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A mãe de hoje, o pai de hoje

Tempo de Leitura: 5 minutos
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Um dia desses fui indagada por uma pergunta: Os pais de hoje em dia são mesmo muito diferentes dos de antigamente?

Essa é uma pergunta que poderia render horas e horas de boas discussões. Contudo penso que algumas ponderações podem ser feitas.

A mulher mudou, o homem mudou, o ser humano mudou, as famílias mudaram, o mundo mudou e muitas vezes, lidar com essas mudanças nem sempre é fácil.

Mas o que mudou exatamente, quando falamos de famílias?

O modelo de família de hoje é muito diferente do modelo de 30, 40, 50…. anos atrás. Hoje em dia, por exemplo, não se questiona mais o fato de a mulher trabalhar fora. Antes, isso não era fácil de ser lidado, pois a mulher precisou conquistar o seu espaço não só no mercado de trabalho, mas também no âmago familiar. Não se questionavam os papeis que cada um ocupava nas famílias, e diferentemente de hoje, era tudo bem mais definido.

A mulher, de antigamente, decidiu por vontade própria trabalhar fora, precisou abrir muitos caminhos e encarar muitas dificuldades para conseguir ser respeitada por isso. Teve que lidar com todas as dificuldades dessa escolha e assumir suas consequências, como por exemplo, administrar a jornada de trabalho com o cuidado de casa, filhos etc. Poucos eram os companheiros que colaboravam ou dividiam o cuidado com os filhos de maneira tranquila, sem que isso acarretasse problemas na dinâmica familiar. Fora isso, seu papel na relação com o parceiro também mudou bastante com essas conquistas, pois ela foi se mostrando cada vez mais ativa na relação, podendo contribuir não só financeiramente, como se impondo em relação à educação dos filhos e em muitas outras coisas. A mulher que foi criada para ser apenas esposa e mãe, foi se modificando e com isso, o homem também precisou acompanhar essas mudanças. Acredito que isso foi e ainda continua sendo um dos complicadores dos casamentos.

As configurações das família, também mudaram muito, e hoje temos inúmeros modelos de famílias, muitos deles ainda com dificuldades, como por exemplo, famílias formadas por casais homossexuais; famílias monoparentais (quando apenas um dos pais, arca com a responsabilidade de criar os filhos), algumas advindas de produções independentes; filhos criados por avós; famílias que precisam se redefinir após a separação dos pais, onde os filhos – as vezes ainda muito pequenos, precisam incorporar a existência de duas casas, sendo que algumas delas podem também incluir a presença de padrastos e ou madrastas em seu convívio, sem deixar de mencionar os pais que vivem brigas em judiciais pela guarda dos filhos.

Outro fator também importante que colabora com isso, é a maneira como os pais administram o cuidado e a educação dos filhos e ao acesso que tem a inúmeras informações em mídias e redes sociais.

Os meios de comunicação, principalmente a internet, passaram a ter um grande peso para os pais, no que se refere à educação dos filhos. Hoje, com poucos cliques, recebemos informações variadas sobre qualquer assunto e isso não necessariamente significa esclarecimento e tranquilidade para os pais, e muitas vezes pode até ser motivo de angústia e ansiedade, pois podem confundir muito mais até do que ajudar.

Hoje a culpa tomou corpo na educação dos filhos, justamente pela falta de tempo que a vida moderna exige, e junto com ela os limites também foram perdendo lugar. Alguns pais deixaram de entender e aceitar que a rotina, incluído por exemplo, os horários para dormir (que deve ser cedo) , realizar refeições, tarefas escolares, são fundamentais para o desenvolvimento de saúde emocional dos seu pequenos. Entretanto pouco se fala que as crianças precisam lidar com as suas frustrações e os pais, na ânsia de serem perfeitos, talvez até por se sentirem culpados com sua falta de tempo entre outras coisas, deixam de aceitar que seus filhos precisam tanto aprenderem a lidar com as frustrações assim como necessitam de afeto.

Mas os pais envolvidos com os cuidados com os filhos, não se livram das preocupações quem tem em relação a eles. Pais bons e saudáveis existem independentemente das configurações de famílias e épocas. Pais bons existiram no passado e continuam existindo no presente, assim como o contrário também. Dificuldades, dúvidas, incertezas, medos, erros e acertos sempre irão existir.

O que tenho a dizer é que apesar das conquistas e das novas configurações de família, cada pai e cada mãe precisa encontrar o seu lugar e o seu papel no núcleo familiar, pois tenho me deparado cada vez mais com dificuldades nesse âmbito.

A ajuda profissional pode ser de grande valia, pois pode colaborar bastante na elaboração dos papeis e lugar que cada um deve ocupar no contexto familiar, bem como pode esclarecer dúvidas relacionadas ao manejo das funções de cada um.


Cynthia Boscovich
Psicóloga clínica e perinatal.
Psicóloga do sono e especialista em transtornos de humor. Colaboradora do GRUDA (Programa de Transtornos afetivos do IPQ/ HC/FMUSP).
Email: cyboscovich@gmail.com
Tel: 55 11 99687-9087
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