De acordo com a especialista Ana Paula Bautzer, fonoaudióloga da Clínica de Especialidades Integrada, o atraso da fala pode estar relacionado à alterações auditivas, problemas neurológicos, visuais, ambientais e até psicológicos. “Para a criança falar, ela precisa ouvir bem. A deficiência auditiva distorce o som e o bebê pode não ouvir, dificultando o desenvolvimento da fala. Outro fator que contribui muito para esse atraso é o ambiente em que ela vive. Se os pais fazem tudo pela criança, ela também pode não sentir a necessidade de falar”, explica a fonoaudióloga.
Caso a criança apresente alterações neurológicas e/ou anatômicas como paralisia cerebral, síndromes genéticas, alterações craniofaciais ou sofra com algum trauma ou mudança emocional como, por exemplo, a chegada inesperada de um irmãozinho e a separação dos pais, pode apresentar alteração no desenvolvimento da fala. “Se os problemas não são diagnosticados e tratados com antecedência, os sintomas podem se estender causando grandes transtornos para a criança e para sua família”, destaca a especialista.
Quando devo me preocupar com a fala do meu filho?
Os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da fala. Caso a criança entre um ano e dois não demonstre ou expresse a sua vontade, ou que não pronuncie nenhuma palavra mesmo com troca, é interessante procurar um especialista. “Neste caso, o fonoaudiólogo fará uma avaliação para identificar se existe um atraso e suas causas. Quando procurado com antecedência muitas vezes uma orientação familiar resolvem o problema e evita que a criança sofra constrangimentos na sociedade”, ressalta Ana Paula.
Fale, brinque, estimule…
Para estimular a fala, os pais devem manter uma conversa com a criança para que ela assimile os movimentos da boca e note as expressões do rosto. Na fase de desenvolvimento da fala, é fundamental evitar falar em diminutivos para não atrapalhar o seu entendimento. “As brincadeiras são uma forma de aprendizado. Existem atividades simples que estimulam a fala e linguagem da criança, como: na hora do banho, nomeie as partes do corpo com perguntas, “Cadê o seu pé?” ou “Cadê a sua barriga?”; ou quando estiver lavando a parte do corpo sempre fale o que está lavando ou ensaboando. “Quanto mais falarmos usando verbos de ação, e nomeiando as coisas, fica mais fácil para a criança entender que cada coisa tem um nome e cada ação também, esses exercícios podem estimular bastante a criança”, aconselha a fonoaudióloga.
O convívio com outras crianças também estimula o desenvolvimento da fala e da linguagem. Por esse motivo, incentive o convívio social de seu filho.
As primeiras palavras
Todos os pais ficam ansiosos para ouvir o filho pronunciar as primeiras palavras. Porém, algumas crianças demoram um pouco mais. Por isso, vença a ansiedade e estimule o pequeno. A especialista dá algumas dicas:
• Observe os movimentos do seu filho e verbalize a ação.
• Traduza os gestos e ações do bebê em palavras.
• Não interprete a criança rapidamente, cedendo o seu desejo, incentive-a falar, porém tome cuidado para não iludi-la sempre, para que esse ação não se torne muito negativa.
• Nomeie os objetos e converse com ela explicando para que servem.
• Evite usar diminutivos na hora da conversa.
• Imite os sons de bichos, barulhos de carros etc para que a criança possa produzir e brincar.
• Se a criança aceitar leia livros de histórias infantis, conte a história com entusiasmo para chamar atenção do bebê.
Fonte- Ana Paula Bautzer, Fonoaudióloga da Clínica de Especialidades Integrada