal, porém, em raras situações em que há dificuldade para o nascimento do segundo gemelar, o médico precisa indicar uma cesariana para o segundo bebê, por motivos de segurança. A ginecologista alerta que, mesmo quando o primeiro bebê está na posição ideal e o segundo não, ainda assim é possível fazer o parto normal. “Existem algumas manobras que podem ser feitas para facilitar o nascimento do segundo bebê que nasce cerca de 3 a 10 minutos depois do parto do primeiro”, esclarece.
É importante fazer uma dieta balanceada, realizar atividade física regular, não faltar às consultas e fazer todos os exames antes de completar a 37ª semana de gestação para garantir um parto tranquilo.
Confiar em seu médico, tirar todas as suas dúvidas, e fazer exercícios respiratórios de relaxamento são ótimos aliados para uma gravidez calma e sem complicações.
A vida após o parto
Depois de escutar o primeiro choro dos dois bebês, colocar a primeira roupinha, amamentar e voltar à rotina, é fundamental manter o acompanhamento médico para certificar-se de que a mãe está bem consigo mesma. “Devido ao estresse por ter de realizar tudo em dobro e por questões físicas e hormonais, a mãe pode passar por um desequilíbrio emocional após o nascimento dos bebês. A mãe de gêmeos tem 43% mais chances de apresentar depressão pós-parto” revela a ginecologista. Nesse momento, é importante o apoio do marido e da família, principalmente, em relação aos cuidados com os bebês. Por isso, a mulher não deve hesitar em pedir ajuda para uma babá, familiares ou amigos para dividir os cuidados com os bebês. Dessa maneira é possível dedicar-se com carinho aos dois filhos.
Muitas mulheres por vergonha ou sentimento de culpa não conversam sobre seus sentimentos com seu médico e com sua família e isso traz consequências graves pois a situação pode se agravar.
Se você está sentindo vontade constante de chorar, estresse, ansiedade, irritabilidade e dificuldade para dormir, procure seu médico imediatamente. Você não precisa se sentir culpada, pois essas alterações de humor podem acontecer em todas as gestações, mesmo na gravidez planejada.
Com acompanhamento médico adequado, atividades relaxantes e muito amor da família é possível encarar toda essa mudança e trabalho extra de uma maneira muito mais saudável e feliz.
Fonte- Ginecologista e Obstetra Erica Mantelli CRM 124.315
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