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Paciente com câncer pode preservar a possibilidade de ter filhos

Tempo de Leitura: 3 minutos
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A fertilização in vitro é um assunto que está em pauta devido o britânico Robert Edwards ter sido agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina de 2010 pelo desenvolvimento da técnica in vitro, um avanço que ajudou milhões de casais inférteis a ter filhos.

Por meio de um novo acordo cooperativo entre o Instituto de Ciências em Saúde (ICS), o Instituto Paulista de Cancerologia (IPC) e a Genics Medicina Reprodutiva e Genômica, pacientes com câncer em atendimento no IPC terão a possibilidade de preservação de sêmen, óvulo e embrião para uma fertilização futura.

A nova parceria demonstra o avanço na medicina reprodutiva bem como a forma de lidar com o paciente oncológico. Antes alguns pacientes perdiam a possibilidade de ter filhos devido ao tratamento de câncer que é realizado com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Agora a fertilidade pode ser preservada por meio de um procedimento chamado criopreservação que consiste em congelar por tempo indeterminado os gametas, antes que eles sejam prejudicados.

A idéia surgiu da união de esforços dos profissionais pensando nos pacientes com câncer que podem ter o sistema reprodutor alterado em função do tratamento oncológico. A notícia do acordo cooperativo foi muito bem recebida pela comunidade médica que participou do último congresso internacional da Sociedade Brasileira de Cancerologia, ocorrido no mês de setembro na Universidade de Boston, nos Estados unidos.

“Esta iniciativa permitirá aos pacientes oncológicos uma possibilidade de fertilização futura, pois em virtude do tratamento, a função reprodutiva pode ficar comprometida”, comenta o cirurgião geral oncológico Ricardo Antunes – diretor do IPC São Paulo.

No caso de mulheres com câncer de mama, por exemplo, o uso de substâncias químicas no tratamento da doença interfere diretamente na fertilidade da paciente, pois diminui gradativamente o número de folículos dos ovários. Em casos de tratamento com agentes alquilantes (derivados de mostarda nitrogenada e da ciclofosfamida presentes em drogas quimioterápicas), existe um risco de 80% para a infertilidade. Para essas mulheres, a preservação de seus óvulos se torna importante, garantindo assim, uma possibilidade de reprodução futura.

“Além da questão da fertilidade, também há a psicológica: ao congelar o material, o paciente acredita na sobrevivência, em se curar para ter um filho”, informa Dr. Aléssio Calil Mathias, diretor da Genics e do ICS. O procedimento para coleta do óvulo em pacientes com câncer depende de estimulação hormonal diferenciada em função do tipo de tumor. “É este tratamento individualizado ao paciente com câncer que é o diferencial deste serviço de preservação”, completa Dr. Mathias.

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