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Como o excesso de estímulos no ambiente pode influenciar negativamente a aprendizagem na infância

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Na infância, é prioritário haver experimentações corporais para que a criança aprenda sobre o seu corpo e explore os ambientes em que vive, visando adaptações e autocuidado. Portanto, um ambiente rico em experimentações não precisa ser poluído com o excesso de brinquedos. Por isso, para que a criança se conecte, elabore e desperte para aprender, o mais importante é a qualidade na comunicação, a variação de experimentações sensoriais, as interações afetivas, o contato com a natureza, as oportunidades de convívio entre os pares, a criação de brincadeiras e ações motoras de forma livre e espontânea, e a persistência na realização de tarefas e no desenvolvimento da atenção.

No entanto, o excesso de estímulos no ambiente em que a criança vive pode ter diversas consequências negativas na aprendizagem e no desenvolvimento geral da criança. O ambiente desempenha um papel crucial na modulação dos estímulos que a criança recebe, sendo importante que esses estímulos sejam balanceados para evitar a sobrecarga sensorial e emocional. Desse modo, proporcionar estímulos adequados pode ajudar a garantir que a criança cresça em um ambiente seguro, estável e propício ao aprendizado.

As consequências do excesso de estímulos no ambiente podem afetar várias áreas do desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Existem muitos pontos a serem discutidos, mas trouxe os mais importantes que podem impactar a aprendizagem da criança:

  • Ambientes em casa: quartos ou espaços com muitos brinquedos, cores vibrantes e decoração excessivamente estimulante podem diminuir a capacidade de concentração, aumentar a excitação e reduzir a exploração de objetos. Em outras palavras, quanto mais estímulos houver, menos foco a criança terá para se concentrar em uma única atividade. Além disso, pode acarretar problemas ou alterações na qualidade do sono, prejudicando a memória, a atenção e a capacidade de processar novas informações, o que afeta negativamente o desempenho escolar.
  • Sobrecarga sensorial: uma sobrecarga sensorial faz com que a criança tenha dificuldade em processar e organizar informações sensoriais, resultando em dificuldades para filtrar informações relevantes e irrelevantes, o que prejudica a eficiência da aprendizagem.
  • Aumento da ansiedade e estresse: Um ambiente excessivamente poluído pode causar ansiedade e estresse, elevando os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Isso pode prejudicar a capacidade de memória e a motivação para aprender, afetando a resiliência frente aos desafios.
  • Poluição auditiva: O uso constante e alto de eletrônicos em geral, bem como conversas em volume elevado, podem causar uma sobrecarga auditiva, levando a dificuldades de concentração, estresse, irritabilidade e problemas para dormir.
  • Influência do meio: O ambiente poluído e desorganizado, onde não há uma rotina clara e os eventos são imprevisíveis, pode gerar insegurança e ansiedade na criança. Isso pode resultar em instabilidade emocional, interferindo no processo de aprendizagem.
  • Interações sociais prejudicadas: Em ambientes sociais, o excesso de estímulo pode dificultar o engajamento da criança em interações sociais significativas, como desenvolver relações saudáveis, trabalhar em equipe, resolver problemas e ter empatia. Essas habilidades são importantes para o sucesso escolar e social.
  • Prejuízo no desenvolvimento da linguagem: Excesso de estímulos visuais, eletrônicos e exposição excessiva a telas podem dificultar a percepção e o processamento da linguagem, podendo resultar em atraso na fala e na compreensão. Isso afeta a capacidade da criança de seguir instruções e participar de atividades acadêmicas.
  • Dependência de estímulos externos: Crianças que convivem com excesso de estímulos dependem muito mais de estímulos constantes do que crianças que têm a oportunidade de brincar de forma espontânea. Elas podem ter dificuldade em lidar com o tédio, momento em que deveriam ter a oportunidade de exercitar a criatividade.

Portanto, para garantir que a criança desenvolva habilidades de aprendizagem, é necessário reduzir os excessos, estar atento à fase de desenvolvimento para propor estímulos adequados e acompanhar seu desenvolvimento geral. Mais do que a genética ou hereditariedade, o ambiente em que a criança está inserida é uma das principais causas de problemas na aprendizagem durante a infância e adolescência.

Evelyn de Paula Pereira
Estudiosa sobre assuntos diversos que compõem o desenvolvimento psicomotor infantil, comportamento e parentalidade. Formada em Educação física. Especialização em Psicomotricidade Clínica/ Educacional. Coautora do livro “Psicomotricidade: da gestação à melhor idade”. Fazendo curso de formação em neurociência do desenvolvimento infantil.

@evelyn.corpoematividade
evelyn.corpoematividade@gmail.com.br
Blog: www.corpoematividade.com.br
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