A triagem neonatal revolucionou o cuidado em neonatologia, possibilitando a identificação e diagnóstico precoce de uma série de doenças, muitas delas graves, para as quais o estabelecimento de um tratamento precoce associado ao acompanhamento médico e de uma equipe multiprofissional pode mudar totalmente o rumo da história de vida das crianças e suas famílias, evitando sequelas graves e algumas vezes inclusive o óbito, garantindo qualidade de vida para os recém-nascidos acometidos por essas condições.
A triagem neonatal engloba aqueles exames realizados na maternidade, logo após o nascimento, sendo obrigatórios tanto na saúde pública, quanto privada. O ideal é que sejam realizados de fato durante a estadia na maternidade, para não ter atrasos de diagnóstico, nem perda de oportunidade da realização dos mesmos.
São eles:
- Teste do pezinho, existindo várias modalidades desse, para investigação de cerca de 50 doenças variadas (desde hipotireoidismo congênito até imunodeficiências), muitas delas raras, porém muito graves, que necessitam de intervenção imediata. Caso seja possível, sempre escolham o mais completo para seu bebê.
- Teste do olhinho ou reflexo vermelho, para identificar doenças visuais, entre elas, retinoblastoma e catarata congênita.
- Triagem auditiva, para identificação precoce de perda auditiva, sendo importantíssima esse diagnóstico o quanto antes para evitarmos prejuízos do desenvolvimento.
- Teste do coração ou oximetria, para identificação de algumas cardiopatias congênitas, sendo um exame de triagem, devendo sempre realizar o ecocardiograma se alterado.
- Teste do frênulo lingual ou linguinha, para avaliar o freio que fica embaixo da língua e necessário para ver se precisamos de alguma intervenção para não ter prejuízo das mamadas e mesmo futura da fala.
Todo exame de triagem neonatal alterado, deverá ser confirmado com outros mais específicos, então caso tenha algum resultado positivo, calma!!! Nada de desespero. Converse com seu pediatra, ele com certeza será o melhor profissional para realizar a orientação, solicitar exames confirmatórios e condução do caso.

Pediatra e Infectopediatra. Doutora em Pediatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Membro do Departamento de Infectologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Infectopediatra do Programa Estadual e Municipal de IST/Aids de São Paulo
@dradanielabertolini