Até o próprio choro já é diferenciado logo no início, têm-se choro de fome, dor, frio, calor, fralda suja e manha; desta forma o lactente mostra a sua intenção comunicativa ao mundo. Com o passar dos meses, as crianças desenvolvem a linguagem expressiva dando significado e nomeando seus sentimentos, vontades e desejos. Até que finalmente, a partir do primeiro ano de vida, os bebês entendem o código do adulto e iniciam o ensaio da fala para se comunicar com os outros.
Segundo a fonoaudióloga Dra. Ana Paula Bautzer, da Clínica de Especialidades Integrada, apesar do processo de desenvolvimento motor e de fala serem particulares para cada criança, é necessário que os pais prestem atenção no tempo hábil de expressão dos baixinhos. “Se o seu filho apresentar dificuldades de expressar seu desejo logo no 1° ano de vida, seja apontando, brincando com o som ou te imitando é preciso buscar auxilio de especialistas. A criança sempre busca uma forma de chamar o outro, de interagir e se divertir. Estranhe se ela preferir ficar só ou não buscar a atenção do outro”
As causas para o retardamento do desenvolvimento da fala podem ser auditivos, neurológicos ou até emocionais. No caso de serem questões neurológicas são investigados problemas psiquiátricos como: o autismo e a esquizofrenia, e em muitos casos os médicos neurologistas pedem até exames de imagens em busca de explicações da dificuldade na criança.
O estimulo emocional associado aos estímulos sensoriais, principalmente os auditivos e visuais, são importantes para o aprendizado da fala e do desenvolvimento infantil. Usar e abusar das cores, sons, afeto e paciência para proporcionar prazer em aprender são metodologias eficientes para incentivar os pequenos a se expressarem.
De acordo com a fonoaudióloga, doenças como: sarampo e meningite também podem prejudicar a saúde dos baixinhos. “No caso de aparecem os sintomas dessas doenças é preciso consultar o pediatra e realizar exames para garantir o bem estar das crianças e descartar a possibilidade de comprometimento da audição, que pode acarretar dificuldade no desenvolvimento da fala e linguagem”, explica a fonoaudióloga.
O processo de vocalização deve ser acompanhado muito de perto pelos familiares, no intuito de diagnosticar e tratar, quanto mais cedo, os problemas ligados ao desenvolvimento infantil.
Para se assegurar da saúde geral, auditiva e visual dos bebês são utilizados métodos preventivos, como o teste do pezinho, da orelhinha e do olhinho que são realizados na maternidade, que pode indicar possíveis alterações metabólicas, auditivas e visuais. Aos pais, também cabe observar o comportamento a criança no meio em que vive para avaliar a capacidade de se comunicar e se relacionar.
O choro é a primeira forma de comunicação dos baixinhos, através dos sons emitidos expressam sono, fome, dores, sujeiras na fralda, frio, calor e até necessidade do colo. Afinal até o momento do parto ele estava quentinho, não precisava acordar para comer, não tinha fraldas sujas e o mais importante se sentia abraçado e seguro a todo momento.
Qualquer brincadeira que puder fazer com o bebê será de grande valia para seu desenvolvimento, cada toque, risada, massagem, carinho que faça ele se sentir bem vai ajudar a ter um bom vínculo e consequentemente um bom desenvolvimento de linguagem e fala.
Existem alguns marcos de desenvolvimento que valhe a pena saber:
* 1 mês repare se a criança olha a pessoa que o observa
* 2 meses a criança sorri e balbucia
* 3 meses A criança sustenta a cabeça
* 4 meses Alcança e pega objetos pequenos
* 5 meses Consegue virar
* 6 meses Mantém-se sentado
* 7 meses Segura objetos e os transfere de uma mão para outra
* 8 meses Faz movimento de “pinça” com os dedos indicador e polegar
* 9 meses Senta-se sozinho
* 10 meses Engatinha
* 11 meses De pé dá alguns passos
* 12 a 14 meses caminha sem ajuda
Lembre-se o desenvolvimento da fala ocorre junto com o desenvolvimento global dela, não evolui a fala se a crianças não brincar, explorar o ambiente e compreender as coisas.
Cronograma da fala e linguagem
Um mês ao terceiro mês
O bebê vai imitar as suas caretas, vai reagir aos sons fortes com susto e fará vocalizações além do choro. Alguns até começam a sorrir em resposta.
Quarto e quinto mês
Sorri espontaneamente e começa a dar gritinhos de alegria. Alguns bebês iniciam as combinações vocálicas como “ah-Gu”
Sexto mês
Inicia brincadeiras com sons molhados em língua e lábios
Oitavo ao décimo primeiro mês
Reclama se tentam tirar objeto dele, entendem o significado do não
O primeiro ano
Bate palminhas, aponta objeto desejado, fala mamã e papá com significado, responde a comando simples, fala duas palavras reconhecíveis, dá tchau e alguns bebês já falam palavras simples.
De 1 ano e meio
Os baixinhos começam a empregar de uma a três palavras corretas, usam jogos simbólicos e palavras e exprime claramente suas vontades. Alguns bebês quando bem estimulados já sabem apontar partes do seu corpo.
Com 2 anos
Usam até seis palavras
Dos 2 anos e maio até os 3 anos
Passam a usar mais de 50 palavras e combinam palavras. Identificam figuras dizendo seu nome, diz o nome de seis partes do corpo, identifica um amigo com nome, emprega preposições e a fala se torna mais inteligível na maior parte do tempo
Nessa fase as crianças repetem tudo o escutam, por isso evite falar besteiras perto do filho, ou poderá passar por constrangimentos.
Você sabia?
A fala está ligada diretamente a audição. Os bebês assimilam as palavras através dos sons. Estimule os pequenos com música e repetições. As crianças sentem as emoções com as palavras usadas pelos pais. Incentive o contato verbal com os baixinhos que, mesmo parecendo não entender nada, conseguem perfeitamente distinguir a hora de dormir, comer e de ser paparicado apenas pelo uso das palavras.
Fonte- Fonoaudióloga Ana Paula D. Bautzer, da Clínica de Especialidades Integrada.