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O mundo já é frustrante o suficiente, acolha!

Tempo de Leitura: 4 minutos
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The baby is crying. The little boy is crying heavily.

A frustração é uma das emoções mais difíceis de lidar, apesar de ser uma das mais presentes no nosso dia a dia. Nós adultos já tivemos centenas de experiências com frustração ao longo da vida e criamos estratégias para lidar com ela. Mas, mesmo assim, muitas vezes nos pegamos emocionalmente desregulados por conta desta emoção.

A frustração aparece quando alguma coisa não acontece como esperávamos, é uma mistura de duas emoções bastante intensas: a raiva e a tristeza. Agora imagine como é para uma criança ou adolescente, que ainda tem o cérebro em desenvolvimento, lidar com esta emoção tão desconfortável.

O choro é uma resposta fisiológica que costuma aparecer bastante nesse momento para todas as idades, mas principalmente para as crianças menores, que ainda não conseguem externalizar os pensamentos e sentimentos através das palavras. É daqui que nascem muitas das famosas “birras”.

Hoje em dia é muito comum encontrarmos pais, responsáveis e educadores que buscam proporcionar frustrações para as crianças, como uma forma de educá-los a lidar com a emoção e evitar criar uma criança “mimada”. A má notícia é que essa não é uma boa estratégia, visto que a vida já é frustrante o suficiente: nosso próprio nascimento causa frustração – saímos de um lugar quentinho e confortável, com todas as nossas necessidades sendo atendidas sem demora, para um mundo diferente, no qual nosso único meio de comunicação é o choro. Conforme vamos crescendo, as frustrações mudam e crescem conosco, aparecendo em forma de “nãos”, resfriados, regras e limites que muitas vezes não vemos sentido, hora de sair do parquinho, hora de ir dormir, hora de desligar a televisão, comidas saudáveis ao invés de açúcar, hambúrguer e batata frita, etc. A lista só vai aumentando ao longo dos anos.

É claro que não é saudável dizer “sim” para todos os pedidos da criança, mas muitos “nãos” já serão inevitáveis ao longo da vida. Então por que criar mais oportunidades de frustração?

Que tal ensinar a criança a lidar com essa emoção ao invés de buscar proporcionar mais esse estresse à ela?

O passo mais importante desse processo é o acolhimento da emoção. É completamente normal sentir-se frustrado diante de uma adversidade. Ajude a criança a se acalmar, valide os sentimentos dela e depois ajude-a a pensar no que ela pode fazer de diferente em uma próxima oportunidade.

Além disso, a criança aprende pelo exemplo: se você explodir e se desregular quando passar por uma frustração, saiba que o comportamento da criança se espelhará no seu. Aproveite estes momentos para normalizar o sentimento com a criança e lembre-se de agir como você gostaria que a criança agisse. É você quem tem o cérebro mais maduro nessa relação, logo caberá a você direcionar e ensinar o melhor caminho para a criança.

Filmes e desenhos que tratam dessa temática também são ótimos aliados no processo de aprendizado e regulação emocional.

Por fim, fique atento às situações que podem desencadear uma frustração. Dê uma previsão para a criança do que acontecerá sempre que possível, para evitar a frustração. É inevitável que eventualmente ela terá que parar de brincar no parquinho e voltar para casa, ou desligar a televisão para ir dormir, mas podemos evitar a desregulação emocional com combinados e previsibilidade. Na prática, crie o hábito de dizer à criança algo como: “precisaremos ir para casa daqui 5 minutos. Sei que está muito divertido, mas realmente precisamos ir. Voltaremos amanhã, tudo bem?” e, se possível, vá avisando aos poucos conforme o tempo vai diminuindo.

Lidar com a frustração é difícil, mas ter acolhimento deixa tudo mais leve. Com amor, Giu.

Dra. Giulia Paspaltzis
Psicóloga Infanto-Juvenil, fascinada pelo mundo da infância e da parentalidade, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamento na Infância e Adolescência. Ajudo pais e filhos a construírem um relacionamento mais saudável e respeitoso.
psigiuliapaspaltzis@gmail.com
@giuliap.psi
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