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Miomas – conheça mais deste tumor

Tempo de Leitura: 6 minutos
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Miomas são os tumores benignos (não cancerosos) mais comuns do trato genital feminino aparecendo no útero. Eles também são conhecidos como fibromas, fibromiomas ou leiomiomas. Desenvolvem-se na parede muscular do útero.

Embora nem sempre causem sintomas, seu tamanho e localização podem causar problemas em algumas mulheres, como por exemplo, sangramento ginecológico importante e dor em baixo ventre.

As causas exatas do aparecimento dos miomas não são bem estabelecidas, mas os pesquisadores acreditam que haja tanto uma predisposição genética quanto uma maior sensibilidade à estimulação hormonal (principalmente estrogênio) nas mulheres que apresentam miomas.

Algumas mulheres que podem ter esta predisposição desenvolvem fatores que permitem que estes cresçam sob a influência dos hormônios femininos. Isto explicaria porque certos grupos étnicos e familiares são mais propensos a ter miomas.
Os miomas variam muito em tamanho. Em alguns casos eles podem causar um crescimento acentuado do útero, simulando uma gravidez de até 5 ou 6 meses. Na maioria dos casos os miomas são múltiplos.

Os miomas podem se localizar em diversas partes do útero. Existem, basicamente, 4 tipos de mioma:

1- Subserosos: aparecem e se desenvolvem abaixo da camada (serosa) externa do útero e se expandem através desta, dando ao útero uma aparência nodular. Tipicamente não afetam o fluxo menstrual, mas podem causar dores em baixo ventre, na região lombar e sensação de pressão no abdômen. Este mioma pode desenvolver uma haste ou pedículo, tornando-o difícil de distinguir de um tumor ovariano na ultra-sonografia.

2-Intramurais: desenvolvem-se na parede do útero e se expandem para dentro, aumentando o tamanho do útero. É o tipo mais comum de mioma. Podem causar sangramento menstrual intenso e dores no baixo ventre e na região lombar e/ou sensação de pressão generalizada em baixo ventre, de que muitas mulheres se queixam.

3-Submucosos: estão justamente abaixo do revestimento interno do útero (endométrio). É o tipo menos comum de mioma, mas o que pode causar mais problemas. Mesmo um pequeno mioma submucoso pode causar sangramento ginecológico maciço.

4-Pediculados: são os miomas que inicialmente crescem como subserosos e se destacam parcialmente do útero, ficando a ele ligado apenas por uma pequena porção de tecido chamado pedículo. Podem ser confundidos na ultra-sonografia com tumores ovarianos.

Quais são os sintomas mais comuns?

A maioria dos miomas não causam sintomas – apenas 10 a 20% das mulheres que têm miomas necessitarão de tratamento. Dependendo de sua localização, tamanho e quantidade, a mulher pode apresentar os seguintes sintomas:
– Períodos menstruais prolongados e com fluxo aumentado, sangramento fora de época, algumas vezes com coágulos, podendo levar à anemia. Este é o sintoma mais freqüentemente associado aos miomas.

– Aumento de intensidade das cólicas menstruais.

– Dor em baixo ventre, ou mais precisamente, sensação de pressão ou desconforto causado pelo tamanho e peso dos miomas que pressionam as estruturas adjacentes.

– Dor na região lombar, flanco ou pernas (os miomas podem pressionar os nervos que inervam o baixo ventre e as pernas).

– Dor durante o ato sexual.

– Pressão no sistema urinário, o que tipicamente resulta no aumento da freqüência da micção, principalmente à noite.

– Pressão no intestino grosso, levando à prisão de ventre e retenção de gases.

– Aumento do volume abdominal que pode ser mal interpretado como ganho progressivo de peso.

Se você tem algum destes sintomas, procure seu médico.

Sendo benigno, não precisa necessariamente ser retirado.

O mioma não desaparece com medicação. Se houver necessidade de retirá-lo, só uma cirurgia resolverá o caso.

Quando retirar somente o mioma realizará a miomectomia, se for necessário à retirada do útero junto com o mioma daí realizará a histerectomia.

A presença de miomas não significa obrigatoriamente intervenção cirúrgica, que só será indicada quando houver situações que estejam prejudicando o bem estar da paciente e se não houver sucesso com o tratamento medicamentoso (tratamento clínico). Se não existir sintomas e nem estiver atrapalhando uma gravidez desejada, a cirurgia pode ser dispensada.

Quando os miomas devem ser tratados cirurgicamente:

– Quando for muito volumoso e estiver comprimindo outros órgãos como bexiga, intestinos etc.

– Quando estiver provocando dor e cólica

– Quando provocar hemorragias importantes que não foram melhoradas com tratamento medicamentoso e que podem levar a anemia.

Tratamento clínico

Sempre que possível os tratamentos clínicos devem ser indicados, mas para isso, cada caso deve ser analisado criteriosamente. A escolha por um ou outro tratamento deve ser ajustada para cada paciente levando-se em consideração alguns fatores como idade, risco cirúrgico, o desejo de menstruar e de ter filhos.

Neste último caso, não devemos esquecer que uma mulher pode ter filhos até 55 anos através da doação de óvulos. Portanto mesmo para as mulheres com idade próxima a menopausa deve ser levada em consideração esta possibilidade.

Os tratamentos clínicos mais comuns são: pílula, hormônios, antiinflamatórios, remédios contrair o útero e mais modernamente os implantes hormonais que impedem hemorragias.

Tratamento Cirúrgico

Atualmente, o mundo está voltado para que às cirurgias cause o menor dano possível a paciente na cura de uma determinada doença. Hoje não fazem cortes na barriga (laparotomia), a não ser em condições excepcionais.

Tanto para a histerectomia como para miomectomia existem alternativas cirúrgicas bastante confortáveis para a paciente. São elas:

– Laparoscopia: através de um corte de 1,0 cm no umbigo, introduzimos uma câmera de TV e operados através de mais 2 ou 3 cortes de 0,5 cm no abdome, visualizados por um monitor de TV. A paciente fica só um dia internada, perde menos sangue e volta mais rápido à suas atividades normais e com pequenas cicatrizes.

– Histeroscopia: Quando o mioma localiza-se dentro da cavidade uterina, podemos retirá-lo através de um aparelho chamado histeroscópio, que é introduzido dentro do útero pela vagina. A paciente vai para casa no mesmo dia e sem cicatriz.

– Histerectomia vaginal: Podemos, no caso de retirar todo útero, fazê-lo totalmente por via vaginal, sem cortes no abdome. A paciente tem alta do hospital em 24 horas e sem nenhuma cicatriz, com uma recuperação muito rápida às suas atividades cotidianas.

– Embolização de miomas: É uma técnica onde é introduzido um êmbolo (tampão) através de artéria femural e colocado na artéria uterina, vaso que nutre o útero, Com a falta de sangue no órgão os miomas diminuem e podem até ser eliminado pela vagina. É um procedimento muito delicado e indicado para casos muito bem selecionados.

Nos casos de mioma, o médico indicará a técnica cirúrgica mias apropriada para você, visando acima de tudo o seu bem-estar.

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