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A criança com transtorno de processamento sensorial no dentista

Tempo de Leitura: 4 minutos
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Focus on girl's hand giving thumbs up while woman dentist in medical mask sitting beside kid, showing approval gesture after dental procedure. Concept of pediatric dentistry and dental care approval.

O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) é uma condição diagnosticada nas crianças onde tanto o cérebro quanto o sistema nervoso periférico têm dificuldades em processar estímulos e informações do ambiente através dos sentidos.

Numa criança com TPS a informação sensorial que vai para o cérebro não se organiza de forma adequada, podendo levar a alterações que podem, em alguns casos, parecer como agressividade, impulsividade, desmotivação, problemas posturais, distração, ansiedade etc. A criança tem dificuldades em processar o calor ou o frio, o cansaço, a dor, a fome, luzes e sons…

Existem os casos de hipersensibilidade ou hiposensibilidade. Nos casos de hiposensibilidade, a criança pode ser bastante agitada, fazer muita bagunça e sente pouca dor. Elas gostam de barulho, luzes ou cheiros fortes. São crianças que precisam de muito estímulo e necessitam estar em constante movimento, como ficar girando ou balançando. O hábito de morder é bem característico. Mordem objetos e mordem as crianças. Beliscam, batem. Roem unhas.  Elas preferem roupas justas, têm maior tolerância a dor, tocam em tudo e colocam tudo na boca. São crianças que toleram bem a escova de dentes na boca, e o uso de escova dental elétrica é bem aceito. No consultório, são as que mexem e se penduram em tudo. Se usarem aparelhos ortodônticos, quebram os aparelhos. Elas podem preferir cremes dentais com gosto forte assim como comidas apimentadas e quentes.

Já nos casos de hipersensibilidade, tudo incomoda: cheiros, gostos, luzes, barulhos. São crianças que normalmente não gostam de serem tocadas, abraçadas e odeiam multidão. Não gostam do toque de roupas, texturas e etiquetas. Pode não gostar de pentear e cortar os cabelos e unhas. Se incomodam em se sujar, ter que se lavar ou secar. São bastante seletivas na alimentação, dificilmente aceitando experimentar novos tipos de comida. Sentem ânsia de vômito, babam ou engastam com frequência. Apresentam dificuldade em mastigar e deglutir. Crianças com TPS hipersensíveis normalmente são pouco cooperadoras na hora de escovar os dentes. O toque da escova dental nas gengivas doe. O gosto da pasta de dentes enjoa.

Quando nos deparamos com uma criança aparentando desconforto acentuado, precisamos observar os sinais de uma possível desordem sensorial. Os sintomas são confundidos com medo ou com falta de cooperação.

Um consultório odontológico para uma criança hipersensível pode ser amedrontador, não pelas histórias que uma criança pode ter ouvido, mas pelas características do ambiente: a cadeira acende uma luz forte, os motores fazem barulhos. O uso de escova profilática elétrica causa muito medo pelo barulho e pelo movimento. O gosto dos produtos usados nos procedimentos. O ambiente precisa ser acolhedor, com pouco barulho, luzes suaves e com cheiro discreto. O profissional precisa ter habilidade para acolher e lidar com as dificuldades apresentadas pelo paciente.

Como se estimula o processamento sensorial nas crianças hipersensíveis para a experiência no dentista ser agradável?

Crie um ambiente sensorialmente amigável em casa. Incorpore atividades táteis à rotina diária como pintar com os dedos, usar cola, brincar com massinha de modelar, com farinha, brincar em piscina de bolinha, em banheira com espuma, usar caixas sensoriais. Para dessensibilizar, atividades orais como o uso de escova dental elétrica, usar apitos ou instrumentos de sopro, chupar picolé ou pirulito, experimentar cremes dentais variados. Esses são exemplos de atividades sensoriais que ajudam a criança com TPS.

Os profissionais de saúde precisam estar capacitados para receber esses pacientes, identificar o tipo de desordem de cada paciente e preparar o ambiente oferecendo o atendimento mais acolhedor possível. Os pais, estando cientes do diagnóstico ou mesmo quando seus filhos somente são mais sensíveis, devem avisar precocemente o profissional que irá atendê-los.

Dra. Gisele Costa Pinto
É dentista Ortodontista e Odontopediatra com foco no acompanhamento do desenvolvimento Craniofacial desde a Gestação
dragiselecp@gmail.com
@giselecostapinto
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