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Um tapinha não dói?

Tempo de Leitura: 3 minutos
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Que a vida passa rápido, ninguém duvida, mas o que nem sempre nos damos conta é que tudo aquilo que fazemos diariamente, em nossa medíocre rotina, passa a ser um padrão de comportamento, a ser, muito provavelmente, adotado por nossos filhos, assim como nós herdamos parte de nossa forma de viver, simplesmente pela observação da repetição de nossos pais.

Escovar os dentes antes ou depois do café da manhã, cada casa com seu ritual. Tomar banho pela manhã ou à noite, dormir de pijamas ou de roupa de baixo. Falar bom dia, beijar no boa noite, rezar antes das refeições, beber água direto da garrafa da geladeira, dormir no sofá da sala, pedir a benção.

Hábitos. Certos ou errados? Hábitos.

Nas menores coisas, nós pais temos que estar atentos. Qualquer deslize não será perdoado em nossas cobranças futuras, afinal nós somos os chamados “responsáveis”. Costumo dizer que erraremos, é fato, mas se estivermos alertas a tudo como se vigiados por câmeras ocultas, faremos sempre de forma mais zelosa, cuidadosa, e provavelmente erraremos menos.

A era do – Não, porque não! Praticamente acabou. Hoje temos argumentado com nossas crianças, o que os tornam mais críticos, nos torna mais democráticos, mas certamente nos dá mais trabalho.

Dizer a um filho “não pode”, e ao ser questionado do porque, respondermos – “Porque não”, “porque eu não quero”, é hoje tão brutal quanto uma palmada. Lembra a hierarquia familiar dos que mandam e dos que obedecem. Remete a ditadura.

Porém, nem sempre há justificativa na ponta da língua. Nem sempre estamos dispostos a argumentar, gastar saliva com conversa boba. Então leia-se “ Porque eu mando e pronto” como quem diz “não quero mais perder tempo com isso”.

Assim também é a palmada. Hoje em vias de ser proibida, como recurso educacional, a temida palmada agora será crime.

Se estamos no caminho certo ou errado, o tempo dirá. Certo é que palmadas não fizeram os moleques danados da minha família deixarem de ser peraltas, do contrário, teriam apanhado uma única vez na vida. Fato é que várias pessoas como eu nunca precisaram levar uns tapas. Verdadeiro é que muitas crianças estão sendo espancadas até a morte, casos escabrosos que surgem nos noticiários de TV a cada semana.

Se a lei da palmada vai ajudar com que as famílias repensem seus hábitos, refaçam seus laços, organizem seus limites através do diálogo, não sabemos. Mas certo é que terá sido válida se puder poupar a vida de uma única criança. A lei tornará cúmplice aquele que não tomar conhecimento e não denunciar. Vizinhos, ditos “enxeridos” estarão salvando a vida de crianças incapazes de defesa.

E nós pais, avós, professores, educadores, babás teremos que saber que nossa tarefa é sim tão séria, difícil, trabalhosa, quanto prazerosa. O ônus de educar, estar atentos ao certo e ao errado, aos limites, a liberdade controlada pelo bom senso. Lições de respeito que começam com as palavras mágicas: Por favor, e obrigado.

Lições de autocontrole, de rotina, de conversas, de cuidados e atenção, tarefas diárias, que construirão relacionamentos firmes, estáveis, seguros, de confiança e amor.

Que venha a lei, que venham as mudanças e que estejamos todos no caminho certo.

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