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Existe mãe perfeita?

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Mother and baby in home office with laptop and telephone.

Tenho ouvido com muita frequência a pergunta: “O que uma mãe deve fazer para se tornar perfeita?”

Talvez essa seja a grande busca das mães. Qual delas nunca teve essa fantasia?

Nossa sociedade cobra perfeição o tempo todo. Temos de ser bons em tudo, como pessoas e profissionais. Dificuldades e problemas muitas vezes podem ser fontes de angústias e até gatilhos para doenças como ansiedade e depressão.

E nós mulheres sofremos cada vez mais cobranças. Estamos no mercado de trabalho, que é extremamente competitivo, e precisamos desempenhar nossas funções como donas de casa ou esposas da melhor maneira possível. Para muitas, a escolha de ser mãe pode vir como fruto dessas cobranças e quando se dão conta, já estão com o filho nos braços, vivendo as agruras da maternidade.

Pouco se fala da renúncia, das dificuldades, das angústias resultantes da cobrança que podem ser externa e principalmente interna. E a culpa parece caminhar ao lado de tudo isso.

Mas o que é ter êxito nas funções maternas?

Vou citar o exemplo do aleitamento materno, função destinada exclusivamente às mães, que exige que elas estejam integralmente presentes nessa tarefa e se empenhem para que o bebê faça bom uso do seio da forma mais completa possível, pois este não é apenas uma fonte de alimento e nutrição. Mas podemos encaixar isso em qualquer fase da criança. O aleitamento inclui uma infinidade de benefícios que não contribuem apenas para o desenvolvimento físico da criança. Um aleitamento materno bem-sucedido representa também a garantia de sua saúde psíquica, mas cobranças externas podem impedir a mãe de realizá-lo de maneira leve, tranquila e eficaz, pois talvez ela cumpra essa função com o intuito de corresponder à expectativa familiar, social e até mesmo à sua própria expectativa com muita rigidez, sem perceber que talvez esteja realizando esse aleitamento de maneira pouco espontânea ou até mecânica. Diante de tantas exigências e dificuldades, a substituição do aleitamento materno por mamadeira, poderia até ser um alívio para a mãe e talvez muito mais para o bebê. Mas como fica essa mãe internamente, considerando seus conflitos e autocobranças? E o que poderia ser espontâneo e saudável, pode até se tornar uma grande dificuldade para ela e consequentemente para a criança. Vale ressaltar que o aleitamento materno constitui apenas um exemplo, em termos de cobrança, entre tantos outros sofridos pelas mães. É preciso entender que as necessidades da mãe, nem sempre são as necessidades do filho, por isso ela não se deve hesitar em buscar ajuda e orientação.

Mas como se tornar boa mãe com tantas exigências e obrigações?

Na nossa sociedade, ser “boa mãe” parece sinônimo de “mãe perfeita”. E lidar com isso não é nada fácil. Na relação com seu filho, seja ele recém-nascido ou já crescido, a mãe precisa estar real e estar inteira, pois seu filho, necessita dela assim.

O que chamo de uma mãe uma mãe real, de verdade, precisa, antes de mais nada, assimilar o fato de não ser boa o tempo todo, pois afinal de contas é humana. A “mãe boa” precisa falhar, até mesmo para que seu filho se desenvolva. É claro que as falhas não devem se tornar um padrão de cuidados – isso seria um desastre psíquico. Mas o que precisamos ter em mente é que viver a maternidade significa também aceitar a não perfeição e a inclusão das dificuldades, dúvidas, angústias, problemas e medos. A “mãe boa” deve também aceitar que não precisa estar feliz o tempo todo. E isso não quer dizer que ela não possa Ser feliz.

Cabe a cada mãe encontrar a resposta à pergunta formulada no início deste texto, sobre o que uma mãe deve fazer para ser perfeita. De minha parte, posso adiantar que o primeiro passo seria: “aceitar que ela não é”.

Cynthia Boscovich

Psicóloga clínica e perinatal. Psicóloga do sono e especialista em transtornos de humor. Colaboradora do GRUDA (Programa de Transtornos afetivos do IPQ/ HC/ FMUSP).

Email: cyboscovich@gmail.com

Tel. 11 5549-1021/11 99687-9087

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