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Ácido fólico na gravidez reduz o risco de autismo nos bebês

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Young pregnant woman taking capsule

Qual é a gestante que não se preocupa com a saúde do seu bebê? Mesmo seguindo todas as recomendações no pré-natal, algumas crianças podem nascer com uma doença chamada autismo.

Uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition apontou que as mulheres que chegam consumir cerca de 600 microgramas diárias de ácido fólico apresentam um risco menor de o seu bebê nascer com a doença. “O ácido fólico é uma vitamina B9, que pode ser encontrada em alimentos como tomate, feijão, lentilha, couve e brócolis”, explica o nutrólogo André Veinert, da Clínica Healthme – Gerenciamento de Perda de Peso.

Para se ter uma ideia, uma concha de feijão tem 119 microgramas de ácido fólico.

            Essa vitamina que faz parte do complexo B ajuda na formação da hemoglobina e evita a má-formação no tubo neural. “O tubo neural (sistema nervoso primitivo do feto) é formado no primeiro mês de vida do bebê. Ele é o responsável pelo desenvolvimento do cérebro e da medula espinhal da criança”, afirma o Dr. André.

A recomendação é que a mulher consuma a vitamina 30 dias antes da fecundação e durante o primeiro trimestre de gravidez. “Essa vitamina também previne o risco de ocorrer uma má-formação congênita”, ressalta o nutrólogo.

Em 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a adição de 4,2 miligramas de ferro e de 150 miligramas de ácido fólico para cada 100 gramas de farinha de trigo e de milho na alimentação. “O principal objetivo dessa mudança é reduzir as chances da gestante sofrer com anemia por deficiência de ferro e também para prevenir defeitos do tubo neural”, diz o médico.

Algumas vezes a mulher não consegue absorver todos os nutrientes de ácido fólico, sendo necessário ingerir suplementos de ácido fólico. “Dependendo do cozimento dos alimentos, isso diminui a ação da vitamina. Quando isso ocorre a suplementação pode ser indicada”, esclarece o Dr. André.

Autismo X Gestação

O autismo também pode estar associado a outros problemas na gravidez. “Algumas mulheres que enfrentam a obesidade, hipertensão e diabetes correm mais risco de ter filhos com autismo, de acordo com um estudo publicado na Universidade da Califórnia. A pesquisa contou com 1.004 crianças na faixa etária entre dois e cinco anos”, conta o especialista.
Manter uma alimentação balanceada, rica em vitaminas, minerais e ferro é uma forma de controlar a diabete, hipertensão e acúmulo excessivo de líquido amniótico.

Quando é possível perceber o autismo no bebê?

O autismo infantil é um distúrbio neurofisiológico com uma causa ainda desconhecida que afeta o cérebro em três áreas diferentes, como a capacidade de comunicar, sociabilizar e limitação de interesses. “Os pais precisam ficar atentos ao desenvolvimento, se o bebê faz movimentos repetitivos, se ao brincar ele interage com os outros, se responde quando o pai ou a mãe chama. Nesses casos, é importante procurar um especialista para fazer um diagnóstico”, informa o Dr. André.

A partir dos dois anos, é possível identificar se a criança apresenta problemas com a comunicação e desconfiar que a criança tem autismo. “A criança autista vive em um mundo próprio, sendo incapaz de se relacionar ou interagir com os outros”, frisa o nutrólogo.

Infelizmente, não há cura para o autismo, mas algumas crianças têm melhora tão grande com o tratamento que podem levar uma vida independente.

O tratamento é baseado em medicamentos e acompanhamento de fonoaudiólogo, psicólogo e terapia ocupacional.

A criança apresenta mais possibilidades de conseguir um sucesso no tratamento se a terapia iniciar precocemente, com as sessões de terapia, que devem durar dois anos, com 4 horas semanais. “A participação da família também é indispensável para que a criança consiga apresentar um bom diagnóstico no tratamento e conseguir ter uma vida mais independente”, finaliza o nutrólogo.

Dr. André Veinert
Formado em pela Faculdade de Medicina da UNAERP – Universidade de Ribeirão Preto. Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN (RQE 69663) e Área de Atuação em Nutrição Parenteral e Enteral pela BRASPEN. Preceptor da Residência de Nutrologia do Hospital IGESP – São Paulo. Capacitação em obesidade e Lifestyle medicine pela Havard Medical School.
 
andre.veinert@healthme.com.br
@andrenutrologo
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