A autoestima é formada desde a infância e se solidifica ao longo da vida, através de experiências consigo mesmo, com a família, pares, com o ambiente, entre outros.
É constituída por 4 grandes pilares: autoconceito – o que você pensa de si mesmo, autoimagem – a opinião que você tem de sua aparência, autorreforço – o quanto você se premia e se gratifica e a autoeficácia – o quanto você confia em si mesmo.
Visto que a autoestima é construída de maneira multifatorial, não há algo específico ou único que determinará em absoluto se a visão de si mesmo será positiva ou negativa.
Ainda assim, as diversas interações com os pais ao longo da vida influenciarão fortemente no produto final da autoestima.
Alguns comportamentos que ajudam no direcionamento de uma autoestima saudável e positiva são:
Reconhecer e elogiar conquistas, mesmo que sejam pequenas. Esteja atento aos esforços, não apenas ao resultado – muitas vezes o empenho e dedicação são mais importantes.
Incentive autonomia, permita que as crianças tomem decisões e assumam responsabilidades – de acordo com a idade e capacidade.
Proporcione um ambiente acolhedor, o ambiente familiar deve sempre ser empático, amoroso e apoiador, é importante que a criança se sinta valorizada, respeitada e pertencente.
Seja presente e participativo. Parece óbvio, mas quanto tempo por semana você se dedica verdadeiramente aos seus filhos? É necessário atenção plena, sem distrações (telas, preocupações, pensando no que fará no jantar ou na lista de mercado), realmente presente e disposto a ouvir a criança, apoiando em suas preocupações e comemorando conquistas.
Incentive a expressão de sentimentos, ajude a criança a identificar, nomear e expressar suas emoções de maneira saudável. Não a repreenda por sentir emoções desagradáveis, como raiva ou tristeza, não existe emoção ruim, todas elas são necessárias e passam uma mensagem. Ensine as técnicas que você sabe: muitas vezes crianças se comportam de forma inadequada por não saberem lidar com algum sentimento. Compartilhe com ela o que funciona para você quando precisa regular suas emoções e explique o que cabe em cada cenário – gritar com outras pessoas é inadequado, mas gritar no travesseiro pode ser bastante funcional.
Não puna! A punição acompanha o sentimento de inadequação, o medo e ressentimento. A criança não precisa ser punida por fazer algo de errado, ela precisa lidar com as consequências. Para isso, estabeleça limites e regras claras e explique para a criança quais serão as consequências caso as regras não sejam cumpridas. É importante que a consequência seja proporcional à regra, e obviamente, não violenta.
Lembre-se que você é referência. Crianças buscam em seus pais modelos de comportamento quando não sabem como agir em uma situação. Se você agir com agressividade, ela repetirá seu comportamento. Se você tiver uma postura passiva ao enfrentar um desafio, ela aprenderá que isso é o correto. Se você se mostrar confiante, ela tentará te imitar.
Incentive o autoconhecimento: do que seus filhos gostam? No que são bons? Quais são suas limitações? E seus interesses? A criança precisa explorar o que o mundo oferece de possibilidades para encontrar seu lugar no futuro.
A infância constrói o caminho que pisaremos ao longo da vida. A autoestima faz parte desse caminho e cada tijolinho construído colabora para um adulto seguro, saudável e confiante.
Vamos construir esse caminho juntos!
Com amor, Giu
Dra. Giulia Paspaltzis
Psicóloga Infanto-Juvenil, fascinada pelo mundo da infância e da parentalidade, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamento na Infância e Adolescência. Ajudo pais e filhos a construírem um relacionamento mais saudável e respeitoso.
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