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Psicoterapia durante a gestação

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Cropped shot of an affectionate young couple of parents to be sitting on the sofa at home.

A partir da descoberta de uma gravidez nasce uma relação entre mãe e bebê, neste momento se instala uma vivência básica do período de gestação até após o nascimento, no qual são vivenciados sentimentos ambivalentes, passando pela construção do amor por esse filho e também pelos medos, inseguranças e mudança de rotina. Quando a gestação transcorre normalmente a psicodinâmica dos pais evidencia maior tranquilidade no processo de cuidar e educar o filho, contudo, sabe-se que parte das gestantes enfrentam questões emocionais que podem acarretar níveis mais altos de ansiedade.

Assim, como as questões do corpo representam desafios e muitas vezes limitações durante a gestação, as questões emocionais demandam devida atenção, podendo significar um desafio adaptativo não somente da gestante, mas também de seus familiares. A gravidez em si desperta uma série de sentimentos novos e preexistentes, o que configura uma grande mudança na vida da mulher, neste contexto, a psicoterapia auxilia na compreensão da vivência materna ao gerar um filho, levando em consideração que os diferentes estágios da gestação são acompanhados de emoções, pensamentos, sentimentos e descobertas respectivos ao desenvolvimento do bebê.

É comum surgirem dúvidas durante a gestação, que trazem à tona os aspectos ansiosos desse período e também após o nascimento da criança, como por exemplo: será que darei conta de cuidar do bebê? O que fazer quando a criança chorar? E se meu corpo não retornar ao que era antes? E se eu ficar deprimida? E se eu quiser voltar a trabalhar? Será que a minha relação com o meu companheiro vai mudar? E se eu me sentir sozinha? Será que vou conseguir amamentar? Me sinto sensível e irritada em vários momentos, isso passa? Essas são algumas questões que surgem mesmo antes da gestação, e que se intensificam após a descoberta da gravidez. A grande questão é, como lidar com todos esses questionamentos de forma saudável? Em primeiro lugar é importante ter consciência de que uma nova experiência traz consigo dúvidas e inseguranças próprias deste período, ainda que não seja a primeira gestação, portanto, acolher essas dúvidas como algo natural que permeia o pensamento das gestantes em geral, é parte importante do processo. Em contrapartida, a forma como cada pessoa lida com suas dúvidas e sentimentos é particular e depende de suas experiências anteriores, da rede de apoio do momento, dos recursos internos, do ambiente em que está inserida, momento da vida e dos profissionais que a acompanham.

Além de acolher os sentimentos como algo natural deste período para cada gestante, é importante pensar que ouvir o próprio corpo, intuição, se permitir entrar em contato com cada período da gravidez e após o parto, pode beneficiar o desenvolvimento de recursos importantes para a maternidade, como se conectar com o bebê de forma a compreender e atender suas necessidades. Confiar em si e se reconhecer como mãe capaz de receber o bebê que lhe trará tantos aprendizados e mudanças internas, contribui sem sombra de dúvidas.

Desta forma, o acompanhamento psicológico se faz importante, uma vez que auxilia na compreensão da real situação da gravidez, bem como suas limitações, busca estratégias de enfrentamento potencializando os próprios recursos dos pais, além de acolher e trabalhar aspectos ansiosos e de angústia que ocorrem em diversos períodos da gestação com intensidades diferentes, visando proporcionar de forma mais saudável possível o período puerperal (após o parto).

Não sendo a psicoterapia exclusividade de um período doentio, mas, de integração dos recursos já existentes e de desenvolvimento de novos, é válido ressaltar que em algum momento gestantes, puérperas, mães em geral, experimentarão algum estado de tristeza, melancolia, ansiedade, em um nível de normalidade, pois trata-se de algo esperado no pós-parto, no qual choro e tristeza podem representar falta de confiança e incapacidade para cuidar do bebê, sendo necessário disponibilidade de mente para o reconhecimento mútuo entre a mãe e o bebê.


Letícia Franciele Morais

Psicóloga clínica

Atendimento individual e grupal

Especialista em atendimento clínico e institucional em Psicoterapia Psicanalítica.

Pós-graduanda em Psicologia Perinatal.

leticiamorais.psico@hotmail.com

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